O Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 20% em relação ao mesmo período de 2019. O resultado foi divulgado hoje (7) pelo Banco Central. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, a retração chegou a 43,7%.

O lucro ajustado (que não considera eventos extraordinários) ficou em em R$ 3,4 bilhões no primeiro trimestre, decréscimo de 20,1% em relação ao mesmo período do ano passado. “Em virtude do atual cenário desafiador para todo o sistema, o resultado do trimestre teve impacto da antecipação prudencial que resultou no reforço de provisões [recursos reservados para o caso de inadimplência] em R$ 2,04 bilhões, sendo:R$ 1,17 bilhão no segmento pessoa física, R$ 824 milhões no segmento pessoa jurídica e R$ 46 milhões no agronegócio”, diz o BB.

O banco destaca que apesar da queda do lucro, a geração de negócios permaneceu forte, evidenciada pelo crescimento de 15,4% do resultado estrutural na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. “Esse cálculo é composto pelo produto bancário e pelas despesas operacionais totais, não sofre os efeitos das provisões. Os principais vetores desse resultado foram o crescimento da carteira de crédito e o incremento nas rendas com prestação de serviços”.

Lucro do Banco do Brasil cai 20% no primeiro trimestre

O BB destaca ainda a colaboração dos avanços da estratégia digital para os impactos positivos no desempenho.

Crédito

A carteira de crédito ampliada (empréstimos mais as operações com títulos, valores mobiliários privados e garantias) totalizou R$ 725,1 bilhões, crescimento de 5,8% em 12 meses. No mesmo período, a carteira pessoa física ampliada cresceu 9%, a pessoa jurídica ampliada cresceu 5,9% e a carteira rural ampliada apresentou desempenho positivo de 2,5%.

A carteira de pessoa física cresceu em função do desempenho positivo em crédito consignado (R$ 84,5 bilhões), que evoluiu 16,4% em 12 meses, e na linha empréstimo pessoal, que cresceu 36% no período e alcançou R$ 11,6 bilhões.

A carteira de crédito ampliada para pessoasjurídica cresceu 5,9% na comparação anual e totalizou R$ 273 bilhões. A carteira para micro e pequenas empresas (R$ 65,964 bilhões) cresceu 12% em 12 meses, com destaque para o crescimento de 26,8% no capital de giro.

A carteira rural ampliada apresentou desempenho positivo de 2,5% na comparação anual, totalizando R$ 173,3 bilhões. O BB destacou a carteira para produtores pessoas físicas, que cresceu 7,2%.

Inadimplência

O índice de inadimplência superior a 90 dias sofreu redução de 0,1 ponto percentual frente a dezembro de 2019, alcançando 3,17% em março.

Receitas com prestação de serviços

No primeiro trimestre, as receitas com prestação de serviços cresceram 4% na comparação com o mesmo período de 2019, alcançando R$ 7,1 bilhões. O BB destacou o desempenho das linhas de consórcios (19,2%); seguros, previdência e capitalização (15,3%); e administração de fundos (13,3%).

Despesas Administrativas

As despesas administrativas seguem sob controle, diz o BB. Apresentaram crescimento de 2,7% na comparação de 12 meses.

Índice de Basileia

O índice de Basileia atingiu 17,8% em março de 2020. O BB diz que mantém o compromisso de atingir um patamar mínimo de 11% de capital principal em janeiro de 2022. Esse percentual indica a capacidade do banco de emprestar, levando em consideração os recursos próprios e a ponderação de riscos de perdas. O índice é um conceito internacional definido pelo Comitê de Basileia.

Pandemia

O banco informou que entre 16 de março e 30 de abril foram registrados mais de R$ 98 bilhões em desembolso de empréstimos e prorrogações de operações de crédito, medidas anunciadas para o enfrentamento da crise econômica gerada pela pandemia de covid-19. Foram mais de R$ 46 bilhões em desembolsos de novos recursos (R$ 4,7 bilhões para pessoas físicas, R$ 28,9 bilhões para empresas e R$ 12,5 bilhões ao agronegócio) e mais de R$ 52,1 bilhões em renovações e prorrogações (R$ 16,3 bilhões para pessoas físicas e R$ 34,9 bilhões para empresas e R$ 970 milhões para ao agronegócio).

Para as micro e pequenas empresas, o desembolso de recursos totalizou R$ 25,8 bilhões, principalmente para linhas de antecipação de recebíveis e de capital de giro, sendo R$ 3,6 bilhões em crédito novo e R$ 22,1 bilhões em renovações e prorrogações.

Para as grandes empresas, o desembolso totalizou R$ 35,5 bilhões. “O desembolso para esse segmento foi motivado por aumento na demanda por recursos para capital de giro, por empresas que atuam em setores mais atingidos pela retração da atividade econômica, ou para investimentos, por empresas que buscaram ampliar sua atividade para atender a aumento imediato da demanda”, diz o banco.

Foram firmados 3.271 contratos de financiamento da folha de pagamento. “Trata-se de linha de crédito emergencial para financiar, por até dois meses, a folha de pagamentos de pequenas e médias empresas. Essa iniciativa tem o objetivo de apoiar os empresários no enfrentamento dos desafios impostos pela pandemia de covid-19, preservando empregos e a renda familiar, e buscando também atenuar o impacto no fluxo de caixa das empresas”.

O BB informou ainda que iniciou o pagamento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e Renda (Bem), destinado aos empregados das empresas que aderirem ao programa.

Quanto ao auxílio emergencial, foram realizados mais de 1,2 milhão de pagamentos, valor superior aos R$ 862 milhões enviados diretamente aos cidadãos pelo BB.

Fonte: Agência Brasil – Kelly Oliveira 

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