É inegável que vivemos uma situação atípica. A pandemia de COVID-19, que se alastrou pelo mundo e obrigou o Brasil a adotar medidas de isolamento social desde março, apresenta mais dúvidas do que certezas.

Embora o distanciamento e a quarentena sejam as principais medidas para evitar a propagação da doença, a suspensão de diversas atividades promove um abalo muito grande na economia nacional, que ainda buscava se recuperar da crise de 2014 e 2015. 

O fato é que, para o bem e para o mal, o coronavírus promoveu grandes transformações, principalmente no consumo, e as empresas precisam se adaptar a isso o quanto antes para não sofrerem mais.  

O cenário para esse ano e o próximo é incerto e sem grandes perspectivas às empresas. Já sabíamos que seria assim: na China – epicentro da pandemia – e em outros países que sofreram antes do Brasil com a propagação do novo coronavírus, os mercados financeiros foram prejudicados por conta das medidas de isolamento social e, com isso, a paralisação de muitos serviços.

Dessa forma, os países irão retomar a economia e a vida “normal” após a COVID-19 em velocidades diferentes e é certo dizer que a volta dos países ao nível do PIB registrado antes desta situação dificilmente acontecerá em 2021, por exemplo.  

O período de incertezas econômicas, contudo, vem acompanhado de grandes transformações sociais e de consumo.

Neste primeiro momento, já observamos mudança nos hábitos de higiene. Redobrou-se o cuidado em limpeza e esterilização, seja em produtos expostos no mercado, seja em entregas de delivery ou até ao sair de casa e voltar para ela.

home office, por sua vez, exige a criação de uma nova rotina às famílias, conciliando trabalho com afazeres domésticos, filhos e demais atividades do dia a dia.

Certamente o trabalho remoto vai ser encarado com outros olhos por empresas e profissionais daqui para frente.   

Entretanto, a principal transformação esperada está nos hábitos de consumo dos brasileiros. Com o isolamento social e a recomendação de ficar em casa o máximo possível, muitas pessoas precisaram aderir às compras pelo e-commerce, principalmente itens de supermercado e farmácias (e segmentos não tão populares como moda e eletrodomésticos). 

Como as empresas estão se preparando para os novos hábitos dos consumidores

A lista de segmentos que tiveram de expandir a atuação na web por causa da pandemia de COVID-19 é grande. 

Algo impensável há alguns anos, em 2020 muitos consumidores resolveram comprar ovos de Páscoa pelos canais on-line. Percebemos em nossa base um aumento de 52% nas vendas do e-commerce.  

Assim, o comércio eletrônico surge como o meio principal de vendas, fazendo os empresários buscarem modos de fidelizar antigos clientes e, principalmente, atrair cada vez mais quem utilizou essa opção pela primeira vez durante a quarentena. 

Quem não estava acostumado a comprar on-line precisou se render devido à praticidade e à recomendação de ficar em casa.

Segmentos do varejo que ainda não estavam adaptados a esse cenário tiveram que correr para não diminuir o faturamento e aumentar o campo de atuação.

O coronavírus promoveu a transformação digital em muitas empresas que ainda resistiam a esse conceito.  

Não só no varejo, evidentemente. Áreas como medicina e educação também se viram obrigadas a adaptar e remodelar suas práticas com a nova realidade provocada pela doença em todo o mundo. 

Empresários que enxergaram esse momento de transformação antes terão mais chances de se recuperarem e retomarem seus desempenhos no futuro.

Já aqueles que ainda não compreenderam os novos hábitos e comportamentos das pessoas precisarão correr e realizar as mudanças necessárias para atender um consumidor cada vez mais digital, exigente e preocupado com a qualidade de vida.  

Por Eduardo Fregonesi é CEO da Synapcom, empresa que oferece gestão full service personalizada para e-commerces com soluções em operação, pagamentos, tecnologia e marketing 

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Fonte: Jornal Contábil
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