A pandemia de Covid-19 e necessidade de confinamento social para combater a expansão da doença originaram uma crise econômica mundial de consequências devastadoras. Nas redes sociais, as publicações também demonstram essa preocupação, havendo quem apele aos trabalhadores que “tratem bem” a empresa e os clientes, se mantiverem um emprego, sem cortes de ordenados ou demissões.
“A Victoria’s Secret decretou falência. A Zara fechou 1.200 lojas. Chanel, Hermes e Rolex interromperam a produção. A Nike prepara-se para a segunda etapa de demissões. O fundador do AirBnb disse que, devido à pandemia, 12 anos de esforços foram destruídos em 6 semanas. A Starbucks anunciou o encerramento permanente de 400 lojas. E a lista continua…”, lê-se numa publicação viral no Facebook.
Estes dados sobre as consequências do novo coronavirus em algumas das maiores marcas mundiais são verdadeiros? Verificação de factos.
No passado mês de Junho, a Inditex, dona das cadeias de lojas Zara, Massimo Dutti, Bershka e Pull&Bear, anunciou perdas de 409 milhões de euros, apesar das vendas online terem disparado e terem crescido 95% desde abril, beneficiando do encerramento dos espaços físicos decretado pelas medidas de confinamento.
Para enfrentar estes problemas, a empresa anunciou uma nova estratégia que passa pelo encerramento de mil a 1200 lojas de menor dimensão nos próximos dois anos – na publicação, sugere-se que as mesmas já fecharam-, além da aposta no reforço das vendas digitais. A Inditex não explicou também quais as marcas abrangidas por esta decisão, nem quantos espaços de cada cadeia podem estar em causa.
As questões relacionadas com a Victoria’s Secret dividem-se em duas áreas: as relacionadas com a “empresa-mãe” nos EUA e questões relativas à filial da empresa no Reino Unido, que enfrenta as maiores dificuldades.
Esta última decretou falência e a Delloite foi declarada administradora judicial. A Victoria’s Secret do Reino Unido tem 25 lojas, agora em risco de fechar, e 785 empregados estiveram em layoff durante o período de confinamento decretado pela pandemia. Já a empresa empresa-mãe da Victoria’s Secret, L Brands, anunciou, ainda em maio, o encerramento de 250 lojas nos Estados Unidos e Canadá, depois de registar uma diminuição de 37% nas vendas.
Após uma quebra de vendas de mais de 2,6 milhões de euros, a Starbucks também já decretou o encerramento de 400 estabelecimentos nos EUA e Canadá. A decisão, assumida no passado mês de maio, vai ser colocada à prática nos próximos 18 meses.
Outra das empresas referidas na publicação é a Nike, cujo CEO anunciou aos empregados que será necessário implementar o sistema de layoff para enfrentar as consequências da crise, não havendo referência a despedimentos como avança a publicação do Facebook.
Problemas enfrentaram igualmente grandes nomes da indústria da moda de luxo, que tiveram que parar a sua produção. A Hermes fechou 42 fábricas de produção em França e a Chanel fez o mesmo com as suas em França, Itália e Suíça. A mesma decisão tomou a Rolex. A produção já foi retomada.
O setor do turismo foi um dos mais afetados pela pandemia provocada pelo novo coronavírus. O CEO da plataforma de arrendamento Airbnb, Brian Chesky, assumiu que a empresa vive um período de “tormenta”. “Demorámos 12 anos para construir o negócio da Airbnb e perdemos quase tudo numa questão de quatro a seis semanas”, disse numa entrevista à televisão norte-americana CNBC.
As informações apresentadas na publicação são na sua maioria verdade, existindo algumas imprecisões que não permitem que seja definida como verdadeira. No caso da Zara, por exemplo, sabe-se que o grupo detentor da cadeia vai fechar 1200 lojas, mas não se sabe se serão todas da referida marca. Além disso, a publicação sugere que o encerramento dos espaços já aconteceu mas o mesmo acontecerá num espaço de dois anos. Situação igual ao que é dito sobre a Starbucks: vão ser fechadas 400 lojas, mas nos próximos 18 meses. Em relação à Victoria’s Secret, os problemas maiores acontecem na filial britânica e não na empresa-mãe nos EUA.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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Fonte: Jornal Contábil
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