A modalidade de visto EB-5 permite que pessoas possam morar, trabalhar e investir legalmente nos Estados Unidos, a partir de um investimento que varia dentre 900 mil a 1.800 milhões de dólares e ainda gerar dez postos de trabalho.
Especialistas apontam que essa é a forma mais rápida, barata e rentável de conseguir o Green Card, que pode ser aplicado para o cônjuge e demais membros da família, desde que tenham até 21 anos e não sejam casados.
Há quem ainda prefira apostar no visto E2, que também dá direito a morar nos Estados Unidos, a cidadãos originários de países que possuem tratado de livre comércio com o governo americano.
Mas essa modalidade, além de não dar direito ao Green Card, pode trazer mais custos do que a própria aplicação do EB-5, uma vez que, além do capital de giro, contrato de aluguel e a imediata contratação de colaboradores, existem as despesas com as taxas e licenças, além do reinvestimento, que todo o negócio exige.
E motivos para investir nos Estados Unidos não faltam, dolarizar um ativo traz inúmeros benefícios.
Além da qualidade de vida principalmente para quem tem filhos, se comparados ao Brasil em que uma boas escolas e universidades possuem custos exorbitantes, há a segurança para empreender em diversos tipos de negócios e projetos, uma vez que o dólar é a moeda mais segura do mundo.
Outro ponto positivo é que o valor investido, no caso do EB-5, pode ser resgatado em até cinco anos.
Daniel Toledo, advogado da Toledo e Advogados Associados, especialista em direito internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante, explica que mesmo diante da alta da moeda americana e o reajuste do valor, a procura pelo EB-5 surpreendeu.
“Esse mercado voltou a reaquecer, principalmente no último mês e esse fato deve-se provavelmente por conta da instabilidade de diversos cenários brasileiros, como a economia e política”, relata Daniel Toledo.
Quando o dólar estava a R$ 2,80 reais, o advogado recorda que um cliente atendido pelo escritório fez um investimento no visto EB-5, que na época era 500 mil dólares.
Ele recebeu na semana passada o valor de volta, ou seja, teve o seu capital dobrado.
“Muitos preferem esperar o dólar baixar, mas se a ideia for mudar de país, não é mais possível pensar na moeda local. É preciso ter em mente que, lá na frente, haverá um ganho de capital significativo. O dólar não tem preço”, revela.
Antes do reajuste, Daniel recorda que a equipe da Toledo realizou diversos congressos pelas principais capitais do Brasil.
“Muitos clientes nos procuraram para fazer o processo. Avisamos diversas vezes sobre o aumento, e depois disso, percebi que o mercado enxugou, provavelmente na esperança de que o Brasil tivesse uma melhora, e que 2020 fosse o ano da virada, e que muita coisa pudesse mudar. Mas do final de junho até agora, as pessoas estão olhando para o país de uma outra forma, indignadas, preocupadas e sem saber o que vai acontecer. O governo não segue a diante, o amanhã é uma total incerteza e não conseguimos nem projetar um provável candidato para 2022. As pessoas estão sem paciência para esperar qualquer mudança”, revela.
Muitos estão desesperados e questionam, inclusive, se há a possibilidade de realizar uma mudança definitiva com o visto de Turismo.
“Isso fez com que uma série de outros mercados se reaquecesse, principalmente no que diz respeito a dolarização de capital”, revela o advogado.
A economista Bruna Allemann, diretora regional da Lighstone, destaca que desde o início de 2020 o dólar teve uma variação de 48%.
Um investimento na casa de 100 mil dólares nos Estados Unidos, por exemplo, hoje estaria em 148 mil só pelo ganho da moeda.
“Esse fato já diz muito sobre a segurança da moeda americana e isso chamou a atenção das pessoas, mas o ganho maior está relacionado a toda política americana, principalmente em relação ao combate ao covid-19, que foram fortes”, aponta a especialista.
Mesmo que a crise causada pela pandemia tenha gerado um grande número de desempregados, o governo consegue fazer a economia girar, seja injetando dinheiro diretamente para as pessoas ou por meio de políticas de incentivos fiscais para empresários.
“Se compararmos com o Brasil, podemos afirmar que as empresas não tiveram uma ajuda significativa. Pagam-se inúmeros tributos, mas não se consegue prosperar. Por isso, há um movimento crescente onde a preferência é por vender tudo. Soma-se a isso dívidas trabalhistas, uma vez que não é permitido demitir durante essa época. Viram-se diante do caos. Até os europeus passaram a enxergar o dólar como uma moeda forte por conta da política americana. Todos passaram a analisar como cada país estava conseguindo sair dessa crise, e os Estados Unidos saiu na frente e apresentou a melhor performance”, avalia.
O mercado imobiliário americano cresceu muito nos últimos tempos, e de forma ordenada.
Mesmo diante de uma crise, não ocorrerá a temida “bolha”.
“Real State é um pouco diferente de casa de temporada, por exemplo, onde você depende do turismo, e tudo ao redor, funcionando. Nos últimos tempos, devido ao fechamento dos aeroportos, diversas casas de temporada ficaram paradas, somente gerando despesa. Mas se você tem um imóvel comercial ou residencial, em que as pessoas moram ou trabalham naquela região, não haverá abandono do local, afinal todos precisam morar ou trabalhar independentemente de qualquer cenário, o que oferece a esse tipo de investimento maior segurança”, aponta a economista.
Quem investiu em contratos de curta duração, ano passado, teve que amargar alguns prejuízos, e acabou descobrindo que não era um bom negócio.
“Em Nova York, por exemplo, a maioria das propriedades da Lightstone apresentou um crescimento expressivo. Houve sim uma readequação de preço, mas fora de Manhattan. Na região dentro um raio de uma hora, o preço subiu três vezes, porque a procura está muito grande e o que está ditando essa tendência é a qualidade de vida, eles não estão mais visando esses grandes polos. Oportunidade nos Estados Unidos sempre vai ter”, revela Bruna.
Um dos centros regionais que podem receber o investimento do visto EB-5 ficam ao redor do Brooklin e no Bronx.
São apartamento com estilo de vida que se aproxima do brasileiro, com varanda goumert, até com uma área um pouco maior, em uma mistura de condomínio com lifestyle.
São projetos que ilustram capas de revistas da arquitetura mundial.
O segundo melhor projeto são os hotéis Moxy, que ficam em Los Angeles e Miami.
Trata-se de espaços voltados a experiencia e que possuem um preço um pouco mais acessível e levam um conceito de rooftop.
O projeto de EB-5 é realizado através da Lightstone, que é uma empresa de real estate americana, o que dá ao investidor mais respaldo e segurança diante de um projeto que requer um grande aporte financeiro.
“Trata-se de uma instituição bilionária com sede em Nova York, e que está há 35 anos realizando projetos imobiliários, como compra, venda, e estruturação de fundo de investimento. O visto é um adendo da empresa que tem como seu founder um dos bilionários da Forbes. A empresa não se avalanca financeiramente através dessa iniciativa, o que traz mais segurança para o investidor porque ele sabe que se trata de algo rentável, e que vai dar certo para a sua aprovação do visto”, explica a diretora regional.
Mesmo com o número de solicitações de EB-5 inferior ao último ano, o panorama é positivo.
“O número de protocolos e processos estão sendo olhados de forma diferente, até porque o país precisa de investimentos, e aportes na casa de 900 mil dólares tem um peso relevante na economia, principalmente também porque está ligado a geração de emprego e renda tudo isso ligado a um centro regional sólido. O governo e a imigração americana apreciam esse tipo de projeto”, alerta o advogado.
Já há um alerta sobre o volume de brasileiros que pretendem entrar esse ano, porque se forem mais de 700 pode ocorrer uma certa espera.
Então, a partir do momento que o governo americano faz um anúncio destes, é preciso correr. O ideal é iniciar o projeto o quanto antes.
“Mesmo que os Estados Unidos disponham de dinheiro, todo o investimento é bem-vindo. Além disso, quando a pessoa resgata o valor investido, volta a gastar no mercado americano. Trata-se de algo que interessa e aquece muito a economia”, conclui Toledo.
Daniel Toledo é advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante.
Bruna Allemann atuou dez anos no mercado de crédito e investimentos para clientes de alta renda, auxiliando os médios e grandes empresários principalmente dos setores de agronegócio e comércio exterior.
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Fonte: Jornal Contábil
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