A síndrome de Burnout ou do esgotamento profissional foi mencionada inicialmente pelo médico americano, Freudenberger em 1974.
Esse transtorno consta no grupo 24 do CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde), e está entre os problemas relacionados ao trabalho.
Com minha ampla experiência de mais de 35 anos no mundo corporativo e desde 2015 à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, hoje trago mais um artigo da série sobre cuidados com a saúde mental no trabalho, com o tema Síndrome de Burnout.
Essa síndrome tem como principal característica o estado de tensão emocional e estresse crônicos, relacionado com condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.
Algumas áreas profissionais são mais propensas ao desenvolvimento do esgotamento profissional como: área da saúde, educação, assistência social, recursos humanos, bombeiros, policiais, pessoas que enfrentam dupla jornada de trabalho, etc.
Síndrome de Burnout ou esgotamento profissional – Sintomas
Nesse cenário de pandemia, principalmente os profissionais da área da saúde vivenciaram os principais sintomas do esgotamento profissional, por conta da atuação na linha frente de combate ao Covid-19.
Como saber se o que tem sentido faz parte da síndrome de burnout?
- A pessoa passa a se ausentar do trabalho e em um cenário de isolamento e home office, por exemplo, passa a não querer participar das reuniões de trabalho;
- Pode se tornar mais agressiva;
- Tende a se isolar;
- Passa a apresentar mudanças bruscas de humor;
- Não consegue se concentrar totalmente no trabalho;
- Passa a sofrer lapsos de memória ao longo do dia;
- Se sente mais ansiosa;
- Pode se mostrar “deprimida”;
- Tende a se tornar pessimista;
- Apresenta baixa autoestima.
Recentemente falei sobre a depressão e síndrome do pânico no ambiente de trabalho, e vale ressaltar que esses problemas de saúde mental podem estar correlacionados, ou seja, alguém que sofre da síndrome de burnout pode ser que apresente depressão, sofra da síndrome do pânico ou do transtorno da ansiedade, ou ainda, pode ser que um desses últimos três seja desenvolvido a partir da síndrome do esgotamento profissional.
Apenas um especialista da área da saúde pode ajudar no diagnóstico e no direcionamento do melhor tratamento.
Mas vale o esclarecimento que o que pode ser compreendido por uma pessoa como um “descontentamento” com o trabalho ou alterações comportamentais, podem ser sintomas da síndrome de burnout.
Inicialmente a pessoa que sofre da síndrome pode se sentir mais nervosa, “fraca psicologicamente” e até mesmo apresentar sintomas físicos como: dor na barriga, cansaço extremo e tonturas.
Por que essa síndrome está tão presente no ambiente dos negócios?
Nesse cenário atípico em que muitas empresas ainda estão mantendo o modelo de trabalho home office, pode-se entender que o excesso de jornada de trabalho se refere ao tempo em que a pessoa se mantém “conectada” aos assuntos de trabalho, além até mesmo das horas trabalhadas.
O problema começa a se instaurar quando a empresa e colaborador não estabelecem limites, o que torna a relação de ambos, insalubre.
Pessoas que afirmam “viver para o trabalho” em detrimento de relacionamentos pessoais, precisam repensar esse “estilo de vida”.
O clima de disputa no ambiente de trabalho também pode levar à síndrome de burnout, muitas pessoas chegam a procurar auxílio psicológico e quando são diagnosticadas com o problema se assustam, porque imaginavam que a razão das mudanças comportamentais pudessem ser outras, não relacionadas ao ambiente de trabalho.
E quando se fala em ambiente, vale destacar que o ambiente é a conexão entre líderes e colaboradores, independentemente do espaço físico, o que foi vivenciado fortemente nos últimos meses por conta das alterações no modelo de trabalho na pandemia mundial.
Infelicidade no trabalho pode levar ao Burnout
Muitas pessoas costumam dizer que não têm outra escolha e por isso “aturam” o trabalho.
Quando alguém se sente demasiadamente insatisfeito com o que faz ou se sente constantemente angustiado, precisa repensar.
Seja presencial ou remoto, se o trabalho não produz qualquer motivação, se a pessoa não se sente mais completa, é preciso refletir.
O desinteresse por qualquer tema relacionado ao trabalho ou a sensação de baixa autoestima é algo que inicialmente precisa ser revisto.
O assédio moral é outro fator que pode levar ao problema.
Quando se fala em saúde mental no trabalho, a responsabilidade está principalmente sobre as empresas.
Os negócios precisam repensar os seus ambientes, para que gerem um clima organizacional saudável, a ponto de que as pessoas que se sintam fora de foco, tenham abertura até mesmo para conversar sobre o que as desmotiva.
Falei recentemente sobre a importância de que as empresas contem com uma gestão humanizada, ou seja, que olhem para si e para os seus colaboradores, para que problemas não evoluam.
Saúde mental é tema fundamental e precisa ser tratado nas empresas.
Como consultor, muitas vezes percebo que o problema está além da gestão do negócio ou de problemas financeiros, está na gestão de pessoas, está em problemas comportamentais, por isso, friso na necessidade de que se fale cada vez mais em saúde mental, em tempos de pandemia ou não.
Por: Carlos Moreira, empresário há mais de 15 anos e sócio e fundador da MORCONE Consultoria Empresarial.
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Fonte: Jornal Contábil
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