Os Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia mantiveram em setembro a tendência de alta iniciada em maio, após registrarem níveis mínimos históricos em abril deste ano. O Barômetro Coincidente sobe mais lentamente, refletindo níveis de atividade econômica ainda aquém dos observados no período anterior à pandemia de covid-19. Já o Barômetro Antecedente atinge o maior nível desde 2010, sinalizando otimismo com a evolução do PIB mundial nos próximos meses. A leitura deste último resultado deve ser feita com cuidado face aos elevados níveis de incerteza econômica nesta crise de 2020.
O Barômetro Global Coincidente registra alta de 4,5 pontos em setembro, ao passar de 80,5 pontos para 85,0 pontos. O Barômetro Global Antecedente sobe 5,7 pontos no mês, passando de 110,2 pontos para 115,9 pontos. Ambos avançam pelo quarto mês consecutivo, mas desta vez com uma desaceleração em relação ao mês anterior. As três regiões pesquisadas influenciam de forma positiva o resultado do Barômetro Coincidente, com a Ásia & Pacífico e África liderando o movimento. No Barômetro Antecedente, a alta é influenciada pela Europa e Hemisfério Ocidental, enquanto a região da Ásia & Pacífico e África voltou a contribuir de forma negativa, porém tímida, para o resultado. A distância de 30,9 pontos entre os dois Barômetros é a maior da série histórica iniciada em 1991, revelando otimismo com a recuperação econômica que, por ora, ainda é tímida.
“O desempenho do barômetro coincidente nos últimos meses caracteriza a recuperação cujo resultado será o crescimento do nível de atividades ao longo de todos os setores e regiões no terceiro trimestre. Essa retomada reverterá parte das quedas históricas do segundo trimestre, em intensidade superior à esperada anteriormente. Enquanto o barômetro antecedente sinaliza a expectativa de continuidade dessa trajetória de retomada, três pontos importantes continuam impondo incertezas quanto à intensidade dessa trajetória. Em primeiro lugar, o próprio barômetro antecedente ainda não mostra sinais de retomada igualmente consistentes entre os setores. Em segundo, os resultados que surpreenderam positivamente nos últimos meses tiveram uma contribuição fundamental de diferentes medidas de estímulos adotadas ao redor do mundo, sendo que existem limites para a continuidade dessas medidas. Finalmente, ainda não existe um horizonte claro para o controle efetivo da crise sanitária” avalia Paulo Picchetti, pesquisador da FGV IBRE.
Barômetro Coincidente – regiões e setores
A região da Ásia & Pacífico e África respondeu por 61% da alta do Barômetro Coincidente em setembro ao contribuir com 2,8 pontos para a alta de 4,5 pontos. As regiões da Europa e do Hemisfério Ocidental (América do Norte, América Latina e Caribe) contribuíram igualmente em 0,9 ponto para o indicador agregado. O Hemisfério Ocidental é a primeira região a retornar ao nível de fevereiro de 2020. O gráfico no press release ilustra a contribuição de cada região para a distância do Barômetro Coincidente em relação ao nível médio histórico de 100 pontos.
Entre os setores, a maior contribuição para a alta do Barômetro Coincidente Global veio novamente da Indústria, seguida pelo Comércio. O conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível agregado (Desenvolvimento Econômico Geral), que usualmente tem maior influência no resultado, ficou em terceiro lugar e contribuiu com menos de 1,0 ponto neste mês. Serviços e Construção continuaram contribuindo modestamente para o resultado, com este último exercendo influência negativa.
Barômetro Antecedente – regiões e setores
O Barômetro Antecedente Global antecipa os ciclos das taxas de crescimento mundial entre três a seis meses. Em setembro, a Europa contribuiu com 6,2 pontos para a alta de 5,7 pontos do indicador global, com uma alta de 28,7 pontos em seu Barômetro Coincidente. O indicador do Hemisfério Ocidental contribuiu de forma ligeiramente positiva e o da Ásia, Pacífico e África recuou, compensando em parte a alta registrada nas demais regiões. Esta última região é a única em que o indicador antecedente ainda não recuperou as perdas ocorridas entre março e maio deste ano.
Todos os indicadores setoriais contribuíram de forma positiva para o resultado do Barômetro Antecedente, à exceção da Construção. O setor da Indústria contribuiu com mais de 3,0 pontos e o conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível agregado (Desenvolvimento Econômico Geral) e o setor de Serviços contribuíram com um pouco mais de 1,0 ponto cada. Os demais setores contribuíram de forma menos expressiva para o resultado do indicador geral no mês.
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Fonte: Contabilidade na TV
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