Mais uma vez, a construção civil mostra sua força.
Como visto em crises anteriores à que enfrentamos hoje, com a pandemia do novo coronavírus, esse gigante do setor – que já chegou a representar 7% do PIB brasileiro – é capaz de conter índices de desemprego ainda maiores, acelerar a retomada da economia e criar novos projetos de desenvolvimento para o país.
Segundo o relatório mais recente do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), somente em julho deste ano, a construção civil gerou quase 42 mil novas vagas com carteira assinada – um resultado ainda melhor que o observado no mesmo período do ano passado, que registrou 18,7 mil novas vagas.
Em um momento em que o Brasil enfrenta a crise econômica mais severa dos últimos anos, dados como esse reforçam a importância do setor, que foi responsável por mais de 50% dos investimentos no país na última década.
Ter a capacidade de se reinventar, se modernizar e gerar emprego e renda não é um privilégio de muitos segmentos e isso deve ser levado em consideração ao planejar políticas públicas para o pós-pandemia.
Portanto, é preciso pensar desde já em como acelerar a retomada da construção civil – tanto para a indústria, o comércio e a prestação de serviços.
Sabe-se o quanto o setor se modernizou com a pandemia, especialmente os lojistas.
Se antes, as vendas no balcão eram a principal fonte de receita, hoje, a digitalização conseguiu dar um boom necessário para atender às demandas dos consumidores.
E-commerce, entrega de materiais a domicílio, orçamentos gratuitos e online foram algumas das soluções encontradas para se manter em atividade.
Agora, o principal desafio é não voltar ao que era antes, muito menos imaginar que o mundo será o mesmo pré-pandemia.
A construção evoluiu bastante em termos de comunicação, relacionamento e informação, mas acredito que é apenas o começo.
Não podemos voltar ao lugar confortável e ao senso comum de adivinhar o que os clientes esperam de nós.
É preciso investir no potencial no setor, gerar dados que possibilitem conhecer o cliente mais a fundo – entender como ele espera ser contatado pelas empresas, o que mais leva em consideração ao fazer uma compra, como você e sua empresa podem facilitar o dia a dia dele.
A pandemia tirou a construção civil de um lugar confortável.
Outro ponto importante é aprender a fidelizar o público-consumidor.
Por estarmos em crise, as pessoas tendem a racionalizar melhor seus gastos e, consequentemente, consumir menos.
Portanto, criar relacionamento e mostrar seu produto e serviço como uma ótima oportunidade são ações fundamentais.
A fidelização nada mais é que um bom relacionamento.
As empresas estão aprendendo que se relacionar não é só na hora da compra, mas estar constantemente lembrando do cliente.
A mensagem deve ser: “eu estou aqui para o que você precisar e vou facilitar as condições para resolver o seu problema”.
Algumas boas estratégias neste momento são criar clube de vantagens ou semanas com preços promocionais.
É hora de criar ações, parar de ser tão passivo.
Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai até Maomé.
Qualificar os profissionais do setor também é extremamente necessário.
A profissionalização faz com que eles se sintam mais valorizados e queiram crescer dentro da área – melhorando a qualidade dos serviços prestados, aumentando a satisfação dos clientes e a perspectiva positiva daquele funcionário.
Tudo isso somado a incentivos do governo, como redução de juros e concessão de crédito imobiliário, podem ajudar a acelerar a construção civil ainda mais.
Por Wanderson Leite, CEO da Prospecta Obras. Formado em administração de empresas pelo Mackenzie, ele também é fundador das empresas ProAtiva, app de treinamentos corporativos digitais, e ASAS VR, startup que leva realidade virtual para as empresas.
Sobre a Prospecta Obras
Prospecta Obras é uma Big Data capaz de mapear todas as obras em andamento e a iniciar em qualquer região do país.
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Fonte: Jornal Contábil
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