Relatório mensal da Secretaria do Tesouro Nacional aponta alta de 1,56% em relação a julho
O Tesouro Nacional divulgou na segunda-feira (28/9) o Relatório Mensal da Dívida Pública Federal (DPF) de agosto. O estoque – que inclui as dívidas interna e externa – apresentou aumento de 1,56%, em termos nominais, passando de R$ 4,344 trilhões, em julho, para R$ 4,412 trilhões, em agosto. A variação do estoque da DPF no mês é explicada pela emissão líquida de R$ 31,89 bilhões e pela apropriação positiva de juros de R$ 35,93 bilhões.
Acesse o Relatório Mensal da Dívida Pública Federal (DPF) de agosto
No mês passado, as emissões da Dívida Pública Federal somaram R$ 114,10 bilhões, enquanto os resgates alcançaram R$ 82,21 bilhões, resultando na emissão líquida de R$ 31,89 bilhões. Desse total, parcela de R$ 32,20 bilhões é referente à emissão líquida da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) e R$ 300 milhões, ao resgate líquido da Dívida Pública Federal externa (DPFe).
DPMFi
A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve seu estoque acrescido em 1,35% de julho para agosto, passando de R$ 4,118 trilhões para R$ 4,174 trilhões. Esse movimento ocorreu devido à emissão líquida, no valor de R$ 32,20 bilhões e à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 23,50 bilhões.
Em agosto, as emissões da DPMFi alcançaram R$ 113,78 bilhões, dos quais R$ 87,58 bilhões em títulos com remuneração prefixada; R$ 10,54 bilhões remunerados por índice de preços; e R$ 15,64 bilhões em títulos indexados à taxa flutuantes.
Custos
O custo médio dos estoques da DPF, acumulado em 12 meses, apresentou diminuição de 8,73% ao ano, em julho, para 8,54% ao ano, em agosto. O custo médio acumulado em doze meses da DPMFi também caiu, passando de 7,40% anual, em julho, para 7,29% ao ano, em agosto.
Também houve retração no custo relativo à DPFe, passando de 44,22% ao ano, em julho, para 38,84% anual, em agosto. A mudança ocorreu, principalmente, por causa da apreciação do dólar em relação ao real de 5,15%, em agosto de 2020, contra uma apreciação de 9,92% ocorrida no mesmo período do ano anterior.
Tanto o custo de emissão como o custo da DPMFi continuam nos menores patamares já registrados. “São os menores valores, para meses de agosto, de toda a série histórica”, disse o coordenador-geral de Operações da Dívida, Luis Felipe Vital.
Cenário
Os dados do Relatório Mensal da Dívida Pública de agosto foram apresentados no início da tarde desta segunda-feira e logo depois detalhados em entrevista coletiva virtual com a presença da equipe técnica do Tesouro Nacional. Luis Felipe Vital explicou que agosto foi um mês melhor do que os anteriores no cenário externo, com a recuperação de confiança dos mercados impulsionada principalmente pelas notícias de avanços na criação de vacinas contra o novo coronavírus.
“Em agosto, houve uma melhor percepção de risco dos países emergentes”, enfatizou Vital. No cenário interno, entretanto, houve alta da curva de juros, o que gerou impactos nos leilões do Tesouro, com custo mais alto da dívida pública. Mas ele ressaltou que houve sinais positivos no cenário interno, como a autorização, por parte do Conselho Monetário Nacional (CMN), de transferência de R$ 325 bilhões de reservas de resultado cambial do Banco Central para pagamento da Dívida Pública Mobiliária Interna.
O coordenador-geral de Operações da Dívida do Tesouro destacou que o colchão de liquidez supera marca prudencial, dando fôlego ao governo na administração da DPF. “Seguimos com colchão superior a três meses, o que chamamos de limite prudencial. Para o futuro, a estratégia é manter superior a três meses, acima do limite prudencial, em todos os cenários”, disse Vital.
Detentores
O estoque de Fundos de Investimento apresentou aumento no mês, passando de R$ 1,08 trilhão para R$ 1,12 trilhão, entre julho e agosto. Isso representa uma alta de 26,91% entre os detentores da DPF.
Os não-residentes apresentaram aumento de R$ 20,10 bilhões no estoque, ampliando participação relativa para 9,40%. Os não-residentes possuem 91,12% de sua carteira em títulos prefixados
O grupo Previdência reduziu seu estoque em R$ 23,88 bilhões, totalizando R$ 999,45 bilhões no mês (retração de 24,85% para 23,94% de julho para agosto). Na carteira do grupo Previdência, os títulos vinculados a índices de preços representam 56,98% da carteira da DPF nas mãos do grupo Previdência.
As Instituições Financeiras, por sua vez, aumentaram o estoque, passando de R$ 1,09 trilhão para R$ 1,11 trilhão. O grupo Governo apresentou participação relativa de 3,61% em agosto e o estoque das Seguradoras encerrou o mês em R$ 164,82 bilhões.
Tesouro Direto
As emissões do Tesouro Direto em agosto atingiram R$ 2,221 bilhões, enquanto os resgates corresponderam a R$ 3,361 bilhões, o que resultou em resgate líquido de R$ 1,139 bilhão. O título mais demandado pelos investidores foi o Tesouro Selic, que respondeu por 37,13% do montante vendido.
O estoque do Tesouro Direto alcançou R$ 61,237 bilhões, o que representa redução de 1,2 % em relação ao mês anterior. O título com maior representação no estoque é o Tesouro IPCA+, que corresponde a 37,42% do total, seguido pelo Tesouro Selic, com 32,50% do total.
Em relação ao número de investidores, 315.683 novos participantes se cadastraram no Tesouro Direto em agosto. Desta forma, o total de investidores cadastrados chegou a 8.096.273, o que representa um incremento de 68,56% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Assista a coletiva de apresentação do Relatório Mensal da Dívida (RMD) – Agosto de 2020
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Fonte: Contabilidade na TV
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