As reformas iniciadas e as obras que não foram interrompidas na pandemia aqueceram o mercado de construção civil e a previsão para 2021 é de um crescimento de 4%, o maior nos últimos oito anos, segundo estimativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Em meio ao cenário positivo, muitas empresas estão se adaptando para entregar projetos de qualidade dentro do prazo previsto. Independentemente do tamanho da construção, um dos principais segredos para o sucesso é o gerenciamento do projeto.
Em conversa com a gerente de produto da Feicon, Lúcia Mourad, o engenheiro civil e arquiteto, arquiteto e urbanista, Fabrício Rossi, do site “Pedreirão”, aponta algumas dicas para ajudar profissionais do setor no aperfeiçoamento de seus processos produtivos.
Segundo ele, um gerente bem avaliado deve ter bom conhecimento técnico (essência da engenharia e da arquitetura), saber fazer a gestão dos envolvidos e cuidar da parte financeira.
“A administração de toda obra é feita da mesma maneira. Se você é responsável por uma casa, um prédio, um viaduto, um loteamento, o jeito de gerenciar é o mesmo porque você lida com três grandezas fundamentais.
Primeiro, você não faz uma obra sem conhecimento técnico. Segundo, não executa um projeto sem pessoas e, terceiro, você precisa saber lidar com dinheiro e com o fluxo de caixa para garantir que a obra esteja dentro do custo e dê lucro no final”, disse.
Gestão de pessoas
Segundo o engenheiro, com base nas experiências profissionais, em média 80% do tempo em obras está concentrado no gerenciamento das pessoas e 20% na aplicação da engenharia e da arquitetura, por isso, ele defende a importância da habilidade em lidar com os colaboradores, fornecedores, fiscais e vizinhos com clareza, objetividade e respeito.
“Em 2021, não cabe mais gerentes de obras estressados e que deixam o ambiente pesado. É preciso saber se comunicar com a equipe, mostrar o caminho para os funcionários e a importância de todos atuarem no cumprimento de cada etapa.
É fundamental o profissional prestar atenção em como ele tem feito a gestão de pessoas na construção, no escritório, no ambiente de trabalho”.
Gestão de prazo
Muitos profissionais se atentam à data de conclusão da obra desde o início do projeto, isso porque tempo e dinheiro estão muito atrelados na construção civil. O atraso significa diminuição do lucro e, logo, prejuízo.
“O prazo é como subir uma escada, tem que seguir degrau por degrau. Não adianta apenas fixar a data final de entrega.
O ideal é considerar todas as etapas para atingir o objetivo final sem atraso. Se atrasar um mês, o gasto é maior. Quanto custa um mês a mais da equipe? Esse custo vai sair da margem de lucro”, alerta Rossi.
Gestão financeira
Não cabe ao gestor apenas saber administrar o valor destinado à obra e ter em mente a necessidade de evitar atrasos (o que compromete o orçamento).
É importante fazer um levantamento dos materiais e produtos que fazem parte da construção, levando em consideração evitar desperdícios e compras desnecessárias. “Se você tem um bom projeto, consegue fazer um bom levantamento de quantitativos.
É preciso ter cuidado no cálculo a mais. Isso não pode ser feito de uma forma deliberada. É preciso estar atento ao sobreconsumo”.
O engenheiro chama a atenção, ainda, para a administração em projetos de pequeno porte como, por exemplo, residências.
Nessas construções ou reformas, a margem para orçamento é menor, o que não dá espaço para compras de materiais além do estimado. Por isso a necessidade de um planejamento de qualidade.
“Toda decisão em obra, seja durante a viabilidade ou execução, é técnica e financeira”, finaliza Rossi.
A live sobre Gestão de obras mais eficientes com o “Pedreirão”, está disponível de forma gratuita, no canal Feiconoficial do Instagram. O episódio tem aproximadamente 42 minutos.
Por Feicon
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Fonte: Jornal Contábil
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