Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a medida é um passo significativo e deve melhorar as condições para os pequenos negócios continuarem gerando emprego e renda
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta segunda-feira (29) uma medida provisória (MP) com o objetivo de modernizar e desburocratizar o ambiente de negócios no Brasil, melhorando a posição do país no ranking Doing Business, do Banco Mundial. O documento traz mudanças legislativas para a simplificação de abertura de empresas, a proteção aos investidores minoritários, a facilitação no comércio exterior de bens e serviços e a liberação de construções de baixo risco, entre outros.
Por meio de dez indicadores diferentes, o Banco Mundial analisa o nível de facilidade de se fazer negócios em 190 economias do mundo. No levantamento mais recente, o Brasil ocupava a 124ª posição. De acordo com o Ministério da Economia, a MP deve elevar o Brasil de 18 a 20 posições no ranking. “Com as ações já traçadas e em execução desde 2020, em conjunto com a implementação do que é proposto na MP, o Brasil pode figurar pela primeira vez, no curto prazo, dentre as 100 melhores economias para se fazer negócios no país”, informou o ministério, em comunicado.
“Trata-se de um conjunto de medidas de curto prazo não só extremamente relevantes para a minimização dos efeitos negativos da pandemia de covid-19 sobre a economia, como também urgentes, em razão de ser necessário que as mudanças legislativas ora propostas sejam implementadas a tempo de serem refletidas nas respostas aos questionários no primeiro semestre de 2021 e constarem do relatório 2022 do Banco Mundial”, explicou a Secretaria-Geral da Presidência, em nota.
Medidas adotadas
De acordo com a pasta, no âmbito da abertura de empresas, a MP determina a unificação de inscrições fiscais federal, estadual e municipal no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), “eliminando análises de viabilidade – que somente existem no Brasil – e automatizando a checagem de nome empresarial em segundos”.
A medida ainda trata da proteção aos investidores minoritários, por meio da alteração da Lei das S. As (Sociedades por Ações), “seguindo as boas práticas definidas pelo Banco Mundial”. De acordo com a Presidência, as mudanças aumentarão o poder de decisão dos acionistas, inclusive minoritários, mediante elevação do prazo de antecedência para o envio de informações para uso nas assembleias; o aprimoramento dos dispositivos relacionados à comunicação; e a vedação ao acúmulo de funções entre o principal dirigente da empresa e o presidente do Conselho de Administração, entre outras medidas.
Sobre o comércio exterior de bens e serviços, o texto assegura, por exemplo, a disponibilidade de guichê único eletrônico aos operadores de comércio exterior e prevê que quaisquer exigências baseadas em características das mercadorias sejam impostas somente por meio de lei, “modernizando o sistema de verificação de regras de origem não preferenciais”.
Na mesma linha, de acordo com a Presidência, a MP também confere nova regulamentação à profissão de Tradutor Público e Intérprete Comercial, revogando o Decreto nº 13.609, de 1943. “A alteração desburocratiza a profissão ao permitir que tradutores atuem em todo país e possam realizar seu trabalho em meio eletrônico, garantindo maior segurança jurídica à matéria, indispensável ao desenvolvimento do comércio exterior e à evolução do Brasil em diversos outros indicadores relacionados ao ambiente de negócios”, diz a nota.
No âmbito da execução de contratos, o governo instituiu o Sistema Integrado de Recuperação de Ativos (SIRA) para agilizar a cobrança e recuperação de crédito. O SIRA será capaz de reunir dados cadastrais, relacionamentos e bases patrimoniais de pessoas físicas e jurídicas com o objetivo de reduzir o custo de transação da concessão de crédito através do aumento da efetividade das ações judiciais que envolvam a recuperação de créditos públicos ou privados.
Por mim, a MP se refere ao fornecimento de eletricidade, “a fim de aumentar a celeridade de alguns processos de acesso à energia elétrica”. O texto propõe soluções para a questão, como o estabelecimento de prazo para o Poder Público autorizar a realização de obras de extensão de redes de distribuição energia elétrica.
Meta de governo
O secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Da Costa, destacou, durante o evento, que a Medida Provisória tem o potencial de fazer o país avançar 20 posições e que, juntamente com outras 1 mil medidas aprovadas desde o início da pandemia, há chances reais de o Brasil alcançar a posição de número 80 no próximo ranking do Banco Mundial. “A nossa meta é colocar o país entre os 50 melhores para se fazer negócios no mundo. Esse é o país de empreendedores que sonham em criar emprego e renda. Nossa expectativa é lançar novas medidas nos próximos meses e colocar o Brasil na posição de número 47 no ranking do Doing Business. Esse seria o maior salto já visto em melhoria de ambiente de negócios”, comenta o secretário.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, ressaltou que a MP tem um enorme significado para os pequenos negócios no Brasil. “Nós somos um dos países mais empreendedores do mundo, mas quando se trata do ambiente de negócios, a realidade é que ainda há muitos obstáculos. Com essa Medida, nós devemos evoluir 20 posições no cenário global, com a meta de chegarmos entre os 50 melhores países até o fim deste governo”, comenta Melles. “Durante a pandemia, nós tivemos avanços significativos na digitalização das empresas, na melhoria do crédito, na flexibilização das regras trabalhistas. Mas precisamos avançar na questão do emprego e da produtividade. Esse é um binômio essencial e a MP vem nesse sentido”, concluiu.
Por Agência Sebrae de Notícias
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Fonte: Contabilidade na TV
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