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Setembro Amarelo é uma campanha voltada para a prevenção do suicídio. Criada no Brasil em 2015 tem como objetivo promover o debate e conscientizar a população sobre a importância dos cuidados com a saúde mental, ajudando ao combate à depressão, assim como outros transtornos mentais. Conforme dados da própria campanha, anualmente mais de 13 mil pessoas cometem suicídio no Brasil. Mas e as empresas? Quais iniciativas dentro do cenário corporativo, uma companhia pode protagonizar para ajudar os colaboradores que estejam vivendo uma situação limite a superar os dilemas e cuidar da saúde integralmente?

Um bom exemplo é o cenário trazido pela pandemia e que pode ser o “ponta pé” inicial para se tratar sobre o tema.

As mudanças e desafios provocados pelo coronavírus ressaltaram a necessidade dos debates acerca do cuidado com o bem-estar das pessoas. Neste cenário, as empresas – por desempenharem um papel tão significativo no cotidiano dos funcionários – estão sendo cada vez mais cobradas em relação à responsabilidade. Uranio Bonoldi, consultor em planejamento estratégico e governança corporativa, explica que “a atenção com a saúde mental dos colaboradores precisa estar no DNA da organização, não adianta ser um discurso da porta para fora”.

Para o especialista, “a construção de uma cultura organizacional que valoriza os funcionários e seu bem-estar é benéfica para os indivíduos, empresa e sociedade como um todo. Quando esse olhar é reafirmado diariamente pelas companhias, laços mais profundos são criados – a gestão de pessoas humanizada motiva os colaboradores e gera senso de pertencimento”. No entanto, ainda existe certa resistência ou ausência de movimento nas organizações nesse quesito.

Pesquisa realizada pela Kenoby, empresa de recrutamento e seleção, mostra que o tema ainda não é tão presente no mundo corporativo. O estudo revelou que 93% dos 500 profissionais de RH entrevistados acreditam que as organizações não olham com o cuidado suficiente para a saúde mental dos seus colaboradores e 70% das companhias não têm departamento voltado para isso, enquanto 67% relatam afastamento de funcionários por problemas emocionais.

No entendimento de Uranio, “pelo lado humanitário já é incontestável a importância de tomar conta tanto dos fatores físicos quanto dos psicológicos dos colaboradores. Além disso, o fator também impacta diretamente no seu rendimento, produtividade e criatividade”. De acordo com estudo da London School of Economics, o Brasil perde 78 bilhões de dólares com a queda de produtividade causada pela depressão – realidade que pode ser evitada e tratada pelos líderes e pela cultura organizacional.

“Em minha experiência como gestor, existem diversas maneiras que as empresas podem trabalhar para criar ambientes corporativos que cuidem da saúde mental de seus funcionários. Além do respeito com o colaborador – que é requisito básico -, bons benefícios médicos, capacitações que visem melhorar a inteligência emocional, momentos de descontração, oferecer acompanhamento psicológico são algumas possibilidades efetivas de trabalhar estas questões”, finaliza Uranio

Uranio Bonoldi é consultor em planejamento estratégico e governança corporativa, professor do Executive MBA da Fundação Dom Cabral, onde leciona sobre “Poder e Tomada de Decisão”, escritor e palestrante. Trabalhou por mais de 30 anos em cargos de alta gestão, dentre os quais, CEO da Fundação Butantan.
Para mais informações, visite: www.influenciaepoder.com.br

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Fonte: Jornal Contábil
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