A confiabilidade de sites e aplicativos de namoro já foi colocada à prova antes. As próprias ferramentas recomendam que os usuários não se marquem encontros em locais vazios ou desconhecidos e que, antes de conhecerem com quem conversam, pessoalmente, peçam provas de sua identidade.
Mas, na prática, não é bem assim que acontece. O documentário, que já é sucesso na Netflix, “O golpista do Tinder” é a prova disso. O filme revela a história do israelense Shimon Hayut, que é acusado de diversas fraudes contra mulheres e estima-se que obteve mais de U$ 10 milhões de suas vítimas.
O documentário é baseado em reportagem do jornal norueguês Verdens Gang (VG), após denúncia de uma das vítimas de Hayut — que adotava entre outros, o nome de Simon Leviev, e ostentava uma vida de luxo em suas redes sociais. Após conquistar a confiança das mulheres, marcava encontros em locais caros e até viagens de jato particular.
Mas como ele conseguia bancar esses custos? Com golpes aplicados em outras mulheres, paralelamente. Sempre sob a mesma alegação: de que ele estava sendo perseguido por inimigos e que precisava de ajuda para se manter.
Simon mentia que era herdeiro do ramo de diamantes ou de armas — e enviava fotos e vídeos de seu suposto segurança particular ferido. Assim, as parceiras, comovidas, podiam ajuda-lo fornecendo seus cartões de crédito para que ele não fosse rastreado e o mesmo não acontecesse com ele. Também enviava comprovantes bancários com altos valores para ganhar a confiança das vítimas.
A história contada pelo jornal norueguês informa que, somente em uma vítima, os golpes chegaram à U$ 250 mil. Foi a partir dessa denúncia que a equipe do jornal promoveu investigações e descobriu que Simon estava em Tel Aviv e que não era nada do que dizia para suas “namoradas”.
Os golpes tiveram fim quando uma holandesa, após 14 meses de namoro, leu a reportagem e entregou Simon à polícia.
Estelionato Sentimental
Vale lembrar que o crime é mais comum do que se imagina e que independe de instrução ou da classe social das vítimas. O golpista envolve as mulheres – e homens – em uma vida paralela e depois some com o dinheiro. Como não há roubo explícito, é difícil que as vítimas denunciem, geralmente por vergonha de terem sido enganadas ou até mesmo por ainda gostarem do criminoso.
No Brasil, obter vantagens sobre outra pessoa de maneira indevida está previsto como crime no código penal, o famoso artigo 171. No entanto, apenas em 2015, por decisão de um juiz de Brasília/DF, a condicionante chamada de estelionato sentimental foi considerada e obrigou um homem a devolver bens para sua ex-namorada.
Outros casos também foram relatados e a jurisprudência é a mesma: embora emprestar ou doar valores para parceiros sentimentais não configure conduta ilícita, se fazer valer do sentimento para se beneficiar configura má-fé.
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Fonte: Jornal Contábil
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