Por Lorena Molter
Comunicação CFC/Apex
O novo mundo do metaverso foi tema de uma das palestras da 27ª Convenção dos Profissionais da Contabilidade do Estado de São Paulo (Convecon), realizado pelo Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRCSP). A palestra “Metaverso corporativo: um admirável mundo novo”, aconteceu nesta quinta-feira (17) de forma on-line, e reuniu cerca de 10 mil pessoas conectadas.
O assunto foi apresentado pelo presidente da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e professor doutor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e agraciado com a medalha Frederico Herrmann Júnior do CRCSP, Edgard Cornacchione; e pelo professor doutor e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e do Centro Paula Souza, Napoleão Galegale. A moderação ficou a cargo do contador, empresário contábil, acadêmico da Academia Paulista de Contabilidade (APC) e ex-conselheiro do CRCSP (2020-2021), Adriano Gilioli.
Na abertura da exposição, Gilioli falou que os profissionais da contabilidade já possuem experiência no trabalho com ativos intangíveis. Contudo, a novidade é falar sobre esse assunto no contexto no ambiente do metaverso, que foi, justamente, a proposta da palestra. “Já tratamos de ativo intangível há muito tempo. Então, quando se fala para um contador hoje, de metaverso, de um ambiente virtual, de uma precificação disso, de uma contabilização, é um assunto que, para nós, já é normal. O que não é normal, logicamente, é o ambiente, o momento virtual, a tecnologia”, contextualizou.
As falas dos professores Edgard Cornacchione e Napoleão Galegale foram iniciadas a partir de uma simulação de reunião no metaverso, na qual o público pode entender um pouco mais sobre esse universo. Cornacchione informou que os atributos desse espaço imersivo, que são discutidos atualmente, já estão definidos e consolidados há décadas, como o ambiente virtual; os recursos de representação, que são os avatares; o mercado – marketplace –; a moeda, entre outros. “Esse conceito hoje é capaz de ser materializado com mais potência, com equipamentos, com artefatos, como os óculos de realidade virtual, como outros tipos de hardwares, softwares e telecom e nos dá uma chance de explorar com muito mais poder o efeito que isso traz para os negócios”, pontuou.
O professor Galegale falou sobre algumas situações que ainda precisam ser compreendidas e superadas em relação a essa inovação. “Toda essa inovação tecnológica traz junto todas essas questões econômicas, financeiras e contábeis. Os desafios acabam surgindo, com toda essa revolução, com essa tecnologia. O que a gente vê é um grande desafio para a área financeira, principalmente para a área contábil que possui dois polos, em relação a toda essa tecnologia. Há o polo de entender a tecnologia, para saber como que a riqueza das empresas, os valores vão ser gerados, como representar isso adequadamente e um outro polo que é usar essa tecnologia em benefício da própria contabilidade”, explicou.
O professor Cornacchione ainda fez uma análise sobre pontos de atenção para implantação e para a adaptação ao metaverso. O pesquisador ainda apresentou ao público alguns pontos que precisam ser avaliados, de forma crítica, como prioridades dentro da implantação dessa transformação digital. Entre esses itens estavam a mudança de sociedade e de comportamento; a experiência unificada que combine o on-line com o off-line; o mercado, que são as transações e contratos inteligentes; os meios de pagamentos, que são as criptomoedas; os registros de transações pelas blockchain; aumento da segurança; e ativos e tributação.
Outra observação feita por Cornacchione tratou da própria aceitação dessa nova tecnologia no ambiente de negócios. Segundo ele, para que o metaverso tenha sentido no mundo corporativo, é importante que se aprenda com o modo de transição para o e-commerce, o comércio virtual, com a chegada da internet comercial há algumas décadas. O professor informou que a internet comercial se estabeleceu no Brasil há cerca de 25 anos e que, dessa forma, muito aprendizado pode ser retirado desse período.
Contudo, o palestrante disse que a personalização da experiência corporativa e a empatia, para ele, são dois conceitos fundamentais que precisam ser considerados nesse processo. “Cada vez mais, queremos as coisas personalizadas, queremos que as empresas conheçam mais sobre nós. Então, eu vejo nesses dois elementos – na personalização da experiência e na empatia, que é aquele elemento humano – talvez [meios que] façam que essa transição seja bem-sucedida para as empresas que priorizarem esses elementos”, salientou Cornacchione.
Já o professor Napoleão Galegale falou que esse tema do metaverso é um desafio, assim como é toda tecnologia, até que ela seja absorvida. Durante a sua exposição, o pesquisador abordou assuntos como a economia virtual, os ativos digitais – o non-fungible token (NFT), o potencial de negócios, as empresas que fazem o metaverso, como investir em metaverso e desafios e oportunidades para os contadores e para a contabilidade.
Fonte: CFC.org.br
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