Inflação no Brasil: Saiba lidar com o imprevisível em 2022 e 2023

Na última semana, analistas do mercado financeiro elevaram a projeção para o crescimento econômico deste ano e reduziram a expectativa para a inflação.

A estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), responsável por medir a inflação oficial, passou de 7,67% para 7,54% neste ano. Em contrapartida, a previsão para 2023 avançou de 5,09% para 5,20% e essa foi a 15° alta consecutiva.

A estimativa do crescimento econômico para 2022 avançou para 1,75% (antes, 1,59% na semana passada) e 1,5% há um mês. Já quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, o número se aproxima da alta de 2% esperada pela equipe econômica do governo federal.

O que esperar entre o final deste ano e 2023? No que isso impacta os diferentes segmentos de negócios? Quais as principais estratégias que podem ser adotadas para driblar este momento delicado?

Com base principalmente na experiência de atendimento a empresas de diversos segmentos junto à MORCONE Consultoria Empresarial, norteando gestores na melhoria de seus processos internos, como a reestruturação logística, por exemplo, o CEO, Carlos Moreira, traz importantes insights para que as empresas aqui no Brasil possam implantar em sua dinâmica de trabalho.

Quais caminhos seguir para tentar driblar a inflação no Brasil?

Segundo novo relatório publicado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), há três semanas, a inflação do Brasil segue entre as maiores do mundo e bem acima da média das grandes economias do mundo.

Isso está afetando organizações do mundo todo que estão pensando em estratégias para conseguir lidar com esses tempos de imprevisibilidade da melhor maneira.

Você se sente inseguro quanto aos rumos que a sua empresa pode seguir nos próximos meses por conta da alta da inflação no Brasil? Existem alguns insights apontados por especialistas para que os gestores possam tomar as melhores decisões em tempos complexos.

Lidando com as imprevisibilidades – Quais estratégias adotar?

Em pesquisa realizada pela McKinsey sobre o sentimento do consumidor, foi mostrado que a confiança por parte dos consumidores caiu em fevereiro de 2022, já que 38% de 2.100 entrevistados disseram se sentir otimistas, abaixo de 44% em outubro de 2021.

Embora essa seja uma pesquisa estrangeira, muito se aplica também a outros países como o Brasil. Sabemos que os preços estão exorbitantes em nosso cotidiano, basta uma ida ao supermercado, por exemplo.

Mas como tirar algum benefício de uma situação desfavorável como essa?

Lideranças precisam estar atentas

Os líderes hoje têm o desafio de flexibilizar estratégias de acordo com as necessidades do mercado. A capacidade de tomar decisões rapidamente, fortalecer relações comerciais e prestar atenção ao que os consumidores acham mais atraente quando se trata de valor, é urgente, ainda mais em um cenário de mudanças velozes e de crise econômica.

Diante da volatilidade do mercado, cada mudança realizada precisa ser monitorada, avaliada de perto e ajustada rapidamente quando for necessário.

Rever preços é mesmo uma solução?

Quando se fala em inflação logo se pensa no aumento de preços, mas realmente essa é a melhor solução?

Depende muito do contexto da empresa, vamos supor que em vez de realizar um pedido grande, um cliente faça pedido em uma loja três vezes por semana, isso impacta em maior custo de envio, imagina mais cinquenta mil clientes com o mesmo comportamento, ou seja, há muitos elementos por trás do custo de produtos/serviços.

Em muitos casos, rever gargalos em processos na empresa já representa uma grande economia, assim como a atuação junto a fornecedores, reavaliar o valor da matéria-prima, pensar nos produtos que mais são vendidos e naqueles que não são tanto.

O poder de decisão dos clientes é o grande norteador de estratégias, assim como uma empresa pode optar por novos fornecedores, o cliente também pode buscar por produtos genéricos ou mais baratos.

Ações que costumam ser adotadas por empresas para driblar a inflação no Brasil

A comunicação clara com os consumidores é fundamental. Muitas empresas adotam a estratégia de reduzirem a quantidade de produto nas embalagens e essa ação é conhecida por reduflação.

Reduflação

Isso é muito comum a empresas de cosméticos, como é o caso da Natura e da O Boticário, por exemplo, em que existem as opções de refil para inúmeros produtos, que fazem os clientes economizarem nas compras, ou, o que também ocorre é encontrar o mesmo produto em diferentes quantidades, o que obviamente reflete no preço final.

No caso da aplicação dessa estratégia, os consumidores precisam ser claramente informados sobre a redução de quantidade de produto no rótulo, seguindo as normas do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Produto parecido, mas menor

Muitas marcas também optam por lançar produtos com embalagens parecidas com as dos principais produtos comercializados em sua linha, mas com quantidade por embalagem.

Nestes casos, por se tratar de um novo produto, não será necessário cumprir com exigências do CDC e essa é uma das razões pela qual empresas optam por essa estratégia.

Alteração de ingredientes

Outra ação comum a muitas marcas em situações de inflação é mudar a quantidade ou o tipo de ingrediente utilizado, como por exemplo, pode acontecer com os sucos de caixinha, que quando apresentam menor concentração de suco original da fruta, são transformados em “néctar”, essa ação reduz o custo de produção para a empresa, mesmo mantendo o preço ao consumidor.

Uma empresa que recentemente adotou essa estratégia foi a Nestlé, por meio do lançamento do leite condensado “Moça” chamado de “Moça para toda a família”, sendo um composto de “mistura láctea condensada de leite, soro de leite e amido”.

Essas informações precisam estar claras no rótulo do produto.

Qualquer tipo de ação como essa é delicada para as empresas e pode afetar o relacionamento com os clientes se a comunicação não for bem pensada.

Como empresas podem obter soluções práticas para ajudar no período de alta inflação?

Alguns recursos são muito importantes como a mentoria empresarial que oferece o direcionamento por meio de um profissional experiente com ampla visão de mercado e a consultoria empresarial, responsável por um trabalho mais complexo, atendendo às principais demandas da empresa e auxiliando para que possa ser reestruturada para caminhar de forma saudável no mercado.

Fonte: Jornal Contábil
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