Você sabia que só de pegar um currículo e em apenas poucos segundos já é possível ter diversas informações sobre o profissional que o enviou? É isso mesmo. O documento, que é o passaporte para uma possível entrevista de emprego, precisa ser estrategicamente elaborado, pois diz muito a respeito de quem o elaborou.
“Usualmente, currículos bem organizados, com linguagem direta e um layout agradável reportam a uma pessoa que tem esmero e atenção a detalhes, além de senso estético. A maneira como ele é escrito revela, inclusive, traços e elementos que indicarão sua forma de comunicação”, observa o headhunter e CEO da Prime Talent Executive Search, David Braga, com ampla experiência na seleção de executivos de alta performance.
Segundo ele, o currículo é a porta de entrada para o primeiro contato com uma empresa. Esteja ele disponível em sites de procura de vagas, impresso em papel, criado em aplicativos de design ou mesmo em redes sociais com foco profissional. “O currículo precisa apresentar quem você é. Se houver erros de ortografia, por exemplo, com certeza, a percepção será de que, no mínimo, o candidato não é tão atento à qualidade. Ao elaborar seu currículo, tenha atenção também ao formato minimalista demais, super objetivo e com parcas informações. Tendem a indicar, geralmente, que pertencem a alguém com comunicação reduzida e pouca articulação”, ensina.
Diante disso, é importante lembrar que o currículo deve conter um relato preciso e detalhado, mas de forma clara, coesa e com dados quantitativos e qualitativos. “Quando você investe tempo na elaboração desse conteúdo, ele serve como um roteiro para contar um pouco sobre a sua história. E ninguém melhor do que você para relatar sua trajetória profissional, não é mesmo?”, diz Braga.
Uma dica que o headhunter dá é: em vez de se alongar na descrição de todas as atividades que você desempenhou em cada posição exercida ao longo da carreira, o melhor é investir em expor como entregou os resultados. “Isso é o mais o relevante, ou seja, o “como” e, não tanto, o “quê”. Assim, você poderá contextualizar qual cenário encontrou ao chegar à área, de que maneira atuou e com quantos colaboradores trabalhou, se tiver feito gestão de pessoas, por exemplo”, acrescenta.
“Tamanho não é documento”, já diz o ditado. Então, não se preocupe em preencher o currículo com menções inúteis. “Não precisa falar que sabe outros idiomas, como italiano, mandarim ou espanhol, se estiverem no nível básico. Mas é aconselhável explicitar em que nível está quanto à fluência na língua inglesa, muito valorizada no mundo corporativo”, diz David Braga, acrescentando que, nesse caso específico, se você tiver nível básico e a posição necessitar de fluência, você e o entrevistador não perderão tempo.
Isso também vale para comentários de que você conhece ou domina o Pacote Office (Word, Excel e Power Point) e internet. “Em pleno 2022, é o mínimo que um profissional precisa saber. Como você pode perceber, o currículo tem que ser direto e elegante, com informações precisas. Lembre-se de que juntamente com o seu, estarão vários outros. Portanto, a grande pergunta é: por que chamar você para a entrevista? Dessa forma, já comece a se mostrar relevante pelo seu currículo”, complementa o headhunter.
Por David Braga é CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent Executive Search.
Fonte: Jornal Contábil
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