O ritmo de crescimento das pequenas e médias empresas (PME) desacelerou no começo do segundo semestre, revela o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) divulgado em 22/08. De acordo com o indicador, a movimentação financeira real das pequenas e médias empresas cresceu 0,7% na comparação entre os doze meses entre julho de 2022 e do ano anterior. De junho para julho deste ano, houve expansão de 1,1%.

“O ambiente de negócios marcado por inflação pressionada e juros em alta prejudica a evolução do consumo e dos investimentos, o que se reflete diretamente na evolução das pequenas e médias empresas brasileiras”, comenta Felipe Beraldi, gerente de indicadores e estudos econômicos da Omie. Segundo o executivo, o desempenho de julho do IODE-PMEs configura uma desaceleração do mercado de PMEs em relação ao observado nos primeiros cinco meses de 2022.

Serviços em queda

A perda de fôlego das PMEs foi puxada pelo setor de Serviços, que reúne a maior parte dos CNPJs ativos. O faturamento do setor caiu 4,5% entre julho deste ano e o do ano passado, de acordo com o indicador setorial do IODE-PMEs. Além disso, o setor de Serviços registrou queda pelo segundo mês consecutivo.

As quedas mais significativas de Serviços foram em ‘Atividades imobiliárias’, ‘Atividades profissionais, científicas e técnicas’ e ‘Infraestrutura’.

Indústria e Agro em alta

Os destaques positivos do período foram na Indústria, que avançou 6,4% no período anualizado encerrado em julho, e Agropecuário, com alta de 19%.

Os destaques subsetoriais da Indústria foram em ‘Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados’ e ‘Fabricação de produtos de minerais não metálicos”.

Comércio em alta, mas…

Na mesma base de comparação anualizada e encerrada em julho, o faturamento do setor de Comércio cresceu 2,7%. Analisando os indicadores anteriores, Beraldi revela uma tendência de desaceleração também neste setor. “A forte subida dos preços na economia, sobretudo de itens básicos, como alimentos, também prejudica a evolução do Comércio ao corroer o poder de compra das famílias”, analisa.

O especialista argumenta que as condições para o consumo estão mais adversas, com destaque para a intensa subida de juros promovida pelo Banco Central nos últimos meses. “A alta dos juros tem efeito direto na economia real, ao prejudicar a tomada de crédito e dificultar a evolução do consumo da população”, reforça.

No curto prazo, o setor de Comércio deve manter o seu faturamento, de acordo com Beraldi. Ele aponta como causas a queda da pressão inflacionária (queda dos preços de combustíveis) e novas medidas fiscais do governo para incentivar o consumo (auxílio-Brasil).

O índice Omie

Elaborado pela Omie, o IODE-PMEs é um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais. Para compilar os dados, a equipe econômica da Omie monitora 637 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 100 mil. Os dados são deflacionados com base nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como base o índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.

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Fonte: Portal Contnews
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