Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostram que, em agosto, o Brasil registrou uma deflação de 0,36%, após registrar queda também em julho, de 0,68%.
A deflação é a inflação negativa, que sinaliza uma queda média dos preços — em agosto, ela foi reduzida principalmente pelo grupo de transportes, onde entram os valores dos combustíveis e passagens aéreas.
Por outro lado, sete das nove áreas pesquisadas pelo IBGE tiveram alta em agosto. Entre eles, alimentação e bebidas, que continuam registrando escalada de preços.
A deflação é uma boa notícia para o bolso do consumidor, que paga menos em alguns produtos — no caso dos combustíveis, a redução dos preços neste grupo pode ter impacto em outros setores no futuro.
A inflação é um ponto que vinha preocupando no Brasil por causa da alta contínua. Os valores continuam elevados, mas a alta está diminuindo. Em 12 meses (de agosto de 2021 a agosto de 2022), o acumulado é de 8,73%. Considerando só este ano (de janeiro a agosto), a inflação é de 4,39%.
O que fez a inflação cair?
A queda no IPCA foi puxada principalmente pela redução nos preços de combustíveis (-10,82%). A desaceleração era esperada após a Petrobras anunciar redução de preços nas distribuidoras.
Além disso, desde junho, houve a redução do ICMS sobre serviços essenciais, como energia elétrica, comunicações e combustíveis.
No momento atual da economia brasileira, a deflação é bem-vinda, pois dá um alívio para os consumidores, melhora o poder de compra e estimula o consumo. A inflação negativa pode ser um risco apenas se ela for muito duradoura, por um ano inteiro, por exemplo. Aí provoca efeito contrário.
As indústrias podem parar de produzir porque o preço de venda não é o que elas desejam. Isso causa desemprego (por causa da redução de produção) e a economia vai parando. Isso poderia virar um ciclo vicioso. Com mais demissões, o consumo se reduz mais ainda, e as indústrias acabam cortando a produção de novo. É um efeito dominó.
E você pode estar se perguntando: mas é melhor ter inflação então? Segundo os economistas, o ideal é ter uma inflação baixa, razoavelmente estável, mas positiva. Esse número mágico seria na casa dos 2% a 3% ao ano.
Por que a inflação para o consumidor é diferente da oficial?
Os índices de inflação são usados para medir a variação dos preços e o impacto no custo de vida da população.
A inflação que as pessoas sentem no bolso pode ser maior ou menor do que o índice oficial. Isso é normal e não quer dizer que o dado oficial seja fraudado.
O índice geral é calculado com base em uma cesta de produtos (como tomate, sabonete e celular, por exemplo) e serviços.
As cestas dos índices são formadas a partir de pesquisas. A do IPCA e INPC, por exemplo, derivam da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), feita pelo IBGE, mas cada índice dá um peso próprio a estes itens.
Cada item dessa lista tem um peso relativo no índice geral. Se o preço do tomate sobe 50%, o consumidor paga isso, mas a inflação geral não será de 50%, porque o tomate tem uma certa influência na cesta, mas existem muitos outros produtos a serem considerados nessa conta. É uma combinação disso que faz chegar ao índice.
Cada pessoa consome uma quantidade, um tipo e uma marca diferente de cada produto. Por isso o cálculo é complexo.
Diferentes índices: Esses produtos e seu peso variam conforme a faixa de renda da população. Por isso, existem diferentes índices de inflação. O mais citado é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), usado como “oficial” pelo governo. Quando se fala que a meta da inflação está sendo cumprida ou estourou é a esse índice que se refere.
Mas há muitos outros, como INPC, IPC-Fipe, IPC-S e IGP-M. Cada índice tem uma metodologia diferente, e a medição é feita por diversos órgãos especializados, como o IBGE, a FGV e a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Entre as diferenças de método, estão os dias em que os índices são apurados, os produtos que incluem, o peso deles na composição geral e a faixa de população estudada.
Fonte: com informações do UOL
Fonte: Contábeis
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