O café é mais que um produto, é um traço da identidade nacional – e uma “marca” que é reconhecida no mundo inteiro e que pode ser aperfeiçoada para levar o nome do Brasil de forma ainda mais marcante para os mercados internacionais. É esse o espírito da 3ª edição do Coffee Nation, que tomou conta da centenária Casa França-Brasil, localizada no Centro do Rio de Janeiro, neste sábado (15) e domingo (16). O evento promoveu a cultura cafeeira brasileira com destaque para os cafés especiais e orgânicos, mirando o mercado interno e o externo. O Sebrae não poderia ficar de fora e é um dos principais patrocinadores do evento.

“O interesse do Sebrae é apoiar os pequenos em toda a cadeia de produção do café até o fim, com os baristas, visando sempre a internacionalização do produto. Assim, o café pode e vai trazer uma renda maior que aquela produzida pelo café do tipo commodity”, argumentou o Diretor-superintendente do Sebrae Rio, Antônio Alvarenga, que usou a experiência fluminense para exemplificar o caminho adotado pelo Sebrae, de apostar no especial, no específico, no diferente, em vez de apenas na quantidade: “Aqui no Rio, nós sabemos que não vamos produzir muito, mas vamos produzir com qualidade”.

O cafezinho que vira um cafezão
A analista do Sebrae, Carmen Lucia Souza, reforça que hoje há mais IGs associadas ao café que ao vinho, no Brasil. Fotos – Andre Cyriaco

O Sebrae atua na qualificação de toda a cadeia produtiva, com cursos que abrangem desde a plantação até o comércio. Se num primeiro momento o importante era ensinar a melhorar cada uma dessas etapas, como a torra do grão, o barista, o provador do café, agora o foco é a conexão entre esses elos da cadeia. Foi o que explicou a analista-técnico e gestora de projetos de Café do Sebrae Nacional, Carmen Lucia Souza, que disse que o café brasileiro está sendo testado e aprovado em concursos internacionais.

“Se o café é de origem da Etiópia, hoje ele é também brasileiro, seu maior produtor mundial e seu segundo maior consumidor. O café é quase uma unanimidade, presente em 90% das residências do país”, contou.

Ela falou ainda sobre as facilidades de venda direta do produtor. Eles podem criar associações, com direito a marcas coletivas, e ainda assim o comércio ser feito diretamente com o produtor, sem qualquer atravessador. “O nosso cafezinho do dia-a-dia vira um cafezão”, brincou, ressaltando a qualidade dos produtos, com o trabalho de indicação geográfica – hoje há mais regiões desse tipo associadas ao café que ao vinho, no Brasil, de acordo com Carmen.

Apesar dessa qualidade, o café não precisa se transformar em um produto esnobe, ou restrito a poucos. O ponto do trabalho dela é outro: o resgate das tradições. “O futuro tem gosto do passado” defendeu Carmen. “O papel do Sebrae é gerar riquezas a partir do café, e levar dignidade para o produtor, além de alavancar outros setores, como o turismo, o hoteleiro, o gastronômico…”.

No evento, o Sebrae contava com uma área de cerca de 50 metros quadrados, com cinco estandes de produtores de diversas regiões, como o Rio, várias áreas de São Paulo, a região vulcânica de Minas Gerais e até mesmo a Chapada Diamantina, na Bahia. “Até no Ceará, um estado nem sempre associado com o café, temos produções centenárias e indicações geográficas”, lembrou Carmen.

Criadora e até hoje a pessoa por trás do Coffee Nation, Martina Barth d’Avila reforçou o objetivo do evento, de levar conhecimento ao público em geral sobre as marcas especiais, criar conexões entre os próprios fabricantes e divulgar as marcas, sem se esquecer, em nenhum instante, da preservação de meio ambiente, ponto ressaltado a todo momento. “Compensamos toda a nossa pegada de carbono do evento com a plantação de árvores no Acre”, contou, lembrando que um dos focos é incentivar uma cafeicultura economicamente sustentável, bem aos moldes dos mercados internacionais, como a França.

Esse tipo de preocupação já recebe louros. Este ano a Collectif Café, uma associação francesa ligada a toda a cadeia de produção indústria cafeeira, do plantio à xícara, premiou uma cooperativa brasileira do sul do Espírito Santo, chamada Café Sul. Desde 2012, a Café Sul valoriza as mulheres produtoras e as encoraja na produção de café de qualidade superior. Em 2018, como fruto desse trabalho, foi lançado uma marca tocada só por mulheres, a Póde Mulheres, que com o jogo de palavras quer também ressaltar o processo de empoderamento feminino. Com o prêmio recebido, a cooperativa vai aumentar a capacidade de secagem dos grãos. Tudo para mostrar o quanto o companheiro do dia-a-dia pode ser também uma alegria cotidiana.

 

Fonte: SEBRAE
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