A palavra câncer já carrega uma sonoridade pesada, de modo que ouvir a palavra já causa arrepios em qualquer um. Independente da condição da doença (benigna ou maligna), pensar em escutar um diagnóstico deste âmbito inevitavelmente é algo assustador, por mais que milhares de pessoas no mundo já tenham vencido a doença, até mesmo em cenários mais graves.
No entanto, é justamente por esse teor aterrorizante que a enfermidade é vastamente conhecida no Brasil e no mundo, e assim como qualquer coisa muito popular, surgem diversos questionamentos e perguntas intrigantes sobre o tema. Dentre elas, cabe destaque para a dúvida referente ao por que algumas pessoas possuem diferentes tipos de câncer, ao longo da vida.
A ênfase na dúvida surgiu após o falecimento da jornalista da Jornalista Susana Naspolini, que ocorreu na última terça-feira (25). Em suma, a profissional vinha lutando contra vários tipos de câncer desde os 18 anos de idade. De lá pra cá, foram, ao menos, 6 tratamentos, contando desde o diagnóstico inicial.
Conforme a fala do oncologista da Beneficiência Portuguesa, Fernando Moura, pessoas diagnosticadas com linfoma de Hodgkin (primeira faceta da doença que atingiu Susana), possuem um risco até quatro vezes maior de desenvolver um segundo tipo de câncer.
Entenda como acontece a maior probabilidade de ter outro câncer
Dentre as razões apontadas por especialistas ouvidos pelo portal R7, o fenômeno ocorre devido à probabilidade de Metástase, que é quando o tumor se espalha de um órgão para o outro. Sobre o processo, as células cancerígenas se deslocam do tumor primário, e passam para corrente linfática ou sanguínea, sendo encaminhadas a outro local.
Segundo Moura, este foi exatamente o caso de Susana. “Conforme os relatos da jornalista que foram divulgados ao longo do seu tratamento, podemos dizer que ela enfrentava uma doença já com metástases, nos ossos e no fígado”, explica o especialista. O oncologista acrescenta que o câncer volta após o tratamento inicial, pois, a célula neoplásica atingiu o sistema linfático ou a corrente sanguínea.
Outro motivo para a reincidência da doença, dessa vez trazido pela cirurgiã oncológica da Unidade Morumbi do Hospital Leforte, Marina Canal Budib, seria uma certa “ predisposição genética para alguns tipos de tumor”, podendo “ter mais de um tipo de tumor, e há tumores que são metastáticos”, diz a cirurgiã.
Tomando como exemplo “um câncer de mama que pode ir para o pulmão, para o osso, para a pleura (espécie de revestimento dos pulmões) ou para o sistema nervoso central, porque é um comportamento sistêmico”, acrescenta.
Tratamento
Conforme a fala trazida pelos especialistas, todo e qualquer tratamento de câncer tem como objetivo potencializar as chances de cura da doença. No entanto, em casos onde isso não é possível, as medidas adotadas estão direcionadas ao controle dos sintomas, e pelo zelo à qualidade de vida do sujeito.
Ainda conforme os profissionais, o tratamento sempre varia, em geral conforme o estágio da doença. Em casos mais graves, por exemplo, a conhecida quimioterapia é uma importante ferramenta, quanto ao controle dos sintomas.
Já em situações de câncer de mama, quando o quadro clínico ainda está em estágio inicial, sempre terá a implicação de uma cirurgia. Pode ser que haja necessidade de tratamentos complementares, como medicações via oral e até mesmo quimioterapia.
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Fonte: Jornal Contábil
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