Manter uma empresa no caminho do crescimento é uma tarefa árdua que demanda conhecimento, dedicação e principalmente decisões assertivas e racionais no momento certo. O adiamento na mudança de rota ou aquele famoso empurrãozinho dos problemas para debaixo do tapete pode fazer com que o executivo demore a perceber que o faturamento está cada vez mais baixo, o lucro deixou de existir e a insatisfação de clientes e funcionários está cada vez maior; como consequência, dívidas se avolumando e o começo de um cenário que leva muitas empresas a terem a falência decretada.
De acordo com Serasa Experian, desde o início da pandemia, o número de empresas que decretaram falência nos primeiros oito meses deste ano atingiu o maior patamar da história. De janeiro a agosto foram 474 falências decretadas, 9% mais que nos oito primeiros meses de 2021 e 1,5% acima do mesmo período de 2020. No Brasil, há uma particularidade entre os gestores que costumam insistir até o último segundo na tentativa de salvar o negócio sem buscar ajuda externa especializada, o que fazem apenas quando já há uma situação de pré-falência instalada.
Segundo Max Mustrangi, sócio fundador da Excellance – Gestão de Turnaround e Reestruturação – há muitas empresas estagnadas no Brasil, contudo, continuam passivas buscando nos fatores macroeconômicos a explicação para os maus resultados. “Não faz sentido que um negócio que está correndo risco de entrar em falência pense em objetivos de médio ou longo prazo, os empresários pecam quando tomam decisões tardias para efetuar essas mudanças estruturais. É como quando ficamos doentes: quanto mais protelamos o tratamento, pior a evolução da doença, mais dura será a recuperação e maior será o risco de continuidade tal qual em um negócio”, compara.
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O especialista que trabalha no modelo de gestão interina assumindo a gestão como um todo com um time de especialistas de primeira linha, destaca alguns pontos de alerta que podem evidenciar a necessidade de um turnaround, entre eles, a perda de participação no mercado, aumento do endividamento, queda da rentabilidade, redução do caixa, aumento recorrente da necessidade de financiamentos, rejeição por parte dos consumidores, alto “turnover” dos executivos, queda da satisfação dos clientes, aumento de reclamações de mercado, e prejuízos frequentes que vão castigando a condição financeira da empresa.
Para não tomar decisões tardias, Max Mustrangi destaca seis passos que devem ser analisados na sua empresa antes de uma possível crise, veja:
Busque sempre realizar um diagnóstico da situação atual da sua empresa
Para Mustrangi, os empresários devem sempre se questionar sobre o caminho que a companhia está seguindo. Mapeie desde as fragilidades a causas subjacentes da sua empresa, e entenda por que ela vai mal. Feito isso, aceite o problema (caso exista), livre-se das culpas, tome decisões assertivas e aceite soluções novas sempre pautadas na razão, aconselha o especialista.
Corrija erros da companhia
Faça um levantamento rigoroso de todos os setores da companhia, assim ficará mais fácil identificar quais são os pontos de melhoria que precisam ser aplicados em cada setor. Max explica que isso melhora os processos de forma geral. Uma vez que o gestor identificou o que realmente precisa de atenção para mudar de rumo da empresa, ele não perderá tempo com outras demandas.
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Reduza custos e estruturas sem medo
Após identificar os gargalos, elimine o que não agrega valor e enxugue gastos desnecessários. Nesse cenário, às vezes é preciso dispensar colaboradores com baixo desempenho, reduzir estruturas organizacionais, livrar-se de unidades de negócios não rentáveis ou que não tenham alinhamento com o core Business, terceirizar setores, reverter terceirizações, entre tantos outros. Lembre-se, o foco neste momento é manter a empresa viva.
Separe o pessoal do empresarial
Esse é um dos maiores desafios, mas para sua empresa manter-se em destaque no mercado, é importante que as emoções fiquem um tanto de lado para que o executivo possa tomar decisões impopulares. Isso porque desligamento de pessoas, downsizing da empresa e eliminação de projetos acabam sendo postergadas, quase sempre por questões emotivas. As lideranças não gostam de se indispor com a organização e seguem com isso para preservar o status quo em troca de um pseudo rede de segurança pessoal em detrimento da saúde do negócio.
Faça plano de negócios direcionado ao caixa e foque nele
Mustrangi alerta que é importante garantir que o caixa da empresa exiba resultados positivos. “Se a empresa está quebrando, o esforço de caixa tem que ser direcionado para manter a empresa viva, eliminando tudo o que não agrega valor e que não ajuda na geração de caixa no curto prazo”, explica.
Para isso, é possível fazer um plano de negócios direcionado ao caixa, assim o empresário consegue eleger prioridades de pagamento com o foco em manter a empresa de pé. “O fluxo de caixa é um processo de gestão que demonstra a soma das suas entradas (ganhos) e saídas (despesas/custos) em um período. Quando você usa seu fluxo de caixa como uma ferramenta de gestão, antecipando furos ou desencaixes de caixa, você antecipa períodos e/ou impasses na sua empresa com tempo hábil para buscar alternativas, dado que o tempo é finito e sempre cobra a sua conta”, resume.
Mensure os resultados
Sempre que fizer análises e mudanças na sua empresa, certifique-se que as medidas tomadas estão sendo eficazes em levar a companhia a um caminho diferente do qual se encontrava. Para não correr esse risco, é necessário acompanhar as métricas, metas, indicadores de desempenho e todos os dados que certifiquem que as mudanças estão impactando positivamente no negócio, caso contrário, você precisará tomar medidas mais rigorosas. Ainda nesse cenário, é fundamental o envolvimento de todos nesse processo. Fomentar a cultura de transparência e de propósito no time é essencial para o xeque-mate de possíveis crises.
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Por fim, se o executivo não enxergar saída ou se tiver dificuldades em tomar decisões racionais ou continua apegado à gestão antiga, chegou o momento de acionar um profissional de turnaround imediatamente. Só assim, será possível se desprender de processos equivocados e colocar a empresa de volta no caminho do crescimento sustentado,” conclui Max Mustrangi.
Por Max Mustrangi, Com vasta experiência na Gestão de Negócios em diversos setores da economia, Max Mustrangi é sócio fundador da Excellance, uma boutique de Gestão especializada na Recuperação da Performance Financeira, Mercadológica, Operacional e Estratégica de empresas.
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Fonte: Jornal Contábil
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