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Um rombo financeiro nas lojas Americanas deixou perdas bilionárias em valor de mercado, com efeito para milhares de investidores, grandes e pequenos.

A crise começou quando a Americanas comunicou um erro na sua contabilidade no valor de 20 bilhões de reais, e falou que esse problema ocorre há vários anos.

Na prática, isso significa que ela está muito mais endividada do que se pensava e não tem dinheiro para tapar o rombo. O anúncio pegou todo mundo de surpresa, inclusive os bancos.

E não foi somente a Americanas que saiu perdendo nesta história, no final, todo mundo agora é “suspeito”. Isso porque a crise na Americanas acendeu um alerta aos bancos.

A partir de agora as instituições financeiras farão analises muito mais rigorosas para fazer empréstimos, por exemplo, tanto para pessoas físicas como jurídicas, inclusive pequenos empresários.

O Jornal Contábil, fez apurações no mercado e conversou com especialistas, e essas analises profundas no histórico de seus clientes, já começou, e logo começará a impactar principalmente a vida das pequenas empresas.

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Risco sacado

O problema da super varejista Americanas, tem relação com uma operação financeira conhecida como “risco sacado”. Essa operação é comum no varejo.

Funciona assim: uma empresa pega dinheiro emprestado com um banco para comprar de fornecedores. O banco paga aos fornecedores, e a empresa paga ao banco o dinheiro financiado, com juros.

O problema é que isso não foi informado corretamente no balanço financeiro da Americanas. E distorceu os resultados da empresa nos últimos anos. O que foi realmente passado aos bancos eram despesas e endividamentos disfarçados com valores menores do que eram na realidade.

O lucro e o patrimônio líquido, no qual é a diferença entre seus bens e suas obrigações financeiras, foram inflados. Na verdade, a situação da empresa era pior do que se imaginava inicialmente, porque seu patrimônio pode ser insuficiente para pagar suas dívidas.

Com isso, os bancos que emprestaram dinheiro para a Americanas também podem sair no prejuízo, a varejista tem dívidas com 9 bancos totalizando R$ 22 bilhões de reais. 

Um destes bancos, o BTG Pactual, foi à Justiça para reverter uma decisão judicial que congelou por 30 dias a cobrança antecipada das dívidas bancárias da empresa. 

Esse pedido foi feito pela Americanas alegando que com um endividamento de 43 bilhões de reais, pagar os bancos poderia gerar um tratamento desigual entre seus credores e fazer a empresa ruir.

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Batalha judicial entre bancos e a Americanas 

A partir de agora, cresce a batalha judicial, as ações partem dos bancos, que pedem que membros do Conselho de administração prestem depoimento na justiça e exigem uma auditoria independente em toda a empresa.

Uma escalada jurídica que revela que os bancos foram os maiores atingidos pelo rombo no caixa da Americanas. As instituições financeiras costumam ter critérios rigorosos de análise de risco capazes de uma leitura minuciosa sobre a saúde das empresas antes de liberar qualquer dinheiro.

No caso da americanas foi diferente, é para os bancos que a empresa mais deve, são nove ao todo e juntos tem a receber mais da metade de toda dívida declarada pela varejista na recuperação judicial.

Os bancos alegam que foram enganados por uma manobra contábil, no balanço a Americanas lançava dívidas financeiras que incluem juros a pagar, como se fossem compras feitas de fornecedores, isso fazia com que as agências não conseguissem ver a capacidade real da Americanas de honrar com novas operações contratadas com eles.

Foi dessa maneira que a Americanas teria conseguido acumular dívidas bilionárias com diferentes bancos ao longo de anos, o Bradesco lidera a lista com 4,5 bilhões a receber, depois aparecem: Santander, BTG e Votorantim para quem a empresa deve algo em torno dos 3 bilhões.

Itaú e Safra fecham o ranking das instituições financeiras privadas. O Itaú disse ser leviana a tentativa de atribuir aos bancos a responsabilidade sobre a gestão contábil da varejista após a empresa alegar que nunca foi apontado pelos bancos qualquer irregularidade.

O que vemos aqui, é uma batalha jurídica épica, dado o calibre dos participantes, que envolve alguns dos grandes nomes do mundo da economia brasileira.

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Fonte: Jornal Contábil
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