A Polícia Federal prendeu na manhã de hoje, dia 02, o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) em Petrópolis, no Rio de Janeiro. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão do descumprimento de medidas cautelares também definidas pelo tribunal. Entre essas medidas estão o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais.
O ministro do Supremo destacou que o ex-deputado danificou a tornozeleira eletrônica que tinha de usar e continuou com ataques ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral, “colocando em dúvida o sistema eletrônico de votação auditado por diversas organizações nacionais e internacionais”.
Policiais Federais encontraram mais de R$ 270 mil em dinheiro vivo na casa do ex-parlamentar no momento da prisão.
Com apoio de Bolsonaro, Daniel Silveira se candidatou ao Senado pelo Rio de Janeiro, em outubro de 2022. Ele recebeu 1,5 milhão de votos, mas não se elegeu. Com isso, ficou sem mandato e perdeu o foro privilegiado na quarta (1º), quando os novos parlamentares tomaram posse.
Afinal, quem é Daniel Silveira?
Envolvido em muitas polêmicas, o político ficou conhecido porque, antes das eleições de 2018, viralizou nas redes sociais um vídeo em que quebrava uma placa que homenageava Marielle Franco, vereadora assassinada em 14 de março de 2018.
Todavia, antes de ser candidato a deputado, Daniel Silveira ficou famoso nas redes sociais durante os anos em que serviu à Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro (PMERJ),
Porém, sua atuação como policial foi bem problemática. Ele mesmo confessou ter sido preso ao menos 90 vezes durante sua carreira como policial. A maioria das detenções foram por insubordinação.
Como parlamentar, a carreira também foi cercada de episódios polêmicos. Entrou em escolas sem autorização e usando de truculência, discursos agressivos no plenário e até mesmo quebrou o celular de um jornalista ao lhe fazer perguntas mais incisivas.
Em 2020, seu alvo foi o Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião foi instaurado inquérito para investigar quem financiava atos para a instalação de um novo AI, e o deputado estava entre os investigados. Este foi arquivado por Alexandre de Moraes e depois aberto novo inquérito contra fake news nas redes sociais.
Mais tarde, Daniel Silveira atacou os ministros do STF em declarações bem ofensivas e teve sua prisão preventiva decretada. Um ano depois, ele foi condenado pelo plenário da Suprema Corte.
Sua prisão preventiva se encerrou no dia 14 de março de 2021, quando foi substituída por uma prisão em regime domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica. No dia 24 de junho, tentou romper o lacre da tornozeleira, ficando novamente preso até o mês de novembro, quando foi solto e autorizado a falar novamente com a imprensa, mas ainda impedido de produzir conteúdo nas redes sociais e de participar de eventos.
Daniel Silveira evitou falar em público até o dia de seu julgamento no STF, no último dia 20. A decisão foi por 10 votos a 1, pela condenação. O único ministro que votou pela sua absolvição foi o ministro Nunes Marques, um dos dois magistrados indicados por Jair Bolsonaro. No dia seguinte, sua pena foi anulada por Jair Bolsonaro, que lhe concedeu graça constitucional.
Desde abril de 2022, Daniel Silveira é réu no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos.
Silveira, inclusive, já foi flagrado tentando fugir de uma detenção. Ele pulou o muro de sua casa quando percebeu os policiais que chegavam para cobrar o não pagamento de uma fiança de R$100 mil fixada por Alexandre de Moraes por violações do uso da tornozeleira eletrônica.
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Fonte: Jornal Contábil
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