Contabilidade Analítica e Geral: quais as diferenças?

A contabilidade é um elemento essencial das operações diárias de todas as empresas: além de cumprir certas obrigações impostas pela legislação, oferece informações importantes sobre o estado de saúde das contas e sobre o desempenho da empresa.

Daqui surge a necessidade das empresas conseguirem gerir os processos contabilísticos empresariais de forma simples , automática e mais segura possível.

Nestas páginas já tratamos da relação entre contabilidade e ERPs de nova geração : o foco do artigo de hoje será, ao contrário, esclarecer os conceitos de contabilidade geral e analítica, sobretudo identificando suas diferenças e diferentes finalidades .

 

Contabilidade Geral

A Contabilidade Geral é uma prática obrigatória para efeitos da lei para a correta manutenção dos registos contabilísticos, necessários à apuração dos impostos e à preparação das demonstrações financeiras, úteis para traçar a evolução geral da empresa. O centro de interesse da contabilidade geral é a atividade e o desempenho passados: considera normalmente todas as atividades do ano anterior, cujos lançamentos serão repartidos pelas diversas rubricas das demonstrações financeiras, discriminadas segundo a sua natureza .

Dada a natureza ‘histórica’ do razão geral, uma vez que a informação que produz se refere ao ano anterior, os dados que fornece têm uma utilização limitada, uma vez que chegam muito tempo depois dos eventos operacionais que lhe deram origem.

As informações produzidas por esse tipo de contabilidade são exclusivamente econômico-financeiras, podendo relatar pouco ou nada sobre a eficiência dos processos ou sobre o que pode ser melhorado na empresa.

Outra consideração importante é que, sendo obrigatória por lei, deve obedecer a critérios e limites precisos na sua exposição : as regras civis impostas pelo legislador dizem respeito à elaboração do balanço, da demonstração de resultados, da demonstração dos fluxos de caixa e da nota explicativa .

 

Contabilidade Analítica

A contabilidade analítica, por outro lado, configura-se como uma prática paralela à da contabilidade geral: não há lei que a imponha e não há regras escritas para sua elaboração, permitindo assim certa liberdade na forma de prestação de contas adotada. A informação que produz não é ‘oficial’ e destina-se exclusivamente a pessoas singulares da organização da empresa, normalmente Gestores, Quadros intermédios e Direção Geral.

O objetivo da contabilidade analítica é responder a necessidades específicas de informação: de fato, ao combinar dados econômico-financeiros com os KPIs da empresa , permite verificar o andamento de um produto, uma linha de produtos ou um departamento, desagregando cada ramo ou empresa atividade nos centros de interesse mais significativos da empresa.

Os dados que fornece permitem, portanto, identificar quais atividades, setores ou produtos geram margens, quais são negativas ou cujo desempenho é muito ruim.

Outro diferencial consiste no fato de que a Contabilidade Analítica não se limita a olhar para o passado: na verdade, ela também permite focar no desempenho presente e futuro, configurando-se assim como uma valiosa ferramenta de apoio às decisões estratégicas de gestão.

Deste ponto de vista, a Contabilidade Analítica ultrapassa os limites da geral, que se detém numa mera análise financeira da empresa, aliás não apresenta muita informação útil para a tomada de decisões empresariais informadas: produzir relatórios ad hoc, divididos por cada setor, produto relevante ou unidade de negócios, fornece informações valiosas aos gestores para melhorar a produção ou as vendas.

 

Diferenças entre Contabilidade Geral e Analítica

Então, quais são as principais diferenças entre Contabilidade Geral e Analítica?

A distinção mais significativa a fazer diz respeito aos destinatários e finalidades dos dois diferentes tipos de Contabilidade.

Por um lado, a contabilidade geral produz informação dirigida para o exterior da organização, geralmente para bancos, fornecedores, Estado e analistas financeiros: põe assim à disposição destes operadores informação sobre a saúde da empresa, respondendo também às exigências legais obrigações contidas no Código Civil.

Por outro lado, a contabilidade analítica direciona seu fluxo de informações para os assuntos internos da estrutura organizacional corporativa: essas informações fornecem indicações úteis sobre os objetivos a serem perseguidos, sobre os desvios deles e sobre os desempenhos obtidos até o momento.

Outras distinções dizem respeito:

– à natureza opcional da contabilidade analítica, em comparação com a natureza obrigatória da contabilidade geral;

– dada a obrigatoriedade da Contabilidade Geral, esta deve obedecer às regras precisas na apresentação dos dados (através do sistema de partidas dobradas), como por exemplo o horizonte temporal de um ano;

– A Contabilidade Analítica oferece uma certa discricionariedade no que diz respeito à produção de relatórios: não só não está sujeita a qualquer obrigação de elaboração, como pode fixar o seu próprio horizonte temporal de forma autônoma e livre, em função do objetivo definido.

  • Dada a necessidade de fornecer dados precisos sobre o desempenho da empresa a entidades externas, a contabilidade geral examina apenas os dados expressos de forma numérica, enquanto a contabilidade analítica também considera outros fatores, traduzindo-os em parâmetros mensuráveis e utilizando-os para suas próprias análises;
  • A Contabilidade Industrial Analítica também permite realizar análises sobre a evolução dos custos fixos e variáveis, o que não é possível com a contabilidade geral.

 

Os propósitos

Cada contabilidade visa medir e controlar determinados fatores, a fim de atingir determinados objetivos.

Como já dissemos, a Contabilidade Geral tem como objetivo final a elaboração das demonstrações financeiras, cujo objetivo é verificar o desempenho da empresa no último exercício do ano.

A Contabilidade Analítica Industrial, por outro lado, dado o grande número de aplicações que permite, pode :

  • proporcionar o ponto de partida para um Controle de Gestão estratégico e eficaz , elaborando um orçamento e verificando o desvio aos objetivos definidos;
  • monitorar constantemente a gestão da empresa, assegurando o pleno cumprimento dos equilíbrios econômico-financeiros e patrimoniais.
  • fornecer informações à administração, que as utilizará para fazer escolhas e avaliações de caráter econômico e estratégico;
  • oferecer, aliada à Contabilidade Geral, uma visão completa do estado do negócio e do desempenho atual;
  • analisar a rentabilidade de produtos individuais ou setores da empresa, verificando os respectivos custos e respectivas margens;
  • determinar pontualmente os preços de venda dos produtos e sua lucratividade.

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Fonte: Portal Contnews
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