Lançado no dia 30 de janeiro de 2023, o “Tesouro Renda+” é uma nova opção para o investidor que planeja a construção de patrimônio de longo prazo, com o objetivo de obtenção de renda extra em relação às formas tradicionais de aposentadoria pública ou privada.
Os títulos contam com prazos que vão de 7 a 42 anos, pagando o IPCA+, uma taxa de juros real que, hoje, está acima de 6,30% e funciona da seguinte forma: O investidor acessa o site do tesouro e, utilizando o simulador, informa a renda pretendida no futuro. Com isso, saberá quanto, aproximadamente, será necessário aportar em recursos para obter tal meta.
Ao fim do prazo de capitalização do título, o investidor receberá parcelas atualizadas pela inflação, correspondente ao seu montante, em até 240 meses. Ou seja, 20 anos. E esse é o maior diferencial em relação aos demais títulos indexados à inflação do tesouro, pois o Tesouro RendA+ apropria o saldo por IPCA+. Porém, no vencimento do ativo, o saldo integral é depositado na conta do investidor.
Análogo ao IPCA, é importante ressaltar que, como o tesouro direto oferece a opção de recompra dos títulos diariamente, existe o efeito de marcação a mercado desses papéis. Isso significa que se os juros subirem, o preço do ativo cairá e vice-versa. Logo, o resgate antecipado do título pode gerar lucro ou prejuízo, dependendo das condições de mercado vigentes no momento da operação. Entretanto, para o investidor que está pensando no longo prazo, esse efeito de marcação a mercado é temporário, e a rentabilidade acordada no início de cada aporte será cumprida.
O período de lançamento é um ponto positivo, cuja remuneração real dos títulos chega a ultrapassar 6,30% ao ano. Sendo assim, o investidor começa a remunerar o valor investido no IPCA+ em, pelo menos, 6,30% ao ano.
Outro ponto que soma positivamente para o investidor é a plataforma do tesouro, que simula o valor necessário de aplicação mensal para obtenção da renda pretendida no vencimento. Isso cria, de certa forma, uma ilustração do que é possível alcançar, estimulando o investidor a perseguir tais metas.
Nesse aspecto, ressaltamos que o investidor deve levar em consideração que seu poder de compra, hoje, não será o mesmo de amanhã. Ou seja, se você pretende ter uma renda de R$ 5.000,00, saiba que daqui 10 ou 15 anos essa renda não comprará a mesma cesta de bens que compra hoje. Portanto, ao escolher o valor pretendido no futuro, tenha em mente que a correção da inflação é uma variável que pode mudar completamente os ganhos.
É importante, também, levar em consideração que, após o período de acumulação, o título devolve ao investidor parcelas em 240 meses, esgotando completamente juros e amortização. Com isso, o investidor “consome” 100% do valor aportado. Vale lembrar que os investidores devem ficar atentos, pois todas as estratégias de poupança para a aposentadoria precisam levar em conta a não utilização do título principal. Se for utilizar, que seja o mínimo possível, para não correr o risco de esgotamento de patrimônio em um período de preservação de capital.
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Uma vez analisados esses pontos, classificamos o título como positivo para a carteira do investidor de longo prazo, principalmente aquele que hoje vê, erroneamente, a poupança como forma de investimento.
Por Diego Hernandez, fundador da Ativo Investimentos é economista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas em Master in Financial Economics, ganhador do prêmio de excelência em monografia sob o tema “Análise de modelos de risco de mercado em cenários de alta volatilidade”, Analista de Valores mobiliários Certificado CNPI com atuação autorizada pela CVM.
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Fonte: Jornal Contábil
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