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São tempos difíceis. Juros altos, risco global de recessão e inflação ainda fora de controle. Não é sem justificativas a busca por alocações de recursos em alternativas capazes de garantir a segurança do investidor e de seu patrimônio. O problema, entretanto, fica ainda maior quando o risco enfrentado é de crédito.

Faz algumas semanas, o caso era Lojas Americanas. Dessa vez, o “quebra quebra” está em instituições financeiras. Nesta semana, na mesma quarta-feira, foi a vez de BRK S.A. e Portocred S.A. – duas empresas do setor financeiro. Como é de costume para companhias do setor, a emissão de títulos para captação de recursos a fim de viabilizar suas operações era atividade comum das duas empresas e a relação entre investidor, banco/financeira e cliente funcionava como rotina operacional. O problema, portanto, começa quando agências de rating passam a considerar mais relevante o risco corrido por investidores que compram o título destes emissores em busca de remuneração pelo capital.

Mais como verificar se uma entidade financeira esta quebrando?

Existe no Brasil o Site Banco Data, que na verdade é um banco de dados dos bancos.

A missão do Banco Data é facilitar a análise fundamentalista das instituições por parte de um número amplo de stakeholders, desde investidores pessoas físicas que compram papéis de renda fixa de longo prazo até investidores do segmento de private equity e gestores de assets e fundos de investimento.

O Banco Data agrupa e cria séries históricas dos dados publicados com periodicidade mensal ou trimestral pelas instituições. Atualmente, nosso banco de dados possui cerca de 0,0 mil balancetes e 135,8 mil demonstrações de resultados, divulgados pelo sistema de Balancetes e IF.Data do Banco Central.

Ao todo, esses documentos geram cerca de 21.581.773 dados, sobre os quais ainda geramos informações estatísticas a fim de facilitar a análise das séries temporais e livrar o investidor do trabalho pesado de pesquisa e acompanhamento manual da saúde financeira das instituições, seja elas, Bancos, cooperativas de Crédito e Financeiras.

Para acesse basta clicar em https://bancodata.com.br/ e clicar no nome da instituição que ele vai mostrar dados interessantes.

Para facilitar o entendimento, vamos explicar os dados mais importantes.

Índice de Basileia

É uma medida utilizada para avaliar a solidez financeira de um banco ou instituição financeira. Esse índice leva em conta o montante dos ativos ponderados pelo risco que o banco possui em relação ao seu capital regulatório.

O capital regulatório inclui os recursos financeiros que o banco possui para absorver perdas, e os ativos ponderados pelo risco são aqueles que são mais suscetíveis a perdas, como empréstimos, títulos e outros investimentos.

O Índice de Basileia foi criado pelo Comitê de Basileia em 1988, composto por autoridades regulatórias e bancos centrais de diversos países. A intenção era estabelecer um padrão internacional para avaliar a solvência dos bancos, contribuindo para a estabilidade do sistema financeiro global.

O Índice de Basileia exige que os bancos mantenham um capital regulatório mínimo de 8% em relação aos seus ativos ponderados pelo risco. Ou seja, se um banco tem R$ 100 milhões em ativos ponderados pelo risco, ele deve ter no mínimo R$ 8 milhões em capital regulatório.

Uma vez que o Índice de Basileia é um indicador de solidez financeira, quanto mais alto o índice, maior a capacidade do banco em absorver perdas e lidar com situações adversas. Um banco com um Índice de Basileia elevado geralmente é considerado mais seguro e confiável do que um banco com um índice mais baixo.

Entenda Fácil

Em síntese, o Índice de Basileia determina a relação entre o capital próprio da instituição e o capital de terceiros (captações) que será exposto a risco por meio da carteira de crédito. Por exemplo, se um banco possui Índice de Basiléia de 20%, significa que, para cada R$ 100,00 emprestados, o banco possui patrimônio de R$ 20. O índice mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil é 11%.

Índice de Imobilização

O Índice de Imobilização é uma métrica financeira que indica a proporção dos ativos de uma empresa que estão imobilizados, ou seja, não estão disponíveis para serem convertidos em dinheiro no curto prazo. Esse índice é importante porque ajuda a avaliar o grau de liquidez da empresa e sua capacidade de gerar fluxo de caixa.

O cálculo do Índice de Imobilização é feito pela divisão do valor total dos ativos imobilizados pelo valor total dos ativos totais da empresa, multiplicado por 100. Por exemplo, se uma empresa tem R$ 800 milhões em ativos totais e R$ 400 milhões em ativos imobilizados, seu Índice de Imobilização seria de 50% ((R$ 400 milhões / R$ 800 milhões) x 100).

Uma empresa com um alto índice de imobilização pode ter dificuldades para gerar fluxo de caixa suficiente para pagar suas obrigações no curto prazo, já que a maior parte de seus ativos não pode ser facilmente convertida em dinheiro. Por outro lado, uma empresa com um baixo índice de imobilização tende a ser mais líquida, o que significa que ela tem mais ativos disponíveis para serem convertidos em dinheiro rapidamente.

Entenda Fácil

Quanto mais reduzido for o Índice de Imobilização, maior agilidade terá o banco para usar seu patrimônio a fim de honrar seus compromissos. Por exemplo, se um banco possui Índice de Imobilização de 30%, significa que, a cada R$ 100,00 em seu patrimônio, R$ 30,00 estarão investidos em bens que não possuem uma liquidez imediata, ou seja, imobilizado em imóveis, veículos, materiais, etc. O índice máximo tolerado pelo Banco Central do Brasil é 50%.

Lucro Líquido Trimestral

lucro líquido corresponde à soma dos resultados operacional e não operacional da instituição após o desconto de impostos e participação nos lucros. É o quanto sobra de tudo que a instituição arrecada e gasta para manter seu funcionamento.

resultado operacional é aquilo que a instituição foi capaz de lucrar com suas atividades de intermediação financeira e prestação de serviços, tais como operações de crédito e tarifas bancárias, já estando deduzidas despesas de captação, tributárias e administrativas.

resultado não operacional refere-se a operações que não fazem parte da natureza da atividade principal instituição, como a venda de itens que compõem ativo permanente (imóveis, veículos, maquinário, etc).

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Fonte: Jornal Contábil
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