A queda na taxa de desocupação do país foi acompanhada por oito das 27 unidades da Federação entre o 3º e o 4º trimestre de 2022. Enquanto o índice nacional caiu 0,8 ponto percentual, saindo de 8,7% para 7,9%, os estados do Mato Grosso de Sul (-1,8 p.p.), Pernambuco (-1,6 p.p.) e Bahia (-1,6 p.p.) tiveram as quedas mais intensas. Por outro lado, apenas o Amapá registrou crescimento (2,5 p.p.) e, dos 18 estados com estabilidade, 15 mostraram tendência de queda. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada hoje (28) pelo IBGE.
“A queda desse indicador no 4º trimestre já é um movimento conhecido. De modo geral, há uma tendência de queda da taxa de desocupação que pode ser provocada pela expansão do número de trabalhadores, muitas vezes em trabalhos temporários, ou pela própria redução da procura por trabalha nas últimas semanas de dezembro. Nesse ano de 2022, a retração da taxa no 4º trimestre foi mais influenciada pela redução da desocupação, uma vez que a população ocupada ficou estável no período”, avalia a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
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Treze unidades da Federação registraram taxas abaixo do índice nacional, enquanto 14 ficaram acima. As menores taxas foram registradas em Rondônia (3,1%), Santa Catarina (3,2%), Mato Grosso de Sul (3,3%) e Mato Grosso (3,5%), enquanto as maiores estavam na Bahia (13,5%), Amapá (13,3%), Pernambuco (12,3%) e Sergipe (11,9%).
Beringuy destaca ainda a queda de 3,2 p.p. na comparação com o 4º trimestre de 2021, quando a taxa estava em 11,1%. “Nessa comparação, todas as unidades da federação tiveram queda significativa, mostrando um cenário bem distinto do ano anterior e sinalizando um processo de recuperação bastante importante desde 2020, quando operávamos com taxas de desocupação elevadas por conta da pandemia”.
Já a taxa de informalidade caiu de 39,4%, no 3º trimestre de 2022, para 38,8% da população ocupada no 4° trimestre. No mesmo período de 2021, estava em 40,7%. As maiores taxas de informalidade ficaram com Pará (60,8%), Maranhão (57,4%) e Amazonas (57,0%) e as menores, com Santa Catarina (25,9%), Distrito Federal (29,7%) e São Paulo (30,5%).
A coordenadora ressalta que todas as cinco grandes regiões mostraram tendência de redução da informalidade na comparação anual, embora mantenham-se as características regionais, com Norte (55,7%) e Nordeste (51,4%) apresentando mais da metade de seus trabalhadores na informalidade. Entre os estados, Beringuy destaca, na comparação anual, as quedas em Goiás (de 41% para 36,7%), Pernambuco (de 52,6% para 48,4%) e Distrito Federal (de 33,7% para 29,7%).
Rendimento cresce no ano e no trimestre
No 4º trimestre de 2022, o rendimento médio real de todos os trabalhos foi de R$ 2.808, um crescimento de 1,9% frente ao trimestre de julho a setembro de 2022 (R$ 2.757) e de 8,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.594).
Na comparação entre o 3º e o 4º trimestre de 2022, apenas as regiões Centro-Oeste e Sudeste tiveram crescimento e as demais mostraram estabilidade estatística. Em relação ao 4º trimestre de 2021, todas as grandes regiões e 16 unidades da federação apresentaram crescimento do rendimento médio, com destaques para maiores expansões no Mato Grosso do Sul (19,2%) e Mato Grosso (17,8%).
“Esse crescimento do rendimento está associado tanto ao processo de desaceleração inflacionária como também à expansão de trabalhadores formais, principalmente aqueles com carteira de trabalho assinada”, destaca a coordenadora.
Cerca de 3,7 milhões estavam de um mês a menos de um ano em busca de trabalho
Em todo o país, 43,6% dos desocupados estavam de um mês a menos de um ano em busca de trabalho, cerca de 3,7 milhões de pessoas. Para 11,6%, a busca estava durando de um ano a menos de dois anos e para 25,62%, dois anos ou mais. Cerca de 19,3% estavam à procura de uma vaga há menos de um mês.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve aumento de 4,5% entre os que procuravam por menos de um mês e redução nas outras faixas. De um mês a menos de um ano, a queda foi de 21,2%; de um ano a menos de dois anos, -51,6% e há mais de dois anos, -39,8%.
Mulheres, pretos e pardos seguem com desocupação acima da média nacional
Outro recorte da pesquisa mostra ainda que a taxa de desocupação por sexo foi de 6,5% para os homens e 9,8% para as mulheres no 4° trimestre de 2022. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (6,2%) e acima para os pretos (9,9%) e pardos (9,2%).
A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (13,9%) superava as taxas dos demais níveis de instrução. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi 8,4%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,9%).
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Mais sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.
Em função da pandemia de Covid-19, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020. Em julho de 2021, houve a volta da coleta de forma presencial. É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante. Consulte os dados da PNAD no Sidra.
Fonte: Agência IBGE
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Fonte: Jornal Contábil
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