O aumento dos custos continua sendo o principal problema enfrentado pelos pequenos negócios, mas a falta de clientes preocupa um número cada vez maior de empreendedores. A pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com o IBGE, mostra que, entre abril do ano passado e o último mês de janeiro, o percentual de empresários que apontavam os custos como maior dificuldade caiu de 42% para 36%. Enquanto isso, a proporção de donos de micro e pequenas empresas que apontam a falta de clientes como principal problema cresceu 4 pontos percentuais, no mesmo período, alcançando 28% do universo dos pequenos negócios.

O receio de perder consumidores é a razão dos empresários estarem ainda mais cautelosos e evitarem repassar – integralmente ou parcialmente – para os clientes os aumentos dos custos de operação. A pesquisa do Sebrae e IBGE mostrou que 8 em cada 10 empreendedores disseram ter verificado aumento dos custos, mas 47% evitaram transferir qualquer valor adicional para os clientes. O levantamento feito em agosto do ano passado havia mostrado que um percentual menor (43%) havia conseguido evitar esse repasse para o preço final dos produtos ou serviços.

Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, há uma consciência no empreendedor de que é fundamental manter os clientes nesse momento. “Nem que para isso os empresários precisem reduzir a margem de lucro ao mínimo possível. Temos verificado um movimento de retração do consumo, provocado pela queda do poder aquisitivo das famílias, com os consumidores ainda mais resistentes à compra. Essa é a hora de fidelizar o cliente e mantê-lo, da melhor forma possível”, avalia. Melles lembra que, apesar das dificuldades, cresceu o percentual de empresários ouvidos na pesquisa que acreditam que 2023 será um ano melhor para os seus negócios, graças principalmente à volta dos consumidores (59%) e à melhora do cenário de crédito (10%).

Investimentos

A pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios também revelou que, mesmo no contexto de restrições, os pequenos negócios não deixaram de fazer investimentos e buscar melhorias de produtividade e gestão. 45% dos entrevistados afirmaram ter realizado investimentos nos últimos três meses de 2022 (percentual menor do que os 50% identificados em agosto passado). Os investimentos estiveram concentrados principalmente em Máquinas e Equipamentos (31%), Instalações (26%) e Equipamentos de Informática (19%).

Fonte: SEBRAE
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