O alto grau de subjetividade na interpretação de regras fiscais dá ao sistema tributário nacional um “potencial gigantesco” para as empresas explorarem com o ChatGPT, como afirma o CEO da Fipecafi, Edgard Cornacchione. O ChatGPT é um chatbot de inteligência artificial (IA) lançado no final de 2022 que responde, de forma articulada e em linguagem natural, a qualquer pergunta do usuário.
“O sistema tributário tem potencial gigantesco e o Brasil é candidato nato para isso, porque a nossa legislação é complexa. Digo que ela não é simples, não é de aplicação de regras, mas, de interpretação”, argumenta Cornacchione.
Essa subjetividade no entendimento das regras tributárias, de modo geral, é o grande motivo de conflitos entre o governo e as empresas contribuintes. “Cada caso de empresa é um caso, tanto é que você pode fazer uma consulta na Receita Federal sobre determinada situação e não ter necessariamente uma resposta que se aplique a dois ou três negócios. Você vai ter a resposta que se aplica a uma situação”, complementa.
IA virando realidade nos negócios
Para o especialista, as grandes desenvolvedoras de softwares contábeis e tributários já estão desenvolvendo esse conhecimento baseado em algoritmos de LLM [sigla em inglês para Large Language Models, que reconhecem, resumem e reproduzem linguagem humana a partir de grandes bases de dados] e machine learning.
“Tem pelo menos uma dúzia de software houses que se dedicam ao segmento contábil e já desenvolvem soluções tributárias automatizadas que podem incorporar tecnologias de LLM e IA generativa [algoritmos usados para criar áudio, código, imagens, texto, simulações e vídeos]. Não tenho dúvidas sobre isso”, acrescenta.
No mundo empresarial, o futuro das aplicações de inteligência artificial é a segmentação e transformação em ferramentas especializadas de determinados segmentos, segundo Cornacchione. “Quanto mais específico ou restrito for o espaço de conhecimento da IA, melhor são os resultados. Porque aí, não tenho zona de conflito em um processo de decisão.”
Como exemplo, o especialista compara setores diferentes, como saúde (clínica médica) e construção civil. “Eles podem ter questões contábil-tributárias próximas, mas a realidade e o domínio (de conhecimento) dos dois não são iguais. E isso faz diferença para a IA aprender.”
Com o tempo, a inteligência artificial nas soluções corporativas será mais assertiva e preditiva, o que vai ampliar o mercado de consultoria tributária na área da Saúde ou Construção Civil, por exemplo. E mesmo assim, a experiência de um profissional continua insubstituível. “Aquele conhecimento do especialista, provavelmente continuará sendo compartimentalizado”, opina.
ChatGPT x Wikipedia
Para ele, o ChatGPT continuará evoluindo, mas seu uso será muito voltado para a informação geral. “Esse modelo LLM, que a gente vê no ChatGPT, é útil para a comunicação. Falo de poesia, futebol e outras coisas e o ChatGPT vai respondendo. Não vejo ele como um grande oráculo, que vai saber de tudo, mas algo mais próximo do Wikipedia [enciclopédia online], mal comparando. Será um conhecimento mais enciclopédico, estrutural e funcional”, observa.
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Fonte: Portal Contnews
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