Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

As vendas no comércio varejista no país variaram 0,1% na passagem de março para abril. É o quarto mês seguido sem variações negativas e, com isso, no ano, há uma alta acumulada de 1,9%. Já o acumulado em 12 meses foi de 0,9%. No segundo bimestre do ano, o varejo registrou crescimento de 1,9%, quarta taxa positiva seguida. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (14) pelo IBGE.

Das oito atividades analisadas pela pesquisa, apenas três tiveram resultados positivos em abril: Hiper, supermercados, produtos  alimentícios, bebidas e fumo (3,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%). O setor de hiper e supermercados, o de maior peso entre as atividades, teve a maior influência positiva no mês. Foi o maior crescimento do setor desde março de 2020 (10,5%).

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De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o resultado dessa atividade é ligado principalmente às vendas da Páscoa. “Antes da pandemia, os resultados das vendas da Páscoa no varejo apareciam sobretudo em abril. Nos anos subsequentes, os ovos começaram a ser vendidos muito antes, em janeiro, e essas vendas eram diluídas ao longo desses meses. Neste ano, houve uma volta ao padrão de antes, e o resultado forte das vendas da Páscoa puxou o setor de hiper e supermercados”, explica.

Entre as cinco atividades que ficaram no campo negativo em abril, destacaram-se os setores de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-3,7%). “Elas foram mais responsáveis por puxar o indicador para baixo, por razões distintas. A atividade de Tecidos, vestuário e calçados tem uma trajetória de queda há muito tempo. Se olharmos todos os indicadores desse setor, desde setembro, em geral, o cenário é muito negativo, com exceção de janeiro (27,3%), quando grandes redes fizeram promoções, após as vendas fracas no Natal e na Black Friday. Esse crescimento de grande amplitude aconteceu em uma base de comparação baixa”.

O pesquisador associa a trajetória da atividade a uma mudança de comportamento ocorrida durante a pandemia. “Com o menor deslocamento das pessoas, houve menos necessidade de consumir produtos dessa natureza, como roupas e calçados. Essa mudança no consumo impactou as grandes redes, que têm fechado lojas nesse período em todo o país”. Com os resultados negativos seguidos, o setor de tecidos, vestuário e calçados é um dos que ainda não recuperaram o patamar pré-pandemia, ficando 22,1% abaixo do nível registrado em fevereiro de 2020.

Já o segmento de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,2%) vem de uma alta de 6,3% no mês anterior e de uma queda de 9,7% em fevereiro. “A trajetória dessa atividade é relacionada às variações do dólar, com as quedas e as altas que se alternam ao longo dos meses”, diz Cristiano. Essa atividade ainda se encontra 17,8% abaixo do patamar pré-pandemia.

Outras atividades que ficaram no campo negativo foram Combustíveis e lubrificantes (-1,9%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,4%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,5%). No varejo ampliado, em que são considerados também os setores de Veículos, motos, partes e peças (-5,9%) e Material de construção (-0,8%), houve retração de 1,6%.

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília – Compra de ovos de páscoa em lojas de Brasília. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Vendas variam 0,5% frente a abril de 2022, com queda em cinco atividades

Na comparação com abril do ano passado, o volume de vendas do varejo variou 0,5%, a nona taxa positiva seguida. Houve queda em cinco das oito atividades pesquisadas: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-18,0%), Tecidos, vestuário e calçados (-11,0%), Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-5,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,7%) e Móveis e eletrodomésticos (-2,4%).

Já os setores de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,1%), Combustíveis e lubrificantes (8,7%) superaram os resultados de abril de 2022.

No varejo ampliado, enquanto Veículos e motos, partes e peças (-1,9%) e Material de construção (-7,6%) recuaram, o setor de atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu 14,5% em abril de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado.

Vendas crescem em 16 Unidades da Federação

Frente ao mês anterior, o varejo registrou resultados positivos em 16 das 27 Unidades da Federação, com destaque para as altas registradas pela Paraíba (3,6%), Pernambuco (2,3%) e Distrito Federal (2,0%). As demais 11 Unidades da Federação ficaram no campo negativo, com as quedas mais expressivas vindas de Espírito Santo (-4,3%), Amapá (-1,2%) e Paraná (-1,1%).

Ainda na passagem de março para abril, no varejo ampliado, houve  resultados negativos em 17 Unidades da Federação, com destaque para Mato Grosso do Sul (-7,3%), Rondônia (-5,1%) e Paraná (-5,1%). Dez Unidades da Federação ficaram no campo positivo, com destaque para Bahia (4,8%), Minas Gerais (4,0%) e Maranhão (3,5%).

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Mais sobre a pesquisa

A PMC produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista.

Iniciada em 1995, a PMC traz resultados mensais da variação do volume e receita nominal de vendas para o comércio varejista e comércio varejista ampliado (automóveis e materiais de construção) para o Brasil e Unidades da Federação. Os resultados podem ser consultados no Sidra.

Fonte: Agência IBGE de Notícias

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Fonte: Jornal Contábil
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