Por Lorena Molter
Comunicação CFC
O painel “Tecnologia: considerações no campo da ética e ceticismo profissional” abriu o segundo dia de atividades da 13ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente. O evento foi uma realização do Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon) e aconteceu na modalidade híbrida. As atividades começaram no dia 27 de junho e foram finalizadas na quarta-feira (28).
O tema foi apresentado pela vice-presidente do International Ethics Standards Board for Accountants (Iesba), Laurie Endsley, que tratou do tema no âmbito da Contabilidade e da auditoria independente e na prática diária dos profissionais. A painelista ainda explicou ao público como o Iesba trabalha o assunto e os documentos desenvolvidos pelo organismo, recentemente, para dar suporte ao mundo contábil.
A exposição da vice-presidente foi seguida por um debate que contou com as contribuições do membro do Grupo de Trabalho (GT) Ética, Compliance e Independência do Ibracon, Giuseppe Masi; do líder do Comitê de Tecnologia e Inovação do Ibracon, Marcio Santos; e da membro do Grupo de Trabalho (GT) Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes (FAPMP) do Ibracon, Tatiane Schmitz.
Endsley iniciou a sua fala ressaltando a necessidade de adaptação dos contadores às novas tecnologias e às demandas do mercado. “Como contadores, nosso papel nunca foi tão importante e a nossa responsabilidade com o público de construir a confiança dos nossos mercados de capital para garantir que haja informações de qualidade, confiáveis para as partes interessadas poderem tomar as suas decisões. Nesse ambiente, estamos sempre em mudança. Nós, como contadores, temos que tomar passos para mudar, para nos ajustar e para entender e implementar novas tecnologias”, esclareceu.
A representante do Iesba ainda foi taxativa sobre o que deve guiar essas transformações: “A centralidade da ética é inquestionável nesse mundo em que vivemos”. A painelista ainda lembrou que essa postura, inclusive, é um ponto de grande pressão por parte dos investidores e das demais partes interessadas. Segundo Endsley, há a cobrança para que a ética seja incorporada nas culturas organizacionais, o que também inclui esse comportamento no uso da tecnologia.
Dando continuidade, a painelista falou sobre as ações do Iesba para apoiar e tratar das questões, em geral, considerando o ceticismo profissional e a tecnologia. A contadora também explicou ao público o que é o Iesba, as suas atividades, a sua missão e alguns dos documentos desenvolvidos que podem dar suporte aos profissionais da contabilidade nessas questões.
Sobre o tópico do ceticismo profissional, a painelista esclareceu que, nesse contexto, trata-se da “atitude de uma mente que questiona, que está alerta às condições que possam indicar possíveis distorções, devido a erros ou fraudes, com uma avaliação crítica das evidências. Isso vai se aplicar a muitos dos trabalhos que fazemos como contadores”, disse.
Endsley ressaltou a importância do fator humano na gestão das tecnologias, apresentou reflexões sobre a atuação dos profissionais da contabilidade nesse processo e a essencialidade da ética no uso das novas ferramentas.
Após a exposição, durante o debate, Giuseppe Masi lembrou que a tecnologia já faz parte do dia a dia das pessoas e que, certas vezes, nos submetemos a sua decisão, sem grandes reflexões e julgamentos. “Dentro desse processo que é inevitável – a tecnologia existe e é boa, se nós soubermos usar – nós precisamos entender como, de fato, nós vamos trabalhar para cobrir os riscos que também se apresentam”. O profissional explicou que os contadores e auditores não têm escolha e precisam absorver essas mudanças. Contudo, é necessário que haja pessoas qualificadas para analisar os padrões de funcionamento dessas ferramentas e fazerem as devidas adequações.
Marcio Santos falou sobre o impacto das inovações tecnológicas na formação e questionou “o quanto todo o sistema educacional está preparado para lidar com essa formação porque esse ceticismo, esse professional judgement, essa análise crítica que formamos foi baseada em um conceito analógico”, refletiu.
Os desafios da implantação das novas tecnologias no contexto das pequenas e médias empresas foi um dos tópicos analisados por Tatiane Schmitz. “Quando falamos em tecnologia alcançando as firmas de pequeno e médio porte, realmente, nós observamos um processo muito mais lento para que realmente elas tenham a capacidade ou de desenvolver isso internamente ou de fazer a aquisição de ferramentas que estão disponíveis no mercado, mas justamente é [necessário] conseguir encontrar as ferramentas disponíveis no mercado que vão fazer sentido para o seu modelo de negócio”, esclareceu. A auditora ainda disse que a resistência à adoção dessas ferramentas precisa ser superada.
Fonte: CFC
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