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O mais recente Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje pelo IBGE, aponta que a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas do Brasil tem perspectiva de alcançar um novo recorde em 2023, totalizando 307,3 milhões de toneladas. Esse número representa um aumento de 16,8% em relação a 2022, correspondendo a 44,2 milhões de toneladas a mais do que a produção do ano anterior, que foi de 263,2 milhões de toneladas.

Comparando com os dados de maio, a estimativa registrou um aumento de 0,6%, correspondendo a um acréscimo de 1,9 milhão de toneladas. Desse acréscimo, 1,4 milhão de toneladas são atribuídas ao aumento na produção de milho, cuja expectativa é de alcançar uma safra recorde, assim como a produção de soja, trigo e sorgo.

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A área destinada à colheita em 2023 deve abranger 76,9 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 5,1% (3,7 milhões de hectares a mais) em comparação com 2022. Em relação ao mês anterior, houve um aumento de 346.730 hectares (0,5%) na área a ser colhida.

Os principais destaques da safra de 2023 são as estimativas de produção para soja, milho, trigo e sorgo, todas atingindo novos recordes. No caso da soja, espera-se uma produção de 148,4 milhões de toneladas (um aumento de 0,1%). Já para o milho, a estimativa é de 124,5 milhões de toneladas (28,1 milhões de toneladas na 1ª safra e 96,3 milhões de toneladas na 2ª safra). A produção de arroz foi estimada em 10,0 milhões de toneladas, trigo em 10,6 milhões de toneladas, algodão (em caroço) em 6,9 milhões de toneladas, e sorgo em 3,8 milhões de toneladas.

Carlos Barradas, gerente do LSPA, destaca que há uma série de fatores positivos para essas estimativas. O clima tem sido favorável, especialmente para as culturas de segunda safra, como o milho, que teve um crescimento significativo. Além disso, o ano agrícola começou na época adequada, sem atrasos no plantio das safras de verão, permitindo a colheita da soja no momento correto. 

A janela de plantio para o milho de segunda safra foi bastante favorável, logo após a colheita da safra de verão em janeiro e fevereiro. Esse cenário favoreceu a colheita do milho de segunda safra, que está ocorrendo agora em julho e agosto. Outro fator que contribuiu para o aumento da produção foi o aumento dos preços internacionais, levando os agricultores a ampliarem a área plantada.

Carlos Barradas ressalta que a produção de trigo também pode atingir um recorde, desde que as condições climáticas favoráveis se mantenham. Embora o país ainda precise importar trigo, a produção interna tem aumentado devido aos preços internacionais mais elevados, decorrentes das tensões entre Rússia e Ucrânia, o que levou os produtores a investirem em tecnologia e expandirem a área plantada. 

No entanto, ainda há a dependência de condições climáticas favoráveis, já que há previsões de ocorrência do fenômeno El Niño, que pode resultar em secas, especialmente na região Sul do país.

Quanto à soja, houve um pequeno aumento na produção, mantendo a previsão de recorde. Esse aumento é atribuído ao aumento na produção no estado do Tocantins em relação a maio. 

Fonte: Google
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Os estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) têm um plantio de soja que ocorre em um período posterior ao restante do país, o que permite maior capacidade de alterar os dados de produção. Neste mês, o Tocantins foi o responsável por prever um crescimento de 6,6%.

Mato Grosso lidera com 30,9% a produção nacional de grãos

De acordo com os dados mais recentes, o estado do Mato Grosso se destaca como o maior produtor de grãos do Brasil, representando uma participação de 30,9% no total nacional. 

Em seguida, encontram-se o Paraná (15,2%), Rio Grande do Sul (9,6%), Goiás (9,6%), Mato Grosso do Sul (8,9%) e Minas Gerais (5,9%), que, juntos, somam 80,1% da produção nacional de grãos. 

Ao considerar as regiões brasileiras, observa-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (49,7%), Sul (27,1%), Sudeste (9,5%), Nordeste (8,6%) e Norte (5,1%).

Em relação às estimativas de produção, algumas variações positivas foram registradas em relação ao mês anterior. 

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Destacam-se os aumentos significativos no Mato Grosso do Sul (1.344.621 toneladas), Tocantins (305.207 toneladas), Minas Gerais (123.674 toneladas), Pará (91.192 toneladas), Maranhão (27.045 toneladas), Rondônia (27.020 toneladas) e Espírito Santo (378 toneladas). Por outro lado, foram registradas variações negativas no Ceará (-3.051 toneladas), Alagoas (-1.908 toneladas), Rio de Janeiro (-305 toneladas) e Amapá (-61 toneladas).

Sobre o LSPA

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) foi criado em novembro de 1972 para atender à demanda por informações estatísticas mensais. Ele fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos de importância econômica e social no país. 

O LSPA permite acompanhar cada cultura, desde o plantio até a colheita, durante o ano civil, e também faz o prognóstico da safra do ano seguinte por meio de levantamentos realizados nos meses de outubro, novembro e dezembro.

Por: Gabriel Dau

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Fonte: Jornal Contábil
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