Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), homens vivem cerca de 7,1 anos a menos do que mulheres, sendo a taxa de mortalidade maior em praticamente todas as faixas-etárias. Dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, evidenciam que a procura de atendimento médico é maior em casos onde os problemas de saúde já estão mais avançados. Atualmente, três em cada dez homens não têm o hábito de ir ao médico.
De cada três mortes de pessoas adultas no país, duas são de homens. Eles igualmente são acometidos por doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial elevada. No Brasil, o número estimado de casos novos de câncer de próstata para o triênio de 2023 a 2025, é de 71.730, correspondendo a um risco estimado de 67,68 casos novos a cada 100 mil homens. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata ocupa a segunda posição entre os tipos mais frequentes de câncer.
Entre os homens, é o câncer com mais incidência no país e em todas as regiões, com risco estimado de 77,89 casos a cada 100 mil homens na região Sudeste; 73,28 casos a cada 100 mil na região Nordeste; 61,60 casos a cada 100 mil na região Centro-oeste; 57,23 casos a cada 100 mil na região Sul e 28,40 casos a cada 100 mil na região Norte. Em termos de mortalidade, ocorreram, em 2020, 15.841 óbitos por câncer de próstata no Brasil.
O risco aumenta significativamente a partir dos 50 anos e o diagnóstico tardio e a dificuldade no rastreamento seguem como os principais desafios. Alex Araujo, CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional – líder no segmento de saúde e segurança do trabalho -, explica que o cuidado com a saúde e o bem-estar não fazem parte da rotina masculina. “Diferente das mulheres, os homens costumam buscar ajuda médica já em casos muito avançados e não realizam acompanhamento médico regular, o que aumenta a incidência de doenças mais graves”, diz.
Conforme a última pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2019), mais de 57% dos homens estão acima do peso; 18% obesos; 7,8% sofrem de diabetes e 26,3% de hipertensão.
O consumo de alimentos processados, a falta de atividades físicas e o estresse são considerados por especialistas em saúde como um dos principais problemas para a baixa qualidade de vida entre o público analisado. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Boston, em parceria com o Centro Nacional de Transtorno de Estresse Pós-Traumático do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos, identificou que homens de meia-idade que se estressam exageradamente tem maior risco de desenvolverem doenças cardíacas, derrames e diabetes tipo 2.
Outra pesquisa realizada pela NPR, escola de saúde pública de Harvard, em parceria com a fundação Robert Wood Johnson, apontou as três causas principais para o estresse entre o sexo masculino: problemas no trabalho estão em primeiro lugar, com 52% dos casos, seguido por excesso de responsabilidades (46%) e problemas financeiros (45%). Problemas de saúde estressam apenas 34% dos consultados.
“Quando falamos de pessoas ansiosas e propensas a preocupações, sua atenção deve estar voltada para a saúde cardiometabólica. Nesse contexto, é comum que a pessoa busque regular sua ansiedade e possíveis crises de pânico, por meio da comida e do sedentarismo”, afirma Alex Araujo.
O especialista complementa que, hoje, casos de ansiedade, depressão e esgotamento mental estão fortemente relacionados com demandas de alto nível de competitividade, responsabilidade e cargas de trabalho extremas. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, os homens trabalham cerca de 43,4 horas semanais e outras 9,2 em casa (52,9 horas por semana).
“É necessário que as companhias se atentem à saúde e ao bem-estar dos colaboradores, por meio de ações efetivas, como palestras de prevenção, acompanhamento médico e disponibilização de benefícios, para evitar o aumento no número de afastamentos e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida dos colaboradores”, completa.
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Fonte: Jornal Contábil
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