Por Bianca Sampaio
Comunicação Social
A presença feminina atuante na área contábil está cada vez mais ascendente. As mulheres representam quase 50% dos profissionais da contabilidade no Brasil e a tendência é que essa porcentagem aumente ainda mais.
Natural de Arcoverde (PE) e representando uma das vozes femininas do sertão pernambucano na área contábil, Ivone Sandra é empresária desde 1996. Iniciou as atividades de sua empresa, ORCIS (Organização Contábil Ivone Sandra), com 5 clientes do ramo de comércio varejista. Hoje sua empresa atende mais de 25 empresas e Terceiro Setor.
Especializou-se na área de prestação de serviços para o segmento de saúde e participa das entidades contábeis desde 1996. Foi eleita delegada regional do CRC PE com maioria de votos, cargo que ocupou até 2008. Ganhou o segundo lugar em 2018 na premiação “Orgulho de Pernambuco”, do jornal Diário de Pernambuco.
Em 2008 fundou em Arcoverde a Associação dos Contabilistas de Arcoverde onde é a atual presidente. Com forte presença nas entidades de classe, também é membro do sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento (SESCAPE) e assumiu cadeira na Academia Pernambucana de Ciências Contábeis. Atualmente integra a Comissão Nacional da Mulher Contabilista no CFC.
Na série de entrevistas, Mulher Contabilista em alusão ao XIII Encontro Nacional da Mulher Contabilista, a empresária Ivone Sandra, conversa sobre os desafios do setor e oportunidades. Confira a seguir:
Conte um pouco da sua história e trajetória na área?
Meu interesse pela área contábil vem desde a infância, as brincadeiras que participava eram sempre com modelos de recibo e promissórias que eram vendidos em livrarias. Conforme fui amadurecendo tive oportunidades de ingressar no cenário contábil, desempenhando atividades na parte administrativa financeira das empresas e logo surgiu uma oportunidade para estagiar no escritório de contabilidade, Leonor Gomes, a quem até os dias atuais amigavelmente chamo de professora. Foi ali que tive o primeiro contato com as práticas contábeis, determinantes para prosseguir na profissão.
O interesse pelas entidades de classe vem desde o movimento estudantil e a participação nas entidades contábeis começou em 1996.
Quais são os desafios que enfrentou no setor de contabilidade?
No início a maior dificuldade era obter mais conhecimento na área contábil, me profissionalizei como técnica em contabilidade, pois era o curso tecnólogo que podia cursar em minha cidade, interior de Pernambuco. Mesmo formada com o curso tecnólogo não estava satisfeita e sonhava em cursar bacharelado em ciências contábeis, porém esse curso só tinha presencialmente nos grandes centros. Foi por meio do ensino a distância, em meados 2005, pude seguir meu sonho. Mesmo com Registro de Técnico ativo junto ao Conselho, após formada na graduação superior prestei exame de suficiência e ao ser aprovada, atualizei meu registro junto ao conselho, para o título de contadora.
Hoje temos mais facilidades para adquirir conhecimento e ainda vejo como maior desafio mostrar a sociedade a importância da contabilidade, seja na vida pessoal ou na pessoa jurídica. Tudo passa pela contabilidade.
Existem atualmente muitas possibilidades de atuação da profissão? Enfrentou preconceitos associados ao gênero?
Sim, muitas extensões pouco exploradas pelos profissionais contábeis. O preconceito é sem dúvida um dos maiores obstáculos a inserção de talentos no mercado de trabalho. Somente conseguiremos superar esses desafios com o desenvolvimento profissional, criando políticas de inserção de mulheres no mercado de trabalho, programas de combate a misoginia, associado a políticas de orientação e ao amparo à maternidade.
Na sua visão, quais oportunidades de crescimento hoje estão disponíveis para quem está começando?
Existem vários leques de oportunidades e inclusive com cursos gratuitos ofertados pelas instituições tais como, CFC, Fundação Brasileira de Contabilidade, e cursos em parceria com SEBRAE e outras entidades profissionalizantes.
Você acredita que as mulheres estão transformando o setor de contabilidade no Brasil?
As mulheres estão a cada dia se destacando e exercendo cargos de liderança em suas comunidades e na profissão contábil é o maior destaque. Afinal, conforme apontam as pesquisas temos 53% das matrículas no curso de graduação de ciências contábeis a participação é feminina. Destaco ainda, que com o apoio das comissões estaduais e a comissão nacional da mulher contabilista, esse destaque será crescente. A consagração deste feito será com o nosso encontro nacional que será realizado em Manaus.
Serviço
XIII Encontro Nacional da Mulher Contabilista
Idealização: CFC | Realização: FBC | Apoio: Abracicon e CRCAM
De 20 a 22 de setembro
Manaus, AM – Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques
Programação: Em breve.
Fonte: CFC
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