O Programa Conta a Virada, série publicada no canal do Sebrae no Youtube, foi conhecer a história da Cerâmica Serra da Capivara, que está ajudando a transformar a realidade da população de uma pequena cidade no interior do Piauí. No início da década de 1970, a arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon chegou ao interior do Piauí para investigar a existência de pinturas rupestres pré-históricas sobre as quais ela tinha tomado conhecimento anos antes, enquanto trabalhava no Museu Paulista da USP.
O encontro da pesquisadora com os achados arqueológicos da Serra da Capivara transformaria sua vida e de toda a população da região para sempre. Niède foi a primeira antropóloga a se deparar com um dos maiores e mais bem preservados acervos de pinturas rupestres da América. Graças à sua intervenção, atualmente a região foi transformada em um Parque Nacional, que protege 800 sítios arqueológicos, com mais de 40 mil registros catalogados.
Logo no início, Niède percebeu que a melhor forma de preservar os sítios arqueológicos era envolver a população local nesse cuidado, por meio da conscientização e da geração de emprego e renda a partir da exploração sustentável dos recursos da própria região. Foi assim que a antropóloga criou escolas e uma fábrica de cerâmica que passou a produzir peças inspiradas nas pinturas existentes no próprio parque.
A Cerâmica Serra da Capivara surgiu na década de 90, mas enfrentou dificuldades e quase fechou as portas 10 anos depois. O Programa Conta A Virada do Sebrae foi ao interior do Piauí para conhecer a história da administradora e empresária Girleide Oliveira, que assumiu o negócio a convite de Niède Guidon, nos anos 2000, e hoje toca um empreendimento que gera 50 empregos e produz 20 mil peças por mês.
Girleide lembra que o momento da virada aconteceu quando a empresa tinha uma produção de 2 mil a 3 mil peças por mês e recebeu o pedido de atender 35 mil peças em quatro meses. A empresária abraçou o desafio e nunca mais as coisas foram as mesmas. Hoje, praticamente toda a população da cidade vive graças ao fluxo de turistas e cientistas que visitam o Parque Nacional da Serra da Capivara.
Além da fábrica de cerâmica, que já conquistou prêmios internacionais, surgiram dentro do complexo do Parque um restaurante, uma pousada, um ateliê de corte e costura que produz camisetas, toalhas e bolsas. Isso sem falar dos guias turísticos que trabalham com visitas guiadas ao sítio Arqueológico e à própria fábrica de cerâmica. A empresa comercializa sua produção para grandes marcas do varejo, turistas e para o mercado externo.
A expectativa de Girleide é continuar contribuindo com a preservação e o desenvolvimento do Parque, que é considerado, além de patrimônio da Unesco, como o maior museu aberto do mundo e um dos parques com melhor infraestrutura da América Latina. Isso sem jamais perder o foco da visão pioneira que Niède Guidon teve, ainda nos anos 1970: promover a preservação dos sítios arqueológicos, cuidar do ecossistema e contribuir para a emancipação da população local.
Assista o episódio sobre a Cerâmica Serra da Capivara e aproveite para conferir os outros episódios já disponíveis no canal do Sebrae no Youtube.
Episódio 5 – A startup da Amazônia que mudou o jeito de comprar passagens de barco
Episódio 4 – Buscar os cursos certos foi essencial para esse Engenho triunfar
Episódio 3 – O professor universitário que virou empreendedor do turismo
Episódio 2 – De um quiosque de pipoca para franquias em três países
Episódio 1 – O amor pelos pets virou um negócio de milhões
Fonte: SEBRAE
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