Nos últimos anos, uma revolução silenciosa tem mudado o cenário financeiro global, desafiando as estruturas tradicionais de mercado. Ela é alimentada por uma inovação tecnológica que promete redefinir a maneira como são conduzidas as transações financeiras, a armazenagem de dados e até mesmo a redefinição do conceito de dinheiro. Esta revolução é impulsionada pela tecnologia blockchain. Entende-se com blockchain um sistema de registro descentralizado, imutável e transparente, que tem o potencial de alterar profundamente a forma como lidamos com contratos, identidade, propriedade e muito mais.
A evolução da tecnologia se iniciou com o conceito de “Web 1.0”, muitas vezes chamada de “Web Estática”, que marcou os primeiros dias da internet. Durante essa fase, a ênfase estava na publicação de informações e na distribuição de conteúdo on-line, os usuários navegavam principalmente para consumir informações, não podiam criar perfis ou personalizar a sua experiência on-line. A transição da Web 1.0 para a Web 2.0 marcou uma mudança fundamental na maneira como a internet é usada e percebida. Tendo início com a criação das redes sociais, a Web 2.0 marcou uma mudança de paradigma na forma como as pessoas usam a internet, passando de meros consumidores de informações para participantes ativos na criação de conteúdo e na construção de comunidades on-line. Essa evolução tornou a web mais social, interativa e adaptável às necessidades individuais.
Hoje, estamos na transição da Web 2.0 para a Web 3.0. Essa era é representada por uma visão de uma internet mais inteligente e conectada. A web não é mais apenas um repositório de informações, mas um ambiente onde máquinas podem entender, interpretar e usar dados de maneira significativa. A Web 3.0 busca conectar informações de forma mais eficaz e criar um ambiente onde as máquinas possam colaborar com os seres humanos de maneira mais intuitiva. O que torna a Web 3.0 ainda mais fascinante é a convergência com a tecnologia blockchain e as criptomoedas.
A tecnologia blockchain é o motor da Web 3.0, permitindo a criação de contratos inteligentes, sistemas de votação seguros, identidade digital descentralizada e muito mais. As criptomoedas, como o Bitcoin e o Ethereum, fornecem a infraestrutura financeira que alimenta essa nova internet. Contratos inteligentes baseados em blockchain permitem a execução automática de acordos e transações, reduzindo a necessidade de intermediários. A descentralização proporcionada pela blockchain significa que os dados e informações podem ser armazenados e compartilhados de forma mais segura e confiável. Essa interseção entre a Web 3.0 e a tecnologia blockchain está criando um ecossistema que promete revolucionar não apenas a forma como a internet funciona, mas também o sistema financeiro global. As criptomoedas desempenham um papel fundamental na realização dessa visão, fornecendo moedas digitais que podem ser usadas globalmente, de forma rápida e segura.
Alguns exemplos de como o indivíduo vai interagir com essa tecnologia: as Central Bank Digital Currency (CBDCs), as moedas digitais dos Bancos Centrais, o real digital, o dólar digital, o euro digital, entre outras moedas fiduciárias rodando em blockchain, já estão transformando, diante dos nossos olhos, a tokenização de ativos tradicionais. Essa tokenização é um conceito inovador que envolve a representação digital de ativos financeiros, como ações, imóveis, títulos e commodities, por meio de tokens baseados em blockchain. Essa abordagem está transformando a forma como os ativos tradicionais são emitidos, negociados e gerenciados, introduzindo maior eficiência, acessibilidade e transparência no mercado financeiro.
À medida que essa tecnologia continua a evoluir e as regulamentações se desenvolvem, é importante monitorar seu impacto nos mercados financeiros globais. Isso também se relaciona com a Web 3.0, uma vez que sua interação com a blockchain desempenham papéis importantes na viabilização da tokenização de ativos tradicionais e na construção de uma economia mais descentralizada e eficiente.
Artigo escrito por Hugo Dias Amaro, coordenador do curso “Aprenda a trabalhar com Criptomoedas: gestão, finanças e lucros com as moedas digitais” da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
por Press Manager
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Fonte: Portal Contnews
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