Evento, realizado na capital paulista, terminou nesa quarta-feira (12/06)
Os desafios e perspectivas na asseguração de informações de sustentabilidade foi um dos temas discutidos na 14ª Conferência Brasileira do Ibracon – Instituto de Auditoria Independente do Brasil. O evento aconteceu nos dias 11 e 12 de junho, no Teatro Claro Mais, em São Paulo, com participação presencial e on-line.
O pano de fundo para as discussões do painel foi a resolução 193 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), de outubro de 2023, que prevê que as companhias de capital aberto façam a asseguração de suas informações sobre sustentabilidade de acordo com as normas do IFRS (International Financial Reporting Standards), a partir de 2025.
Os palestrantes mencionaram que têm mais perguntas do que respostas, neste momento de implementação. Viviane Pereira, head de Sustentabilidade & Diversidade e Inclusão na Porto, descreveu as ações da empresa para se adaptar à nova regulamentação, promovendo alterações em seu ecossistema de 13 mil colaboradores. “O ESG é um driver cada vez mais presente no mercado de capitais, pois a relação entre os fatores ESG e a rentabilidade de ativos é inquestionável. Mas, em um ecossistema como o nosso, a mensuração é de alta complexidade”, analisou.
A gestora resumiu os principais passos da empresa neste caminho: em 2008, elaborou o primeiro relatório de emissão de carbono; em 2013, passou a fazer seu relatório de sustentabilidade de acordo com as normas do GRI (Global Reporting), uma ferramenta voltada para o gerenciamento de indicadores ambientais, sociais e econômicos; e neste ano, estão concentrando esforços para as adequações necessárias para as revisões do IFRS.
Relevância dos auditores
Eduardo Flores, coordenador Técnico do CBPS (Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade) também participou do painel e destacou a asseguração como condição necessária para relatórios corporativos confiáveis. “Precisamos dos auditores para uma asseguração completa dos relatórios de sustentabilidade desde a fase inicial, que são os eventos na realidade, até a posterior publicação. Se não há uma estrutura muito clara e camadas de governança envolvidas, o risco aumenta expressivamente”, defendeu Flores.
Já Osvaldo Zanetti, gerente de Normas Contábeis da CVM, lembrou que “o Brasil se tornou o primeiro país a adotar oficialmente as normas globais de reporte de dados ESG do ISSB, o que é um motivo de orgulho para nós. Os objetivos da resolução 193 coincidem com os objetivos do ISSB, alinhando-nos ainda mais com o arcabouço global”.
Ele comentou sobre as etapas de implementação, que permitem às empresas tempo suficiente para se adaptarem. Em janeiro de 2024, foi aberta a oportunidade para adoção voluntária para companhias abertas, fundos de investimento e companhias securitizadoras. Neste ano e no próximo, as organizações devem fazer a internalização completa das normas do ISSB, que inclui o diagnóstico do cenário em que atuam e a coleta de informações sobre o processo de convergência. Até 31/12/24 as companhias abertas que fizerem a adesão voluntária devem comunicar ao mercado e a partir de janeiro de 2026, a adoção será obrigatória para tais empresas.
Já Reinaldo Oliari, coordenador do Grupo de Trabalho Sustentabilidade e ESG do Ibracon, ressaltou a importância de os relatórios de sustentabilidade demonstrarem o risco da continuidade do negócio, uma informação relevante para que o investidor decida se deseja permanecer ou não na atividade. “No caso dos eventos climáticos no Rio Grande do Sul, os relatórios de sustentabilidade deverão apontar os riscos para a sobrevivência das empresas. As normas estão sendo introduzidas para deixarem os relatórios mais robustos e mais norteadores para o investidor”, explicou.
por Viveiros
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Fonte: PORTAL CONTNEWS
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