Espaço de convivência entre torcedores, atletas e autoridades globais, a Casa Brasil tem proporcionado um gostinho de “brasilidade” ao mundo em Paris. Entre as diversas atrações dispostas em 5 mil metros quadrados, um cantinho no Cubo Verde Brasil, idealizado pela Embratur e pelo Sebrae, tem se destacado: as peças do projeto Mimbó Artesanato, produzidas pela comunidade quilombola localizada no município de Amarante, a 170 km de Teresina, no Piauí.
De acordo com o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, a exposição de um Brasil que valoriza a cultura, a origem e a ancestralidade é um dos objetivos da ação em Paris. “Milhares de pessoas estão visitando a Casa Brasil diariamente e têm contato com a nossa diversidade cultural, também representada pelo artesanato. Estamos falando de quilombos, de mulheres negras, de memórias do nosso país, mas também do Brasil que queremos para o futuro. O Brasil que respeita a sua cultura, que trata a sustentabilidade como prioridade e tem o turismo como uma atividade de baixo impacto ambiental e de altíssimo impacto social e cultural”, afirma Freixo.
O Sebrae está aqui, junto com todos os órgãos que protagonizam parte fundamental da economia brasileira. As micro e pequenas empresas estão espalhadas por todos os meios produtivos da economia e não é diferente no artesanato. Só o Brasil tem uma arte, uma cultura, um artesanato sem igual. O setor engloba aproximadamente 8,5 milhões de artesãos, sendo a maioria mulheres, que geram cerca de 50 bilhões de reais em receita anual. Desta forma, contribuir para o empoderamento e valorização da mulher, que, em muitos casos, são quem geram renda para as famílias.
Décio Lima, presidente do Sebrae
Quem visitou o Cubo Verde Brasil e prestigiou o projeto foi a empresária Luiza Trajano. Listada pelo jornal britânico “Financial Times” como uma das 25 mulheres mais influentes do mundo e marcada por sua trajetória de compromisso com a inclusão social e a igualdade de oportunidades, a líder do Grupo Magazine Luiza elogiou a iniciativa de levar o artesanato quilombola do Brasil até Paris.
”São projetos como esses que fazem a diferença na vida das pessoas. É muito importante que essas iniciativas tenham espaço para serem reconhecidas dentro e fora do Brasil”, afirmou. Estou maravilhada por tudo que eu estou vendo. Eu estou fazendo uma série do Brasil que dá certo aqui na França, principalmente na área de arte, de empreendedorismo, de culinária. Eu estou encantada com essa casa aqui”, parabenizou a empresária.
A presidente do Conselho Comunitário de Moradores da Comunidade Quilombola Mimbó, Marta Paixão, conta que tem vivido uma experiência inimaginável.
Estamos aqui, hoje, em Paris. É coisa que a gente nunca pensava, estava muito distante da nossa realidade. Trazer as nossas peças, trabalho de mulheres negras, de um quilombo que há 200 anos existe e resiste. O trabalho aqui mudou a realidade das mulheres. A gente tinha apenas um Bolsa Família e com o artesanato hoje, essa realidade financeira muda, melhorando mais a qualidade de vida das mulheres.
Marta Paixão, presidente do Conselho Comunitário de Moradores da Comunidade Quilombola Mimbó
A partir de retalhos de tecidos, as mulheres do Quilombo Mimbó retratam a cultura piauiense e garantem renda digna para as famílias. De acordo com Paixão, o trabalho comunitário ganhou ainda mais força com a chegada do turismo. “Antes mesmo do artesanato, a gente já recebia muito turista. Agora, a gente está na rota do turismo no Brasil e no mundo. O artesanato só vem melhorar mais a vida, né? Porque o visitante vai e tem uma peça para ver, olhar, comprar e melhorar a nossa vida.”
O projeto de empreendedorismo iniciou com 13 mulheres e foi desenvolvido pela designer Kalina Rameiro. Ela identificou as oportunidades da região e transformou a arte cultural em produtos artesanais e, atualmente, são 25 mulheres engajadas no projeto. “Essa ponte entre turismo e artesanato é um chamando o outro. Não existe um turismo forte sem ter uma região que tem um artesanato forte também. E quem vai conhecer as belezas do Brasil, também quer adquirir alguma coisa para si. Então, essa parceria com a Embratur e o Sebrae, para trazer uma mulher de um Quilombo, que é a primeira vez que tirou um passaporte, que era uma realidade muito distante dela, isso é uma inclusão social, isso é uma inovação na sociedade brasileira, como um todo, e no turismo também”, afirmou Rameiro.
A Casa Brasil funcionará todos os dias da Olimpíada, das 13h às 22h. A programação tem como objetivo apresentar a cultura e os destinos turísticos brasileiros ao mundo. O espaço em Paris é uma ação do Comitê Olímpico do Brasil (COB), com patrocínio da Embratur e do Sebrae.
Fonte: SEBRAE
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