A arrecadação total das receitas federais alcançou R$ 251,7 bilhões em janeiro, um aumento de 1,14% em termos reais (já descontada a inflação) e de 6,98% em termos nominais (sem considerar a inflação) em comparação ao mesmo mês em 2022, quando o montante atingiu R$ 235,3 bilhões. O resultado é recorde para o mês de janeiro desde o início da série histórica, em 1995. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (23/2) pela Receita Federal em entrevista coletiva realizada na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília.
A Receita destacou as principais causas do crescimento da arrecadação em janeiro: pagamentos atípicos de Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), salientando o desempenho dos fundos e títulos de renda fixa; e a redução das alíquotas do Imposto de Importação (II), do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre combustíveis.
Novo patamar
“Estamos sofrendo a interferência de diversos fatores positivos que alavancaram a arrecadação e a colocaram em novo patamar”, afirmou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias ao explicar os sucessivos recordes.
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“Esses recordes foram obtidos graças ao desempenho das commodities, que sofrem interferência não da demanda agregada interna, mas da demanda externa e também da cotação de preços externa. Nós não interferimos no preço. O preço é dado pelo mercado internacional”, pontuou, destacando que o desempenho das commodities minerais, minerais metálicas, minerais não metálicas e também das commodities agrícolas sustentou a série de recordes na arrecadação.
Malaquias assinalou que as projeções para o ano vão depender do comportamento das commodities. “O cenário global ainda contém incerteza em relação a diversos fatores” afirmou. “Vários países desenvolvidos estão experimentando um ciclo inflacionário e, para combater esse ciclo, estão trabalhando com política de juros, uma austeridade que pode levar à contração da atividade econômica em determinadas medidas”. Malaquias ressalvou, contudo. que ainda é muito cedo para dizer o que acontecerá ao longo de 2023.
Participaram da entrevista coletiva o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, Claudemir Malaquias; a subsecretária de Política Fiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE), Débora Cardoso; o coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômico-Fiscais da SPE, Sérgio Gadelha; e o coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Loures.
Fonte: Ministério da Fazenda
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