Edição de Sábado do Jornal Contábil

A série “Adolescência” da Netflix trouxe à tona discussões cruciais sobre bullying e cyberbullying, acendendo um alerta em nós, adultos responsáveis pelo bem-estar de crianças e adolescentes. Como especialista em saúde mental infantil, compartilho um guia prático para auxiliar pais e educadores a navegar nesse cenário complexo e criar um ambiente digital seguro e acolhedor para os jovens.

O Peso do Cyberbullying na Saúde Mental e Desenvolvimento

É inegável: o bullying e o cyberbullying deixam marcas profundas. Estudos do Instituto do Cérebro revelam que vítimas dessas agressões são mais propensas a desenvolver depressão e ansiedade. A Unesco, por sua vez, nos alerta para as consequências no desenvolvimento: baixo rendimento escolar, abandono dos estudos e maior risco de problemas com drogas e transtornos alimentares. A adolescência, com suas transformações intensas, exige ainda mais atenção à saúde mental dos nossos jovens.

Decifrando os Sinais: O Que Observar?

Nem sempre os sinais são óbvios, mas existem pistas que podem indicar que seu filho está sofrendo com o cyberbullying:

  • Mudanças bruscas nos hábitos online: Seu filho passa a usar o celular ou computador de forma excessiva ou evita completamente? Fica nervoso ou ansioso ao usar dispositivos eletrônicos?
  • Reações emocionais intensas após o uso da internet: Observe se ele fica triste, irritado, ansioso ou com medo após navegar na internet ou usar redes sociais.
  • Isolamento social e afastamento de amigos: Ele parece mais retraído, evita sair com os amigos e demonstra desinteresse em atividades que antes gostava?
  • Segredo e defensiva sobre atividades online: Ele esconde a tela do celular, apaga históricos de navegação ou mensagens com frequência? Fica irritado ou defensivo quando você pergunta sobre suas atividades online?
  • Mudanças no humor e comportamento: Alterações repentinas no humor, irritabilidade, tristeza persistente, dificuldade para dormir ou se alimentar podem ser sinais de alerta.
  • Sinais físicos: Dores de cabeça, dores de estômago, cansaço excessivo e outros sintomas físicos podem estar relacionados ao estresse causado pelo cyberbullying.

Estratégias para um Ambiente Digital Seguro

  • Comunicação aberta e honesta: Converse com seu filho sobre os riscos do cyberbullying e incentive-o a compartilhar suas experiências online. Crie um ambiente de confiança onde ele se sinta seguro para falar sobre qualquer problema.
  • Acompanhamento e orientação: Mostre interesse pelas atividades online do seu filho, mas respeite sua privacidade. Estabeleça regras claras sobre o uso da internet e redes sociais, e monitore o tempo gasto online.
  • Educação digital: Ensine seu filho a usar a internet de forma segura e responsável, alertando sobre os perigos de compartilhar informações pessoais e interagir com estranhos. Incentive o pensamento crítico e a capacidade de identificar informações falsas.
  • Conexão e apoio: Fortaleça os laços familiares e incentive a participação em atividades sociais offline. Demonstre apoio incondicional e mostre que ele não está sozinho.

Recursos e Apoio

  • Canais de denúncia: O Disque 100 e outros canais de denúncia podem ser acionados em casos de cyberbullying.
  • Profissionais especializados: Psicólogos e terapeutas podem oferecer apoio emocional e orientação para vítimas de cyberbullying e suas famílias.
  • Escolas e instituições: Escolas e organizações não governamentais podem oferecer programas e recursos para prevenir e combater o cyberbullying.

O Papel da Escola na Prevenção

As escolas têm um papel fundamental na criação de um ambiente seguro e acolhedor para os alunos. É essencial que as instituições promovam a cultura de paz, incentivem o respeito às diferenças e combatam todas as formas de violência, incluindo o cyberbullying.

Ao trabalharmos juntos, pais, educadores e a sociedade em geral, podemos criar um ambiente digital mais seguro e saudável para nossas crianças e adolescentes.

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Contabilidade em SBC é com a Dinelly. Fonte da matéria: Jornal Contábil