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O Carnaval, tido como uma das principais celebrações do Brasil, exige investimentos de empresas privadas e, por acontecerem em espaços públicos, também necessitam de aporte de recursos dos governos.

Em 2020, no último Carnaval pré-pandemia, apenas as prefeituras de Olinda, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo injetaram, ao todo, R$ 86,7 milhões em obras de infraestrutura e no apoio às escolas de samba. Segundo os dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o gasto não é injustificado – o relatório emitido sobre o balanço das festas constatou que a folia movimentou R$ 9,7 bilhões na economia brasileira. 

Por conta da pandemia da COVID-19, as movimentações em torno do Carnaval diminuíram drasticamente e o investimento público também. Em 2022, 15 governos estaduais optaram por cancelar o feriado. No ano anterior, com a situação sanitária ainda mais grave, apenas 6 das 26 capitais brasileiras mantiveram as comemorações oficiais. De acordo com a CNC, a redução fez com que houvesse uma queda de mais de 46% na movimentação financeira gerada pelo período.

São Paulo

Em São Paulo, depois do cancelamento do evento em 2021 e do adiamento em 2022 pelo avanço da Pandemia, o tradicional carnaval no Sambódromo do Anhembi será realizado nos dias 22 e 23 de abril com uma verba pública total de R$ 56,6 milhões, 14,4% a mais do que o investido em 2020. De acordo com a São Paulo Turismo (SPTuris), empresa responsável pela organização do evento, os investimentos se justificam por conta do impacto positivo que têm na Cidade – em 2020, o retorno para a Prefeitura foi de R$ 227 milhões. O carnaval de rua na capital paulista, que na última realização recebeu R$ 14,7 milhões de investimento público, deve acontecer informalmente, sem apoio do governo, durante o final de semana do desfile. A Prefeitura propôs uma comemoração oficial nos dias 16 e 17 de julho, mas o evento ainda não foi confirmado.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, também com o Carnaval de 2021 cancelado e o de 2022 adiado, os desfiles tardios começaram na última quarta-feira (20) – na Marquês de Sapucaí e na Intendente Magalhães. De acordo com os organizadores da festa, a infraestrutura do evento recebeu mais de R$ 45 milhões entre investimentos públicos e privados. Assim como em São Paulo, o tradicional carnaval de rua do Rio de Janeiro também foi cancelado e não tem data para acontecer de maneira oficial, mas a estimativa proposta em 2021 pela Dream Factory, empresa responsável pela organização do evento, era de que a comemoração pública custaria R$ 39 milhões. Na última folia pré-pandemia, o custo total foi de R$ 36 milhões, sendo R$ 9,2 milhões de investimento público e o restante repassado por meio da iniciativa privada. 

Salvador

O Carnaval de Salvador, um dos mais conhecidos e celebrados do país, também foi oficialmente cancelado em 2022. Com expectativa de 6 mil pessoas por dia de evento, o “Carnasal”, festa com investimento privado que acontece entre os dias 21 e 23 de abril, foi a saída para que os soteropolitanos comemorassem o carnaval fora de época. De acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), a suspensão do investimento público para o carnaval de Salvador em 2022 foi de R$ 13 milhões. Em 2020, a prefeitura não informou o valor investido na comemoração. 

Pernambuco

Em Pernambuco, tanto a capital, Recife, quanto Olinda, na região metropolitana, são dois pólos conhecidos pelas celebrações de carnaval. Em ambos os municípios, as festas foram canceladas em 2021 e em 2022, mas parte dos investimentos públicos que seriam investidos na celebração foram revertidos para setores dependentes da renda dos dias de folia. No caso da capital, que em 2020 gastou R$ 18 milhões dos cofres públicos para a realização do evento, a prefeitura anunciou em janeiro o projeto “Recife AMA Carnaval”, que destinou R$ 10 milhões para trabalhadores, técnicos e coletivos culturais que participaram do carnaval recifense em 2019 e/ou 2020. 

Em Olinda, terra de um dos carnavais mais famosos do mundo, a prefeitura declarou, em paralelo ao cancelamento do evento deste ano, que distribuiria um auxílio especial para entidades, grupos, artistas e ambulantes que atuariam durante os dias do evento. Também foi anunciado, na ocasião, o “Circuito Cultural: Fomento à Cultura”, projeto de incentivo à realização de festivais municipais e um edital para concepção e execução de eventos multiculturais. De acordo com o portal de transparência da cidade, foram investidos, desde o começo do ano, R$ 1.186.583 na promoção do ciclo cultural e artístico que faz parte do carnaval olindense. Em 2020, o município destinou R$ 7 milhões à realização das comemorações.

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Fonte: Jornal Contábil
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