Ser um Microempreendedor Individual (MEI) no Brasil pode ser uma excelente forma de formalizar seu negócio, ter acesso a benefícios fiscais e até mesmo garantir um futuro mais seguro para sua empresa. Mas, é importante saber que nem toda atividade profissional é compatível com o MEI. Muitas pessoas acabam se registrando sem saber que suas ocupações não se enquadram nas exigências do regime e, por isso, acabam enfrentando problemas com a Receita Federal ou com o próprio Conselho Regional de Contabilidade. Então, como saber se o que você faz pode ser registrado como MEI? Vamos te ajudar a entender!

Atividades Permitidas e Proibidas no Regime MEI

O MEI é voltado para empreendedores individuais que possuem um faturamento anual de até R$ 81.000,00. Porém, não basta ter um pequeno negócio para ser um MEI. A atividade que você exerce também precisa estar na lista de atividades permitidas. Profissionais que trabalham em áreas regulamentadas por conselhos de classe, como médicos, advogados, engenheiros, psicólogos e outros, não podem ser MEIs. Isso porque essas profissões exigem registro em conselhos profissionais e seguem normas específicas que não se alinham com a natureza simplificada do MEI.

Se você se encaixa em uma dessas profissões ou em outras que exigem formação específica, então o MEI não será uma opção para você, e buscar outro tipo de formalização será necessário.

O que Acontece se Você Exercer Atividades Ilegais no MEI?

Existem algumas situações que podem levar ao desenquadramento do MEI, o que significa que o empreendedor pode perder as vantagens desse regime e até sofrer penalidades fiscais. Por exemplo, exercer atividades não permitidas no regime ou usar um CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) inadequado para sua atividade pode levar a multas e a perda de benefícios fiscais.

Outro motivo para o desenquadramento é ultrapassar o limite de faturamento, que é de R$ 81.000,00 por ano. Caso o faturamento seja superior a esse valor, o empreendedor precisará migrar para outro tipo de empresa, como a Microempresa (ME), o que implica em novas obrigações fiscais e tributárias.

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Outras Situações que Podem Tornar o Profissional Irregular

Além das questões de atividade e faturamento, existem outras situações que podem colocar o seu MEI em risco. Por exemplo, o atraso no pagamento do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), que é a contribuição mensal obrigatória. O não pagamento pode gerar juros, multas e até o cancelamento do CNPJ.

Outro erro comum é a contratação irregular de funcionários. O MEI pode contratar apenas um funcionário, e essa contratação deve seguir as regras da legislação trabalhista vigente. Contratar mais de um empregado ou não formalizar a contratação do único empregado configura uma irregularidade que pode gerar problemas com a Receita Federal e até com a Justiça do Trabalho.

Além disso, o MEI não pode abrir filiais ou ser sócio de outras empresas, o que é uma restrição importante a ser observada.

Se você não se atentar às regras e acabar se tornando irregular como MEI, as consequências podem ser sérias. O desenquadramento do regime pode resultar na migração obrigatória para o regime de Microempresa, o que implica em um novo processo tributário mais complexo e custoso. Multas e juros também podem ser aplicados, comprometendo a saúde financeira da sua empresa. E o pior de tudo: se o CNPJ for cancelado por inatividade ou irregularidades, você pode perder a possibilidade de emitir notas fiscais e até mesmo perder os benefícios do INSS, como aposentadoria e auxílio-doença.

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Como Regularizar Sua Situação e Evitar Problemas

Agora que você sabe o que pode levar o seu MEI a ficar irregular, é hora de entender o que você deve fazer para evitar esse tipo de problema:

  1. Acompanhe seu faturamento: É importante monitorar regularmente o faturamento da sua empresa para garantir que ele não ultrapasse o limite de R$ 81.000,00. Se isso acontecer, migre para uma microempresa.
  2. Verifique as atividades permitidas: Consulte periodicamente a lista de atividades permitidas para o MEI, já que algumas ocupações podem ser removidas dessa lista ao longo do tempo.
  3. Mantenha os pagamentos em dia: Não deixe de pagar o DAS mensalmente, mesmo que sua receita seja baixa. O atraso pode gerar complicações.
  4. Formalize a contratação de funcionários: Se você precisar de um empregado, certifique-se de cumprir todas as normas trabalhistas.
  5. Evite ser sócio de outras empresas: Se você for MEI, não pode ser sócio de outras empresas simultaneamente. Isso também pode resultar em irregularidade.

O MEI é uma excelente oportunidade para muitos pequenos empreendedores formalizarem seus negócios, mas é importante saber se a sua atividade pode ser registrada nesse regime e seguir todas as regras. Fique atento aos limites de faturamento, às atividades permitidas e à regularização de dados, para garantir que seu negócio continue em conformidade com as leis e sem surpresas fiscais.

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Contabilidade em SBC é com a Dinelly. Fonte da matéria: Jornal Contábil