As demissões voluntárias bateram recorde no início de 2025. De acordo com dados do FGV Ibre, 38% de todas as demissões com carteira assinada no país entre janeiro e fevereiro foram a pedido do próprio trabalhador — o maior índice desde o início da série histórica em 2020. No primeiro bimestre, 1,625 milhão de brasileiros deixaram seus cargos por vontade própria, um crescimento de 15,5% em relação a 2024. E quem solicita o desligamento, em grande parte, são jovens entre 18 e 29 anos — com maior nível de escolaridade e, muitas vezes, em busca de novos caminhos profissionais.
Esse movimento também se reflete na internet. Um levantamento da Onlinecurriculo, plataforma de currículos online, aponta que as buscas pelo termo “demissão” no Google dispararam 173% entre os meses de março de 2024 a março de 2025 — gerando 819,2 mil buscas pelo termo.
A tendência parece estar ligada a fatores como insatisfação salarial, ambiente de trabalho e, principalmente, a busca por mais flexibilidade, qualidade de vida e saúde mental. Ainda assim, o levantamento mostra que o pedido de demissão gera muita insegurança entre os profissionais. Como pedir demissão, o que recebo e qual o melhor dia para pedir demissão, estão entre as principais perguntas pesquisadas na internet no último ano, — evidenciando que, mesmo quando a decisão de sair é planejada, ainda existem muitas dúvidas sobre os direitos e procedimentos formais do desligamento.
E se… eu pedir demissão?
O crescimento das demissões voluntárias parece ter impulsionado uma enxurrada de dúvidas entre quem deseja saber mais sobre o assunto. Nos últimos 12 meses, perguntas sobre demissão somaram 819,2 mil buscas no Google. A maioria delas não questiona apenas o procedimento burocrático, mas reflete uma preocupação concreta com as consequências do pedido de demissão.
Dentre as 12 dúvidas mais comuns entre os internautas, 9 são sobre a ideia de se desligar da empresa voluntariamente. As buscas mais frequentes revelam que, para os trabalhadores, o maior temor envolve o impacto dessa decisão nas finanças pessoais.
Questões sobre o valor das verbas rescisórias, como o cálculo de salários, dominam as pesquisas. Além disso, dúvidas sobre o saque do FGTS e a possibilidade de acesso ao seguro-desemprego reforçam a preocupação com a estabilidade financeira pós-demissão. No total, as dúvidas financeiras somam 491.500 buscas.
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Apesar das questões financeiras, a principal dúvida pode ser resumida em: “afinal, como pedir demissão?”. Muitos trabalhadores se preocupam com a forma correta de formalizar a saída, como o funcionamento do aviso prévio e o melhor momento para se desligar. As questões relacionadas ao processo burocrático do rompimento contratual trabalhista somam 224.360 consultas, e mostram que muitos brasileiros, ao planejar o afastamento de uma empresa, buscam se assegurar de que estão cumprindo todos os trâmites legais.
A tabela mostra que, ao considerar pedir demissão, uma ansiedade comum entre os brasileiros é saber o que vão ganhar ou perder — tanto em termos de valores quanto de benefícios. Isso indica que, apesar da vontade de mudar de emprego ou estilo de vida, o aspecto financeiro continua sendo uma das maiores barreiras (ou motivações) para a tomada de decisão.
Saiba disso antes de pedir as contas
Antes de formalizar um pedido de demissão, é importante que o trabalhador conheça seus direitos e entenda quais verbas poderá receber. As regras estão previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e são reforçadas por informações oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego.
O primeiro passo para pedir demissão é a comunicação formal à empresa. O trabalhador deve redigir uma carta ou e-mail informando sua decisão. Em seguida, precisa cumprir o aviso prévio de 30 dias, salvo se houver negociação para redução ou dispensa do cumprimento — nesse caso, o valor correspondente pode ser descontado das verbas rescisórias.
Durante o aviso trabalhado, o empregado tem direito a sair duas horas mais cedo por dia ou faltar sete dias corridos, sem prejuízo no salário, para buscar nova colocação. Para contratos com mais de um ano, o aviso prévio pode ser proporcional, acrescentando três dias a cada ano completo de serviço, até um limite de 90 dias.
Não existe uma regra legal sobre o melhor dia para pedir demissão, mas especialistas sugerem fazer isso logo após o quinto dia útil do mês. Dessa forma, o trabalhador evita problemas com o pagamento do salário anterior e facilita o cálculo correto das verbas rescisórias.
Em relação às verbas, quem pede demissão tem direito a receber o saldo de salário pelos dias trabalhados no mês, férias vencidas acrescidas de um terço, férias proporcionais também com adicional de um terço e o 13º salário proporcional.
Apesar disso, não recebe o seguro-desemprego, conforme a Lei nº 7.998/1990. O seguro-desemprego é um benefício exclusivo para quem é demitido sem justa causa. Em situações muito específicas, como rescisão indireta reconhecida judicialmente, o trabalhador pode ter acesso ao seguro-desemprego, mas em casos excepcionais.
Atualmente, quem faz o pedido só pode sacar o FGTS em condições específicas. Porém, o governo federal estuda mudanças para permitir que trabalhadores que pedirem demissão possam acessar os recursos mais facilmente. Essa alteração ainda não foi oficializada e depende da aprovação de novas regras.
Se o pedido ocorrer após cinco meses de trabalho, o trabalhador receberá saldo de salário, férias proporcionais e 13º salário proporcional ao período trabalhado, mas não terá direito a férias vencidas, que são devidas após 12 meses de serviço.
Para quem é demitido por justa causa tem direito apenas ao saldo de salário e, se houver, às férias vencidas com um terço. Não recebe férias proporcionais, 13º proporcional, multa de 40% do FGTS, nem acesso ao FGTS ou ao seguro-desemprego. Já no acordo de demissão, regulamentado pela Reforma Trabalhista de 2017, o trabalhador recebe saldo de salário, férias e 13º proporcionais. Pode sacar até 80% do FGTS e a multa é reduzida para 20%. Nesse caso, também não há direito ao seguro-desemprego
METODOLOGIA
Identificamos um crescimento de 173% nas buscas pela palavra “demissão” na internet, somando cerca de 819,2 mil consultas entre março de 2024 e março de 2025. Para entender as principais dúvidas sobre o tema, reunimos as perguntas relacionadas ao termo que registraram os maiores volumes de pesquisa ao longo desses 12 meses — e, a partir disso, criamos o ranking.
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Contabilidade em SBC é com a Dinelly. Fonte da matéria: Jornal Contábil