O mercado brasileiro vinha exibindo significativos indicadores de recuperação e esperava-se para 2020 uma aceleração do crescimento econômico com a sinalização da aprovação de novas reformas econômicas, mas devido ao cenário imposto pela crise da pandemia, o processo foi sensivelmente interrompido. As novas simulações indicam que o PIB do primeiro trimestre, deverá ser negativo em cerca de 1,10% e para o segundo trimestre de 2020, espera-se uma queda de até 5,00%.

Em virtude desse contexto, o mercado projeta uma redução de PIB em torno de 1,00% a 1,25% para o exercício de 2020. As hipóteses que sustentam essa posição estão ancoradas na extensão da paralisação das atividades econômica, e no conjunto de medidas mitigatórias adotas para tentar evitar a proliferação mais acentuada do vírus em determinadas regiões do país.

Os setores de comércio, serviços, turismo e aviação irão demandar especial atenção do setor público. Os números indicam que no comércio, há em torno de 18 milhões de trabalhadores (sendo 62% formais), na educação, alimentação e serviços domésticos há outros 18,7 milhões, sendo que desse montante 51% pertence ao setor formal. Ainda no setor de serviços, há cerca de 4,7 milhões de pessoas acima de 60 anos de idade (classificadas como grupo de risco). Este cenário não muito positivo deve representar uma elevação na taxa de desemprego em torno de 13% para o ano de 2020.

Economia: Comportamento do PIB brasileiro perante a crise

Para tentar mitigar mais efeitos negativos na economia, o país deve adotar uma série de medidas emergências, por meio de ações fiscais diretas do Tesouro que devem ultrapassar a R$ 150 bilhões. Porque além de antecipações e postergações de impostos, benefícios e ações de bancos públicos, há também os movimentos sociais para proteger famílias desamparadas e ações necessárias para reforçar os investimentos na saúde.

Para finalizar, uma variável ainda indefinida, mas que terá peso determinante para definição do cenário futuro, será a quantidade de recursos que poderá ser disponibilizado para retomada dos investimentos, para reaquecimento de algumas atividades econômicas, principalmente recuperação de setores sensivelmente impactados durante o período de estagnação econômica.

Por Marcos Antônio de Andrade é mestre, pós-graduado e graduado em Administração, com habilitação em Comércio Exterior.

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Fonte: Jornal Contábil
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