ICMS

Mesmo vivendo na era da informação, parte da sociedade parece desprezar a importância do conhecimento e suas implicações na realidade prática.

Apesar do fato de no século passado, a descentralização e distribuição das informações terem sido objeto de estudo de economistas como Friedrich Hayek Ronald Coase, atualmente é possível constatar certa indiferença da maioria das pessoas sobre assuntos fundamentais e de implicação prática nas nossas vidas, como no caso da tributação.

É verdade que o Brasil vive um manicômio tributário, pois aqui pagamos muito e desfrutamos muito pouco dos recursos angariados por meio dos tributos.

Isso sem considerar que o esquema de arrecadação e utilização dos tributos é obscuro e confuso para o cidadão comum.

Apesar das dificuldades, não podemos arrumar desculpas para negligenciar o fato de que, nas palavras de Millôr Fernandes, “nos arrancam tudo a força e depois nos chamam de contribuinte”.

O sistema tributário brasileiro é tão complexo e truncado, que milhares de advogados e contadores são contratados anualmente “a peso de ouro”, para facilitar a navegação nos sinuosos rios da loucura tributária brasileira.

Embora não seja possível explicar todo o sistema tributário brasileiro em poucas palavras, podemos expor à luz, paulatinamente e sistematicamente, os tributos que incidem na vida do cidadão e como eles afetam diretamente nossas vidas.

Hoje será a vez do sútil e voraz ICMS.

O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação), foi inicialmente regulado pela lei 87/1996) e trata-se de um tributo estadual, isso significa que a quantia arrecadada é definida e permanece no Estado e incide quando um produto ou serviço circula entre cidades, estados ou de pessoas jurídicas para pessoas físicas, como quando alguém compra um celular ou abastece o carro.

A porcentagem a ser arrecadada, também conhecida como alíquota, é definida por lei e varia de acordo com a situação e o produto.

Pode não parecer, mas o ICMS é um imposto cruel, pois incide no consumo e acaba elevando o preço de tudo que é tributado.

Do pobre ao milionário, todos pagam esse tributo que recai sobre o produto ou serviço comprado.

No ano de 2019, o Estado de São Paulo arrecadou R$ 144 bilhões de reais com o ICMS, o que representou cerca de 84% da arrecadação tributária do Estado.

Apenas para se ter uma ideia, em todo o Estado de São Paulo, o ICMS sobre os combustíveis é de 25% e, considerando, que o preço médio da gasolina na capital é de aproximadamente R$ 5,489, o contribuinte paga cerca de R$ 1,37 por litro abastecido, somente de ICMS.

ICMS

Ainda no caso de São Paulo, do total arrecado, 75% são destinados ao próprio Estado e 25% são repassados aos municípios. Há quem argumente que o imposto serviria para custeio da educação, saúde, segurança e custeio da máquina pública.

Um argumento legítimo, mas que contrasta com a qualidade e eficiência dos benefícios oferecidos para o pagador de impostos.

Saber o que é o ICMS e como ele afeta nossas vidas diretamente é fundamental para podermos nos posicionar todas as vezes que os governos estaduais tentarem aumentar as alíquotas e cancelar isenções, como ocorreu no final do ano passado com o decreto nº 65.254/2020 baixado pelo Governo do Estado de São Paulo.

Assim, mais importante do que pedir uma boa administração para os recursos arrecadados, a sociedade civil precisa se mobilizar e pressionar o poder público para que haja diminuição na arrecadação, pois no final do dia, o dinheiro que é de todos acaba não sendo de ninguém e, ao invés de se utilizar o dinheiro para custear a pesada máquina pública, melhor seria que ele ficasse no bolso do contribuinte, pois é ele e não o governo, o verdadeiro gerador de riqueza e prosperidade.

Por: Allan Augusto Gallo Antonio, formado em Direito e mestrando em Economia e Mercados, é analista do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica.

Sobre o Centro Mackenzie de Liberdade Econômica

O Centro Mackenzie de Liberdade Econômica é um think-tank liberal acadêmico, único no Brasil baseado em uma Universidade.

É uma iniciativa do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) junto à Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).

Entre suas pesquisas está o primeiro Índice de Liberdade Econômica Estadual (IMLEE) do Brasil, um levantamento inédito que analisa e avalia as condições de se empreender e ter sucesso no mercado e o grau de interferência estatal.

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie

A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 103º posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.
Em 2021, serão comemorados os 150 anos da instituição no Brasil. Ao longo deste período, a instituição manteve-se fiel aos valores confessionais vinculados à sua origem na Igreja Presbiteriana do Brasil.

Dica Extra: Já imaginou aprender 10 anos de Prática Contábil em poucas semanas?

Conheça um dos programas mais completos do mercado que vai te ensinar tudo que um contador precisa saber no seu dia a dia contábil, como: Rotinas Fiscais, Abertura, Alteração e Encerramento de empresas, tudo sobre Imposto de Renda, MEIs, Simples Nacional, Lucro Presumido, enfim, TUDO que você precisa saber para se tornar um Profissional Contábil Qualificado.

Se você precisa de Prática Contábil, clique aqui e entenda como aprender tudo isso e se tornar um verdadeiro profissional contábil.

O post Entenda o que é e como funciona o ICMS apareceu primeiro em Rede Jornal Contábil – Contabilidade, MEI , crédito, INSS, Receita Federal.

Fonte: Jornal Contábil
Abertura de empresa em São Bernardo do Campo com o escritório de contabilidade Dinelly. Clique aqui