
O final do ciclo fiscal e contábil, compreendido entre os meses de novembro e janeiro, não é apenas um período de alta demanda para o profissional contábil, mas sim o momento importante onde se materializa a saúde financeira e a conformidade legal das empresas.
Nesse contexto, a rotina de fechamento de fim de ano está repleta de armadilhas e equívocos recorrentes que, se não evitados com diligência, podem culminar em multas severas, distorções nas demonstrações financeiras e, inevitavelmente, na perda de credibilidade junto ao cliente e ao Fisco.
A preparação deve ser, portanto, uma estratégia de guerra contra a incorreção e a omissão.
Precariedade da conciliação e dos ajustes contábeis
Um dos pilares da contabilidade de fim de ano é a conciliação rigorosa de todas as contas do Balanço Patrimonial. O erro elementar, porém de impacto gigantesco, é a pressa em fechar o balanço sem uma conciliação minuciosa.
O contador não pode se dar ao luxo de deixar saldos bancários incoerentes ou de ignorar a confrontação entre as contas a pagar/receber e o saldo real da empresa. A falha nesta etapa compromete a fidelidade do patrimônio líquido e do resultado do exercício.
Adicionalmente, a correta provisão de encargos e ajustes é frequentemente mal executada. Provisões de férias, 13º salário e o cálculo da depreciação e amortização (referentes a todo o ano-calendário) são elementos que definem a real carga de despesa do período.
Um erro no cálculo dessas provisões não é apenas um deslize numérico; é uma distorção deliberada (embora não intencional) do lucro, afetando diretamente a base de cálculo de tributos como o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
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Folha de pagamento e encargos
No Departamento Pessoal, os erros se concentram em torno do 13º salário e das obrigações acessórias decorrentes. O profissional precisa evitar falhas no cálculo da segunda parcela do 13º, que é o momento do impacto tributário, exigindo o correto recolhimento do INSS e do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
Ainda mais crítico é o descumprimento dos prazos de transmissão de dados via eSocial e DCTFWeb. Com a digitalização das obrigações, a tolerância ao erro e ao atraso é mínima.
O contador que falha em enviar a folha de 13º dentro do prazo estabelecido (geralmente 20 de dezembro) incorre em multas e paralisa a geração do Documento de Arrecadação (DARF) para o recolhimento previdenciário, afetando diretamente a conformidade fiscal do cliente.
Desconexão entre declarações fiscais e planejamento
No âmbito fiscal, o erro mais pernicioso é a divergência de informações entre as diversas declarações entregues ao Fisco e aos próprios colaboradores.
O clássico é a disparidade entre o Informe de Rendimentos do funcionário e os valores anuais reportados na DIRF (ou nas plataformas que a estão substituindo, como o EFD-Reinf). Tal incongruência é uma porta aberta para a malha fina da Receita Federal, tanto para o empregado quanto para a empresa.
Assim, além da precisão nos dados já ocorridos, um erro de natureza estratégica é a postergação do Planejamento Tributário.
Dessa forma, o contador que espera o ano virar para discutir a escolha do regime tributário (Lucro Real, Presumido ou Simples Nacional) para o próximo exercício financeiro priva o cliente de realizar ações estratégicas de otimização de custos e receitas ainda em dezembro, condenando-o, muitas vezes, a um regime menos vantajoso por todo o ano seguinte.
Em suma, a preparação do contador para o final do ano deve transcender a mera operacionalização. Exige uma comunicação assertiva com o cliente e uma dedicação inegociável à precisão dos dados para assegurar que o fechamento do ciclo seja um atestado de solidez e não um convite à fiscalização.
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