A relação de trabalho é regida por um acordo, o contrato. No entanto, o empregador pode, em certas situações, propor alterações nesse documento. Se você se deparar com essa situação, é natural que surjam dúvidas: posso ser obrigado a aceitar? 

O que acontece se eu recusar a mudança? A resposta não é simples e depende do tipo de alteração proposta, se ela é prejudicial ou benéfica para o trabalhador, e da lei brasileira, que protege a relação de emprego.

A regra geral, conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no Brasil, é que alterações no contrato de trabalho só podem ser feitas com o consentimento mútuo das partes. 

Ou seja, tanto o empregador quanto o empregado precisam concordar com as mudanças. Além disso, a CLT também estabelece que as alterações não podem, em hipótese alguma, resultar em prejuízo direto ou indireto para o empregado.

O que acontece se o empregado recusar?

Se a empresa propõe uma alteração contratual e o empregado se recusa a aceitá-la, a situação pode se desdobrar de algumas maneiras.

Se a mudança proposta pela empresa for considerada lícita (ou seja, não prejudicial ao empregado e dentro dos limites da lei) e o empregado se recusar sem uma justificativa razoável, a situação pode se tornar delicada. 

Em alguns casos, a recusa pode ser interpretada como um ato de insubordinação, podendo levar a advertências e, em último caso, à demissão por justa causa. No entanto, é fundamental que a empresa comprove a insubordinação e a licitude da alteração.

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Todavia, se a alteração proposta pela empresa for considerada ilícita, ou seja, resultar em prejuízo para o empregado (como redução salarial, mudança de função que exige qualificação inferior ou alteração de jornada que dificulte a vida pessoal sem compensação), o empregado tem o direito de recusar. 

Nesses casos, a demissão por justa causa seria improcedente. Como o empregado poderia até mesmo buscar a rescisão indireta do contrato na Justiça do Trabalho, caracterizando a demissão por culpa do empregador.
Agora,nem toda recusa leva diretamente a uma demissão. Em muitas situações, a empresa pode simplesmente desistir da alteração ou tentar negociar outras condições com o empregado. 

A demissão, especialmente sem justa causa, continua sendo uma prerrogativa do empregador, mas os custos rescisórios podem ser um fator limitante.
Comando do empregador e seus limites

É importante destacar que o empregador possui o direito de alterar certas condições do contrato de trabalho, desde que essas alterações sejam consideradas razoáveis e não prejudiquem o empregado. 

Isso inclui, por exemplo, a alteração de horário de trabalho dentro da mesma jornada ou a mudança de local de trabalho na mesma cidade, desde que não haja um impacto significativo na vida do trabalhador.

No entanto, esse poder não é ilimitado. Qualquer alteração que modifique substancialmente o contrato, impacte o salário, a função ou a jornada de forma prejudicial, requer a concordância do empregado.

Conclusão

Diante de uma proposta de alteração contratual e da dúvida sobre os seus direitos, o mais recomendado é buscar a orientação de um advogado trabalhista. 

Um profissional poderá analisar a situação específica, verificar a legalidade da alteração proposta e orientar o empregado sobre os melhores passos a seguir. Assim, protegendo seus direitos e evitando demissões injustas ou prejuízos financeiros.

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Contabilidade em SBC é com a Dinelly. Fonte da matéria: Jornal Contábil