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Igor Meireles esclarece sobre as novidades do eSocial e seus impactos nas gestões internas

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eSocial é um sistema do governo que visa modernizar as obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas das empresas no Brasil. Ele foi desenvolvido em conjunto pela Receita Federal, Caixa Econômica, INSS e Ministério do Trabalho e faz parte do projeto Sistema Público de Escrituração Digital. O objetivo principal do eSocial é digitalizar e unificar o envio de informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas das empresas, garantindo a proteção e sigilo das informações.

Recentemente, foram introduzidas algumas novidades no eSocial relacionadas à emissão de informações sobre processos trabalhistas por meio de quatro novos eventos. Esses eventos abrangem o próprio processo trabalhista, as contribuições, questões tributárias decorrentes do processo e a exclusão de eventos apresentados sem autorização. Com o envio em tempo real dessas informações, espera-se uma maior detecção de irregularidades e o cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias. Isso proporcionará maior transparência dos dados e facilitará as análises realizadas pelas fiscalizações.

No entanto, a implementação do eSocial pode ser um desafio para empresas com um grande volume de processos trabalhistas e estruturas complexas. Enviar informações detalhadas e padronizadas sobre os funcionários e seus vínculos, incluindo informações sobre processos trabalhistas, pode ser especialmente desafiador para organizações com um alto número de processos em andamento, tanto de funcionários próprios quanto terceirizados.

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Além disso, essa mudança também trouxe um desafio adicional para as empresas, que é promover a integração entre o departamento jurídico, o setor de RH e outras áreas envolvidas na elaboração da folha de pagamento e no envio de informações ao eSocial. Uma comunicação eficiente entre esses departamentos é essencial para garantir a qualidade e consistência dos dados, bem como uma boa gestão de prazos, evitando multas e débitos decorrentes do não cumprimento das obrigações.

A complexidade do eSocial exige que os profissionais responsáveis pelo envio das informações estejam habilitados e atualizados quanto às regras e exigências do sistema. Portanto, é fundamental investir em treinamentos e capacitação para garantir que as informações sejam enviadas corretamente ao sistema.

As novas normas estabelecidas pelo eSocial trazem algumas dificuldades para o setor de RH e o jurídico. Isso ocorre devido à complexidade das leis e regulamentações trabalhistas, previdenciárias e fiscais no Brasil, conhecido por ter um dos sistemas tributários e trabalhistas mais complexos do mundo. Além disso, as constantes revisões e atualizações feitas pelo governo, juntamente com a falta de clareza e interpretação subjetiva de muitas normas e regras, também contribuem para essas dificuldades.

Desafios da integração entre o setor jurídico e RH na implementação do eSocial

A implementação do eSocial traz mudanças significativas nos processos internos do setor jurídico e de recursos humanos (RH) das empresas. Uma das principais mudanças diz respeito à comunicação entre o departamento jurídico e o RH, assim como o compartilhamento de informações sobre processos trabalhistas. Portanto, será necessário que os elementos relevantes sobre processos trabalhistas sejam compartilhados entre esses setores, demandando uma maior comunicação e cooperação para garantir a precisão e a tempestividade dos dados fornecidos.
 

A importação dos dados dos sistemas utilizados pelas áreas jurídica e de RH será essencial para facilitar o compartilhamento de informações. Essa união permitirá troca ágil e eficiente de dados, evitando retrabalhos na transmissão das informações ao eSocial.

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O departamento jurídico precisará se adaptar à padronização exigida pelo eSocial, garantindo que os dados sejam fornecidos conforme os requisitos do sistema. Além disso, serão necessários mecanismos de controle e monitoramento para assegurar a conformidade com as exigências do eSocial, evitando multas e penalidades. É importante ressaltar que esta é a primeira versão do eSocial e que novas atualizações surgirão no futuro. Portanto, o departamento jurídico precisa acompanhar essas mudanças no eSocial para atualizar seus processos internos e compreender as futuras exigências.

É válido mencionar que os sistemas de folha de pagamento e os sistemas jurídicos são separados e não possuem integração direta. O sistema de folha de pagamento é responsável pelo processamento de dados relacionados aos funcionários, como salários, benefícios, impostos, entre outros. Já o sistema jurídico é utilizado pelo departamento jurídico para gerenciar processos judiciais, acompanhar prazos, elaborar petições, entre outras atividades.

Investimentos estratégicos e desafios na implementação do eSocial
 

Cada empresa é única em sua natureza, mas todas compartilham o interesse em investir em soluções de software e sistemas integrados para automatizar e agilizar suas atividades. Essas ferramentas visam reduzir o tempo gasto em tarefas manuais, minimizar erros e promover a capacitação dos profissionais responsáveis pela folha de pagamento, RH e departamento jurídico. Além disso, as empresas estão revendo seus processos internos, promovendo uma maior colaboração e troca de informações entre esses departamentos, implementando sistemas de monitoramento e controle para garantir o cumprimento das obrigações legais. Algumas empresas optam por terceirizar as rotinas operacionais do RH, incluindo a elaboração e transmissão do eSocial, buscando estratégias eficientes.

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A implementação dos novos eventos do eSocial pode ter um impacto nos custos operacionais das empresas de diferentes maneiras. Embora seja difícil generalizar os custos, pois eles variam consoante o tamanho e a complexidade de cada organização, existem alguns aspectos comuns que podem afetar os gastos. Isso inclui investimentos em tecnologia, treinamento e capacitação, ajustes nos processos internos e a necessidade de monitoramento e revisão contínuos.

É importante ressaltar que cada companhia pode enfrentar desafios específicos relacionados ao eSocial. Portanto, é essencial que elas se adaptem às recomendações de acordo com suas necessidades e realidades. Investir em tecnologia e integração entre o setor de RH e o departamento jurídico é vital, embora possa demandar recursos financeiros consideráveis. Além disso, contar com suporte especializado, como consultorias, pode auxiliar na interpretação das normas e regras do eSocial, na revisão dos procedimentos internos e na identificação de possíveis riscos e oportunidades de melhoria. Isso permite que a empresa tome decisões assertivas e efetivas nesse processo de implementação.

No contexto da implementação do eSocial, a terceirização das rotinas operacionais emerge como uma estratégia importante para as empresas lidarem com os desafios. Ao terceirizar atividades como a elaboração da folha de pagamento, o cumprimento das exigências do eSocial e a gestão de benefícios, as organizações podem se concentrar em suas principais atividades, reduzir custos operacionais e ter acesso a especialistas com conhecimento aprofundado na área. Isso garante conformidade legal e eficiência nos processos, tornando-se um ponto estratégico relevante.

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*Igor Meireles é um contador com quase 20 anos de experiência nas áreas contábil, tributária, de folha de pagamento e financeira. Ele foi membro do GT FAPMP no IBRACON e colaborador do material “Doing Business in Brazil”, publicado pelo World Bank. Além disso, fez parte do comitê de “Global Expansion and Financial Outsourcing” da Nexia International. 

*Paulo Souza é um Administrador, Contador e Pós-graduado em Perícia, com mais de 22 anos de experiência. Ele se destaca no desenvolvimento de trabalhos de Gestão de Contingências Trabalhistas, Cálculos Cíveis, Tributários e Previdenciários para empresas de pequeno, médio e grande porte em diversos setores do mercado. Atualmente, Paulo é sócio da Bernhoeft, empresa nacional que oferece uma ampla gama de serviços nas áreas de BPO, Cálculos Judiciais, Gestão de Terceiros e Consultoria Tributária.

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Fonte: Jornal Contábil
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