Mais de 1,5 milhão de brasileiros investem em fundos de investimentos imobiliários (FIIs). Uma das justificativas para a crescente adesão é a mudança no perfil do público-alvo: se antes os ativos eram direcionados para quem tinha experiência de mercado e maior poder aquisitivo, com o passar do tempo também começaram a atrair os pequenos e novos investidores.

Na avaliação da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), os FIIs podem ser uma porta de entrada para quem deseja iniciar os investimentos em renda variável. A modalidade oferece um potencial de retorno financeiro maior, porém é considerada mais arriscada.

Na comparação entre os ativos de renda variável, os FIIs são considerados os mais seguros, ao lado dos fundos de índice (ETFs). Isso porque apresentam menor volatilidade, diferente do que acontece com ações e criptomoedas, por exemplo.

Além das características que motivam os novatos a investirem nos FIIs, o preço é um atrativo aos pequenos investidores. Esse tipo de fundo comercializa a participação em imóveis ou projetos imobiliários através de cotas, que possuem valores variados. 

Dessa forma, quem não possui a quantia disponível para investir na aquisição de um imóvel pode ter o recurso para comprar uma participação. 

Oferta de FIIs

Há uma ampla oferta de FIIs listados na Bolsa de Valores (B3). Segundo dados da assessoria da instituição, eles totalizam 419 e estão divididos nas categorias tijolo, papéis e fundos de fundos (FOFs). 

Os fundos de tijolo investem em empreendimentos concretos, como residenciais, edifícios comerciais, shoppings, lajes corporativas e galpões logísticos. Alguns exemplos são BTG Pactual Shoppings (BPML11), Cidade Jardim Continental Tower (CJCT11) e REC Logística (RELG11).

Já os fundos de papel direcionam os recursos dos investidores para o financiamento de projetos do setor imobiliário. Dessa forma, o investimento é feito em títulos, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Letra Hipotecária. Na categoria estão listados na B3: Barigui Rendimentos (BARI11), Galapagos Recebíveis Imobiliários (GCRI11), Mauá Capital Recebíveis Imobiliários (MCCI11), dentre outros.

Por fim, há os FOFs, que são fundos que investem em outros fundos. Esse é o caso do Allanza Multiestratégia (ALZM11), Kinea Fundos de Fundos (KFOF11) e o Tellus Fundo de Fundos (TELF11), por exemplo.

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) recomenda que os investidores conheçam a oferta e estudem sobre as empresas antes de decidir em qual fundo investir.

Erros comuns que devem ser evitados

O mercado financeiro também orienta sobre o que não deve ser feito na hora de investir em FIIs. Embora comuns, há erros que podem ser evitados já no início da jornada dos investimentos.

Não conhecer o produto financeiro

A primeira orientação da Anbima ao investidor é pesquisar sobre o produto financeiro, seja ele qual for, antes de investir. Isso inclui conhecer aspectos como rentabilidade, liquidez e segurança.

No caso dos FIIs, é necessária uma recomendação a mais: observar a gestão do fundo. O investidor deve saber como é feita a administração, quais são as taxas cobradas e como tem sido o desempenho do fundo. Para isso, é recomendável avaliar a lâmina do fundo, documento que traz todas as informações.

Não estudar o mercado

Ao buscar informações sobre os FIIs, o novo investidor verá que há fatores que podem interferir diretamente no comportamento das cotas. Por isso, é necessário expandir os estudos para a compreensão sobre o mercado como um todo.

Decisões nas políticas econômicas nacional e internacional, o ritmo da atividade do mercado imobiliário interno e a expansão de outros setores capazes de gerar demandas, como aconteceu recentemente com o e-commerce e a necessidade de galpões logísticos, são alguns exemplos.

Não saber se o produto é para você

Não é porque um FII tem bons resultados que é necessário investir. Nem todo produto financeiro é destinado a todo investidor. Nesse sentido, é válida outra recomendação da Anbima: conhecer o seu próprio perfil.

Após estudar sobre o FII e o momento vivido pelo mercado, resta saber se esse tipo de investimento é compatível com os seus objetivos e os prazos estabelecidos para realizá-los.

Não diversificar

Todo investimento implica riscos. Uma estratégia para minimizar as possibilidades de perda financeira é diversificar a carteira. Não direcione os recursos apenas para um único FII.

Segundo a orientação da Abefin, a diversificação consiste em distribuir o dinheiro em mais de um produto financeiro das duas modalidades, renda fixa e variável. 

Seguir o “efeito manada”

“Efeito manada” é a expressão utilizada para uma ação que segue a postura de um grupo, sem senso crítico. Nos investimentos, significa tomar uma decisão porque os outros assim fizeram, sem saber exatamente os motivos.

Equivocadamente, um investidor iniciante pode escolher comprar ou vender um ativo só porque “todo mundo fez”. O ideal é buscar informações em fontes confiáveis, trocar experiência com quem já investe no mercado há mais tempo e ter embasamento para decidir por conta própria. 

Uma alternativa para evitar o efeito manada é buscar o suporte especializado da plataforma de investimentos e criar uma carteira recomendada.

Desesperar em momentos de oscilação

Se você estudou sobre FIIs, compreendeu a movimentação do mercado, teve a certeza que esse investimento é para você, diversificou a carteira e criou o embasamento necessário para a tomada de decisões, não há motivos para se desesperar se a cota sofrer uma desvalorização.

Os investidores não devem se apavorar a qualquer movimentação do mercado. Os FIIs são investimentos de longo prazo e irão passar por oscilações. Mantenha a tranquilidade e siga acompanhando o segmento.

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Fonte: Jornal Contábil
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