De acordo com informações passadas pelo Ministério da Economia à equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o número de pessoas que estão esperando o pagamento de seus benefícios há mais de 45 dias ultrapassa os cinco milhões.
Os dados são do mês de setembro deste ano. Segundo Fabiano Silva dos Santos advogado e coordenador do grupo de transição da Previdência, “As filas nas portas das agências do INSS não existem mais. Mas hoje elas são virtuais, e quilométricas.” disse.
A equipe de transição, avaliou o caso e chegou a conclusão de que houve um desvirtuamento da função essencial da empresa, que hoje sofre com a defasagem de quadros técnicos e não conseguiu, parametrizar seu sistema de acordo com as novas regras de aposentadoria que foram aprovadas no país.
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Fila Virtual
Desde julho deste ano, o INSS utiliza um sistema de inteligência artificial, uma espécie de robô, para analisar a concessão dos benefícios previdenciários. O resultado foi a alta das negativas. Agora, a cada 10 pedidos, seis são negados.
O Sistema Único de Benefícios (Suibe) aponta que a média de deferimentos anual entre 2018 e 2021 girava entre 51% e 55%. Conforme números obtidos pelo Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP) por meio de Lei de Acesso à Informação (LAI), no período entre 1º de junho e 1º de outubro deste ano, o percentual foi para 41%.
O também ex-ministro da Pasta, Luiz Marinho (PT-SP), deputado federal eleito, diz que “É preciso mais servidores por que a fila hoje é virtual, mas há milhares de pessoas que não têm acesso à internet, nem dominam a ferramenta. Para o INSS voltar a funcionar é preciso ter pessoal qualificado e suficiente para atender a demanda, por que senão a bola de neve só vai crescer e custar muito mais para os cofres públicos que terá de pagar os retroativos, além de ser uma maldade para com quem precisa ter seus direitos reconhecidos”, afirma.
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Dataprev
A Dataprev é a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social, uma das mais importantes empresas do Brasil, sendo responsável pelo processamento e pagamento de benefícios dos cidadãos brasileiros.
É neste sistema que contém todos os dados pessoais e sociais da população. É responsabilidade da empresa analisar dados para a concessão de benefícios como aposentadoria, pensão e seguro-desemprego, bem como fazer os respectivos pagamentos aos beneficiários.
A empresa de tecnologia de processamento de dados de aposentadorias do país estava na lista de desestatizações do governo Jair Bolsonaro (PL). A Dataprev saiu da Previdência, foi para o Ministério da Economia e foi incluída no rol de privatizações.
O ex-ministro da Previdência Social e integrante do grupo de transição José Pimentel (PT-CE) defendeu que a Dataprev não seja privatizada, e que a manutenção da companhia é importante para colaborar no processo de zerar a fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo a colunista Mônica Bergamo da Folha de São Paulo, a equipe de transição de Lula na área previdenciária analisa transferir a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), que hoje está sob o comando do Ministério da Economia, de Paulo Guedes, para o futuro Ministério da Previdência e Trabalho.
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Fonte: Jornal Contábil
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