O desafio de implantar o split payment com a reforma tributária

Segundo o Ministério do Planejamento, a complexidade do sistema tributário brasileiro resulta em uma sonegação de aproximadamente R$ 500 bilhões por ano. 

Com a reforma tributária, a Receita Federal pretende adotar o split payment para arrecadação dos futuros Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição de Bens e Serviços (CBS). Isso irá simplificar o recolhimento dos tributos, reduzindo riscos de fraude. Para o contribuinte, será uma forma rápida, transparente e segura de pagar o imposto no momento da compra.

Já chamado de PIX dos impostos, o split payment está causando preocupação nas instituições financeiras, que consideram o prazo curto e solicitam mais tempo para implantar o sistema.  Também acham desafiador desenvolver a tecnologia comum que vai separar do valor pago o total de imposto devido e direcioná-lo diretamente para o Fisco, repassando para o vendedor o valor líquido do preço do item comprado pelo consumidor.  Hoje, o pagamento é feito integralmente ao fornecedor, que recolhe impostos no mês seguinte. 

Tradicionalmente, o processo de divisão de pagamentos é gerido por sistemas individuais das instituições, o que pode ser demorado devido às particularidades de cada um. Com o split payment, a proposta é padronizar e automatizar essa divisão de valores para vendedores e governo por meio de APIs fornecidas por empresas especializadas, facilitando a integração e comunicação entre diferentes sistemas.

Além do prazo de implementação, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), há pontos ainda pendentes de regulamentação, como o custeio do desenvolvimento do sistema, a remuneração pela prestação do serviço de arrecadação, limites de responsabilização e outras questões técnicas, operacionais e de segurança. 

O conceito de split payment não é exatamente uma novidade. Ele já é utilizado por grandes marketplaces e aplicativos de delivery, por exemplo. Com a popularização das compras online, plataformas de ecommerce se destacam por oferecer vitrines virtuais onde diversos parceiros podem vender seus produtos.  Elas frequentemente lidam com um alto volume de pagamentos e necessitam de sistemas eficazes para processá-los e direcionar os valores para cada interveniente. Nesse contexto, a implementação do split payment aprimora o fluxo de caixa e aumenta a eficiência operacional. 

Apesar dos benefícios citados, as organizações devem se atentar para possíveis problemas gerados na adoção do split payment.  A interoperabilidade entre diferentes sistemas, assegurada por uma integração bem executada, é crucial para o sucesso da implantação. 

A dificuldade reside na adaptação dos sistemas internos existentes para se comunicar eficientemente com essas novas APIs, sem comprometer a funcionalidade atual do sistema. Além disso, a falta de conhecimento especializado dentro das instituições pode dificultar ainda mais essa transição.  Para agilizar o processo de implementação, as instituições devem ter times capacitados e preparados para atender às exigências regulatórias. 

A efetivação do split payment representa um avanço significativo para o Brasil, promovendo maior transparência e eficiência na arrecadação. Com equipes preparadas, papeis bem definidos e uma abordagem estruturada, é possível superar os desafios e aproveitar os benefícios dessa nova tecnologia.

O desafio de implantar o split payment com a reforma tributária

artigo escrito por Agnaldo Vieira é Diretor de Operações na NAVA Technology for Business

por RPMA Comunicação

O post O desafio de implantar o split payment com a reforma tributária apareceu primeiro em ContNews.

Fonte: PORTAL CONTNEWS
Contabilidade em São Bernardo do Campo. Abertura de empresa é com a Contabilidade Dinelly. Clique aqui